O que preciso para o plantio direto?

''Embora, à primeira vista, a implantação do sistema de plantio direto pareça não oferecer nenhuma distinção de uma região para outra, vale ressaltar que sua implantação deve ser feita mediante a observação de características climáticas e o tipo do solo'', afirma o professor Afonso Peche do Curso CPT de Plantio Direto.

Pré-Requisitos para a implantação do Plantio Direto

Antes de iniciar a implantação do plantio direto, o agricultor deve procurar ajuda de um técnico no assunto, pois o sistema apresenta situações específicas onde a solução requer experiência anteriores. Deve, também, participar de palestras, cursos ou reuniões sobre o assunto e até mesmo visitar propriedades que já tenham este tipo de sistema implantado. A identificação do estágio de desenvolvimento de uma planta invasora, quando e quanto aplicar um herbicida dessecante são decisões que exigem do agricultor uma capacidade de tomada de decisão maior que a necessária no plantio convencional.

a) correção da acidez do solo: nos dois primeiros anos de plantio direto, deve-se realizar calagem nas situações em que a análise do solo indicar necessidade. Esta calagem deverá ser feita utilizando-se o arado, de discos ou de aivecas, para realizar a incorporação na camada explorada pelas raízes. Após quatro a cinco anos do início da adoção do plantio direto, há necessidade de se fazer uma calagem no solo. As dosagens variam de acordo com o ,tipo de solo e com as culturas usadas no sistema de rotação. A correção da acidez do solo deve ser feita após as culturas de verão e antes da semeadura das culturas de inverno. Entretanto, o produtor deverá ficar atento para não realizar a correção do solo com o calcário antes da semeadura do trigo, evitando, assim, o mal de pé na cultura.

- Solos arenosos: a correção em solos com textura arenosa é rápida e requerem quantidades de calcário entre 2 a 3 ton/ha, distribuído sobre a superfície do solo, sem realizar incorporação. Pode corrigir a acidez do seu solo distribuindo 1 ton/ha de calcário a cada dois anos. Para a rotação do tipo 2 e 4 a dose deve ser aumenta para 1,5 ton/ha.

- Solos de textura média: esses solos têm maior poder de reserva de nutrientes, menor lixiviação e pouca variação do pH em relação aos solos arenosos. Uma correção adequada para estes solos é obtida pela distribuição de 1,5 a 2,0 ton/ha de calcário a cada dois anos, distribuído sobre a superfície do solo, sem realizar incorporação.

- Solos argilosos: a maior capacidade de armazenar água faz com que o efeito da acidez seja mais intenso nesses solos. Uma correção satisfatória é obtida distribuindo-se doses entre 2,0 a 2,5 ton/ha de calcário a cada dois anos, também distribuído sobre a superfície do solo, sem realizar incorporação.

b) manejo do solo: antes de implantar o Plantio Direto, principalmente em áreas há muito tempo utilizadas com plantio convencional ou com pastagens, deve-se realizar a subsolagem, a escarificação ou aração profunda com arado de aivecas, para eliminar as camadas compactadas (pé de grade ou de arado). Todos os sinais de erosão (sulcos, valetas) devem ser eliminados para que as semeadoras de plantio direto realizem semeadura uniforme, evitando partes com plantios profundos e outras com plantios superficiais. Na maioria das vezes, esta uniformização da superfície do terreno é feita utilizando-se grades niveladoras.

c) amostragem do solo com plantio direto para correção de acidez: os procedimentos para esta tarefa difere dos usados em plantio convencional. A amostra de solo deve ser sempre retirada de uma camada com profundidade entre 0 e 15 cm, camada de maior concentração de raízes das plantas e os nutrientes absorvidos por elas. As amostras devem ser retiradas utilizando-se pá de corte para obter uma fatia de solo de aproximadamente 5 cm de espessura e largura com o valor do espaçamento da cultura anterior. O centro da amostra deverá estar na linha de plantio da cultura anterior. Até os cinco primeiros anos de plantio direto são necessários coletar amostras em 10 a 12 pontos por gleba e ,após o quinto ano, de 8 a 10 pontos.

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Por Eduardo Silva Ribeiro.