A operação de plantio talvez seja a mais importante entre muitas outras operações que caraterizam o processo operacional da produção de morangos. Podemos considerar que o processo de plantio começa com um conjunto de operações antecedentes ao ato de plantar, onde a primeira coisa a fazer é uma limpeza na muda removendo folhas velhas e danificadas, estolhões ou cipós, rebentos e também o excesso de folhas verdes, principalmente as folhas muito grandes. "Essa poda na muda é realizada com objetivo de diminuir a probabilidade de a muda perder água (desidratar) para o solo ou para o meio", afirma Dr. Afonso Peche Filho, professor do Curso a Distância CPT, Produção de Morango Orgânico.
Ainda nesta fase, é muito importante um exame criterioso no sistema radicular e nas folhagens no sentido de detectar algum foco de doença. Qualquer detalhe que indique um possível sinal de doença, a muda tem que ser eliminada, sendo queimada imediatamente. Neste exame, ainda há possibilidade de eliminar, se necessário for, um excesso de raiz, podando-as e deixando-as com o comprimento de no máximo por volta de 7 a 10 cm. Muda com raiz muito comprida aumenta a possibilidade de ocorrer o enovelamento na ocasião do plantio. Por fim, o exame da muda deve proporcionar uma classificação das mesmas por tamanho em, pelo menos, três categorias, pequenas, médias e grandes. Esse detalhe garantirá canteiros com plantas uniformes. Após a classificação, as mudas serão amarradas em maços e estarão prontas para o plantio no campo.
A sequência operacional segue, portanto, da seguinte forma:
1- Desinfecção de mãos e instrumentos
2- Remoção de folhas velhas e danificadas
3- Remoção de estolhões (cipós) e repentos
4- Retirada do excesso de folhas (número e grandeza)
5- Exame minucioso:
5.1- Busca de pontos “negros”(sintomas)
5.2- Busca de anomalias (hematomas etc)
5.3- Exame de raízes
5.4- Retirada do “excesso” de raízes (a partir de 10 cm)
5.5- Classificação (pequenas, médias e grandes)
5.6- Arrumação de maços e mudas
6- Queima das partes vegetais e mudas descartadas
7- Desinfecção constante de mãos e instrumentos
8- Hidratação das mudas (maços).
Em sequência, vem as atividades de “plantar” que também podem ser caracterizadas como um conjunto operacional onde podemos destacar, de início, o revolvimento do solo no sentido de controlar o mato e arejar a terra, e a sempre interessante “irrigação de plantio”, que consiste em aplicar uma lâmina d’água sobre o solo dos canteiros com o objetivo de colocar a muda em solo ameno e molhado. Em sequência, marca-se no canteiro o local de plantio e com um gabarito no espaçamento desejado.
Para plantar, o agricultor deve segurar a muda com uma das mãos posicionando os dedos ao redor da coroa e com a outra mão abrir a cova, fendilhando o solo o suficiente para caber o sistema radicular da muda, posicionando a mesma de forma que a coroa receba terra somente até a região do colo (onde acaba o caule e começa as raízes) e tomando-se o cuidado de não aprofundar muito a muda, nem deixá-la muito rasa. A profundidade adequada é aquela que cobre totalmente as raízes, porém a terra não chega nem perto da gema apical (“miolo”). Esse detalhe de plantio talvez seja a razão do sucesso ou do fracasso da lavoura. A região central da muda (“miolo ou olho”) não pode receber sequer um grãozinho de areia sob a penalidade de apodrecer ou retardar em muito o desenvolvimento da planta.
Em resumo, as atividades de plantar seguem os seguintes passos:
1- Revolvimento do solo
2- Irrigação pré-plantio
3- Marcação com gabarito
4- Segurar a muda posicionando os dedos ao redor da coroa
5- Fendilhar o solo
6- Posicionar a mudo no solo, de maneira correta (altura do colo)
7- Compactar a terra em volta da muda de forma não contaminar a região central
8- Irrigação pós-plantio.
Atualmente, encontra-se ainda em bastante uso a técnica de encanteiramento de mudas, no sentido de “guardar” as mudas que estão esperando a hora de irem para o lugar definitivo.
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Por Silvana Teixeira.
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