“Se o Brasil não acabar com a saúva, a saúva acaba com o Brasil”. Essa frase do pesquisador francês Yves Saint-Hilaire, já em 1800, mostrava que ele ficou espantado com a ação de formigas cortadeiras que destruíam árvores frondosas, além de arbustos, culturas, pastos e grama. Além desse poder de desfolhamento, elas são importantes na reciclagem de nutrientes e na fertilização do solo.
Para se ter uma ideia do estrago que as saúvas podem causar a uma cultura, basta saber que um único formigueiro adulto, por exemplo, de cerca de três metros de profundidade, provoca uma perda anual média de três toneladas por hectare em uma plantação de cana-de-açúcar, explica Guilherme Barcellos Gjorup, professor do Curso CPT Controle de Formigas Cortadeiras.
Um sauveiro adulto com cerca de seis anos de idade pode abranger uma área de 100 m2 e 7 m de profundidade, e consome aproximadamente uma tonelada de matéria fresca por ano. Ele pode ter, em média, 2 milhões de formigas. Em ecossistemas florestais, é estimado que as formigas cortadeiras consumam cerca de 15% do total da produção.
Para minimizar esses danos, métodos tradicionais são adotados no controle desses insetos há mais de um século. No entanto, principalmente a partir da década de 1970, foi introduzido com maior intensidade o controle químico. Não obstante, as formigas cortadeiras continuam desafiando todos os esforços planejados para minimizar seu dano. Produtos químicos são desenvolvidos cada vez mais potentes e especializados, equipamentos cada vez mais sofisticados, mas a situação permanece quase inalterada. Esse enfoque tem sido preponderante em quase todo o país.
Não existem dúvidas de que as formigas podem causar danos irreparáveis à agricultura e ao reflorestamento, mas não se pode simplesmente acabar com elas, porque esses insetos possuem uma atividade muito importante na fertilização e aeração do solo. Além desse componente ecológico, deve-se levar em conta, também, o componente econômico.
Estudos indicam que cerca de 30% do custo total de florestas plantadas até o terceiro ciclo são utilizados no controle de formigas cortadeiras. Esse gasto representa 75%, quando se consideram os custos e o tempo gasto no manejo integrado de pragas nessas florestas. Portanto, o custo de controle dessas formigas é muito elevado e só deve ser efetivado quando for comprovada a relação custo-benefício.
Quando o ataque está em níveis baixos ou em que o custo do controle é maior que o prejuízo o mais indicado hoje é a convivência durante, pelo menos, parte do ciclo. Dessa forma, o agricultor tem seus prejuízos minimizados, as formigas não são dizimadas sem necessidade e o ambiente não é contaminado com o veneno utilizado.
Essa visão tão necessária no meio rural brasileiro contribui enormemente para a conservação da vida selvagem e criam incentivos para novas formas de controle das formigas, seja por meios culturais ou novas possibilidades de combate ou controle. Nessa nova visão, não somente o agricultor ganha com economia de mão de obra e formicida, mas também o ambiente.
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Por Silvana Teixeira.
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Comentários
Abraão Calderano Rezende
6 de nov. de 2021esse é um curso com qual carga horaria?
Resposta do Portal Cursos CPT
10 de jan. de 2022Olá, Abrãao! Como vai?
Agradecemos sua visita em nosso site!
Como é bom saber que existem pessoas que desejam aprimorar seus conhecimentos!
Em breve, uma de nossas consultoras entrará em contato com mais informações sobre o Curso Controle de Formigas Cortadeiras.
Atenciosamente,
Lorena Tolomelli.
João Carlos Peixoto de Castro Palhares
7 de jun. de 2021Muito bom.
Resposta do Portal Cursos CPT
7 de jun. de 2021Olá, João Carlos
Como vai?
Agradecemos sua visita ao nosso site!
Ficamos felizes em saber que você gostou de nosso artigo.
Atenciosamente,
Erika