O principal trato cultural da lavoura de inhame é a realização de capinas até os 100 primeiros dias após o plantio, pois as plantas são muito sensíveis à competição com ervas. Na fase inicial da cultura, as capinas devem ser feitas em faixas, limpando-se junto às plantas e mantendo-se uma faixa de mato de cerca de 20 centímetros entre as linhas da cultura do inhame orgânico.
Em seguida, na ordem de importância, classificam-se a adubação em cobertura, a irrigação e o tutoramento, conforme abaixo:
- Adubação em cobertura
A adubação em cobertura deve ser feita em torno de 90 dias após o plantio. Aplica-se o adubo lateralmente às linhas de plantio, e cobre-se com terra por ocasião da capina. A dosagem é de 5 toneladas por hectare de composto orgânico ou de esterco de gado curtido.
- Irrigação
Quando plantado durante o período chuvoso, o inhame não precisa de irrigação, pois é bastante resistente à seca, suportando bem os períodos de veranico. No caso da antecipação do plantio para julho ou agosto, em locais de inverno ameno, o uso de irrigação após o plantio apressa a brotação e favorece o desenvolvimento inicial das plantas. Dessa forma, é possível obter colheitas precoces e melhores preços na comercialização.
- Tutoramento
O tutoramento é feito com varas com dois metros de comprimento. Pode-se utilizar uma vara por planta ou uma para cada duas plantas, para economizar. Também pode-se fazer o tutoramento na forma de cerca cruzada, semelhante ao utilizado na cultura do tomate. O tutor é fincado na leira, bem firme. A planta se desenvolve sobre tal apoio, enroscando-se sozinha.
Controle de pragas e doenças
São relatadas algumas doenças que atacam o inhame, como por exemplo, fungos dos gêneros Cercospora, Colletotrichum, Gloesporium que atacam as folhas; e Bothryodipoida e Phythium, que causam o apodrecimento dos rizomas. Além disso, o vírus do mosaico pode causar danos econômicos.
Quanto às pragas, as larvas de Heteroligus meles (Coleoptera-Scarabidae) são as mais conhecidas pelo ataque dos rizomas. Aspidiella hartii (Homoptera Coccidae) pode infestar os rizomas armazenados. Outro inimigo do cultivo é o nematoide Scutellona bradis, que é controlado com a rotação de culturas.
Apesar da referência do ataque dessas pragas e doenças, observa-se que o inhame é uma planta bastante rústica, que resiste bem ao ataque desses organismos, não havendo danos econômicos significativos, principalmente se o sistema estiver equilibrado, através do uso de práticas de cultivo orgânico.
Colheita
O ciclo do inhame, do plantio à colheita, dura de oito a dez meses. O ponto de colheita manifesta-se quando as folhas ficam amarelas e os ramos secam. A colheita manual é feita com auxílio de enxada ou enxadão, tomando-se cuidado para não ferir os rizomas. Em seguida, eles são recolhidos e colocados em caixas.
Para comercializá-los, é preciso limpar a terra e retirar as raízes. Pode-se lavar os rizomas, deixando-os secar em seguida, como foi feito com o taro. Para estoque, o inhame deve ser colocado em galpão arejado e fresco, sendo os tubérculos espalhados em uma camada fina. Assim, o inhame pode ser estocado por até dois meses. A produtividade do inhame no sistema convencional em culturas rasteiras é de 15 a 25 toneladas por hectare de rizomas comercializáveis.
Em culturas tutoradas, a produtividade chega a 40 toneladas por hectare. Por observações práticas em nível de propriedades orgânicas, o rendimento nestes casos podem ser similares aos relatados para o sistema convencional.
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Por Silvana Teixeira.
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