
O solo brasileiro é predominantemente ácido, com exceção de algumas áreas do nordeste. Essa acidez tem como fonte os grupos ácidos dos minerais de argila, a ação de agentes de intemperismo e cultivos, e a reação de alguns fertilizantes, explica Júlio César Lima Neves, professor do Curso CPT Aplicação Econômica de Adubos.
Nos solos ácidos, o alumínio é considerado o grande vilão das plantas por diversos motivos, entre os quais destacam-se:
- É tóxico para a maioria dos cultivos de interesse econômico;
- Interfere na disponibilidade de outros nutrientes;
- Promove raízes curtas ou grossas;
- Predispõe a planta a infecções fúngicas;
- Inibe a divisão celular;
- Inibe a atividade de enzimas, da respiração e da síntese de DNA; e
- Interfere na absorção/utilização de nutrientes como cálcio e fósforo.
São exemplos de plantas mais resistentes ao alumínio: eucalipto, braquiária, mandioca, arroz sequeiro e cana-de-açúcar. Exemplos de plantas mais sensíveis ao alumínio: hortaliças, soja, milho, algodão e frutíferas em geral. Para diminuir a toxidez do alumínio e do manganês, e aumentar o pH do solo por meio do aumento da concentração de Ca e Mg, que são cátions de reação básica, a calagemé a prática mais indicada. O aumento de produção que a calagem proporciona é tão alto, que chega a superar todos os custos da sua aplicação.
Os corretivos de acidez mais utilizados são os calcários comuns, os calcários calcinados e os silicatos de Ca e Mg. As características mais importantes que um corretivo dessa natureza deve possuir são:
• Poder neutralizante (PN) → De natureza química, esta característica se relaciona com o componente químico do corretivo (conteúdo de bases);
• Eficiência relativa (ER) ou reatividade (RE) → De natureza física, corresponde à granulometria do corretivo;
• Poder relativo de neutralização total(PRNT) → é calculado a partir da fórmula PRNT% = (PN% x RE%)/100, portanto integra as duas características anteriores. O resultado do cálculo do PRNT aponta o percentual das partículas do corretivo que produzem seus efeitos em um período de tempo de três meses; e
• Relação Ca/Mg → diz sobre a qualidade do material corretivo. A legislação brasileira prevê dois tipos: os calcários calcíticos (0 a 4% de MgO) e os calcários dolomíticos (> 5% MgO).
Para calcular a quantidade de corretivo necessária, é preciso considerar o referencial da necessidade de calagem (NC), o tamanho da área onde se vai aplicar o produto (SC), a profundidade da incorporação (PF, mas também pode ser escrito como EC) e o PRNT do corretivo.
A partir desses dados, calcula-se:
Quantidade de corretivo a aplicar QC = NC (t/ha) x SC (%)/100% x PF(cm)/20 cm x 100%/PRNT (%)
Aprimore seus conhecimentos sobre o assunto. Leia a(s) matéria(s) a seguir:
- Amostragem e análise do solo para aplicação econômica de adubo
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Por Silvana Teixeira.
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