Técnicas de cultivo e manejo pós-colheita garantem comercialização do amendoim

Apreciado em todo o mundo, o amendoim tem importância econômica em muitos países.

Originário da América do Sul, com provável centro de origem na região que vai do Noroeste da Argentina ao Sul da Bolívia, o amendoim cultivado (Arachis hypogaea) integra o gênero Arachis, juntamente com mais 80 espécies silvestres, anuais e perenes, que ocorrem no Brasil, no Paraguai, na Bolívia, na Argentina e no Uruguai. O maior número de espécies ocorre no Brasil, num total de 63, sendo que 46 dessas são exclusivas do país.

O amendoim é um alimento rico em óleo, proteínas e vitaminas. Pelo seu sabor agradável e inigualável, é comercialmente considerado pertencente ao grupo das “castanhas”. Apreciado em todo o mundo, tem importância econômica em muitos países, fazendo parte de cadeias de produção de doces e confeitos, e de óleo vegetal. Os grãos podem ser consumidos crus, torrados, ou como ingrediente principal em vários tipos de doces e petiscos salgados. O óleo, rico em ácidos graxos mono e poli-insaturados, é usado na culinária, e possui também qualidades para uso na indústria de conservas e em produtos medicinais. A extração do mesmo gera um farelo ricamente proteico, usado em ração animal.

Desde a década de 90, a cultura vem passando por uma fase de expansão e transformação tecnológica, motivada pelo aumento do consumo no mercado interno e pela ampliação da exportação. A obtenção e difusão de variedades mais produtivas e adaptadas a cultivos tonificados e à modernização dos processos de colheita, pós-colheita e controle de qualidade do produto foram os principais fatores dessa transformação, dando novo rumo a esse setor. Atualmente, as perspectivas são de crescimento da produção e do consumo interno do amendoim e, ao mesmo tempo, aumento das exportações.

Seu valor comercial se deve à sua riqueza em nutrientes. Trata-se de um dos alimentos mais nutritivos que existem e com as vantagens de ser facilmente digerido e poder ser consumido cru. Contém cerca de 25% de proteínas e de 45% a 50% de óleo. Cada 100 g de sementes fornecem 585 calorias; sendo assim, trata-se de um alimento altamente energético. Contém, ainda, vitaminas do complexo B, ácido fólico, vitamina E e os minerais fósforo, potássio e zinco. Uma porção de 30g de amendoim fornece 25% da recomendação diária de vitamina E, e apresenta alto teor de Zinco, mineral essencial para a formação e liberação de hormônios.

Apesar do alto valor calórico, o óleo presente no amendoim, por ser de origem vegetal, não contém colesterol e é nutricionalmente adequado para consumo humano, pois é constituído por cerca de 80% de gordura insaturada, sendo considerado um alimento funcional. Estudos realizados pela Associação Paulista de Nutrição apontam que o amendoim pode prevenir doenças cardiovasculares, diminuir o colesterol e triglicérides, levar ao equilíbrio do metabolismo e suprir as necessidades de vitamina E.

A comercialização do amendoim pelo produtor pode ser feita diretamente para indústrias de processamento, por meio de cooperativas ou para intermediários. O produtor de amendoim que não tem estrutura para os cuidados de pós-colheita precisa escoar rapidamente o seu produto, no período da safra, negociando com intermediários cerealistas que compram sua produção, fazem o beneficiamento e o revendem para indústrias de doces e de óleo, ou para exportadores.

Alguns produtores fazem investimentos próprios em secadores e pequenos armazéns na propriedade, para poderem estocar o produto, aguardar melhores preços e conseguir melhores condições para negociar. A tendência é que a produção e o escoamento do amendoim sejam feitos de forma integrada, por associação dos produtores em cooperativas ou contratos e parcerias com indústrias e outras empresas especializadas. Essas devem ser estruturadas para prover assistência técnica, fazer o controle de qualidade e a comercialização. Isso propicia maior segurança e sustentabilidade do negócio.

Desde a década de 90, a cultura vem passando por uma fase de expansão e transformação tecnológica.

Com o objetivo de apresentar os diferentes aspectos da tecnologia de produção de amendoim, dentro das mais modernas técnicas, visando a qualidade do produto e a competitividade, o CPT – Centro de Produções Técnicas elaborou o curso “Produção de Amendoim de Qualidade”, no qual você receberá informações do engenheiro agrônomo Dr. Ignácio José de Godoy, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas – IAC. Nele são abordados assuntos como: biologia; clima e solo; preparo do solo; calagem; adubação; plantio; controle de ervas daninhas; controle de pragas e doenças; colheita; secagem artificial; beneficiamento; como evitar as aflatoxinas; e aspectos da comercialização.

Após fazer o curso e ser aprovado na avaliação, o aluno recebe um certificado de conclusão emitido pela UOV – Universidade On-line de Viçosa, filiada mantenedora da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.

Atualmente, o mercado de amendoim, no Brasil, está totalmente dirigido para a alimentação humana, tanto para o mercado interno quanto para exportação. As variedades preferidas para exportação pertencem ao grupo Runner, que são amendoins rasteiros. O mais importante para garantir a fácil comercialização do produto é ter qualidade e preço; por isso, é essencial  empregar técnicas de cultivo e manejo pós-colheita.