A agricultura orgânica é um método que visa o estabelecimento de sistemas ecologicamente equilibrados e estáveis.
Desde 29 de dezembro de 2007, a agricultura orgânica, no Brasil, passou a ter critérios para o funcionamento de todo o seu sistema de produção, desde a propriedade rural ao ponto de venda, sendo esses expressos na Lei nº 10.831/2003, que inclui a produção, armazenamento, rotulagem, transporte, certificação, comercialização e fiscalização dos produtos. A certificação garante ao produtor a valorização do seu produto e a geração de emprego e renda familiar, além da preservação do meio ambiente para as gerações futuras. O que também atende a um mercado consumidor cada vez mais exigente quanto a qualidade.
Agricultura orgânica
Os métodos alternativos de agricultura são modernos, desenvolvidos em sofisticado e complexo sistema de técnicas agronômicas, cujo objetivo principal não é a exploração econômica imediatista e inconsequente, mas, sim, a exploração econômica por longo prazo, mantendo o agroecossistema estável e autossustentável. Leis e princípios ecológicos e de conservação de recursos naturais constituem, assim, parte integrante desses métodos. As questões sociais são prioritárias, procurando-se preservar métodos agrícolas tradicionais apropriados, ou aperfeiçoá-los.
Sendo assim, a agricultura orgânica pode ser definida como sendo “um método de agricultura que visa o estabelecimento de sistemas agrícolas ecologicamente equilibrados e estáveis, economicamente produtivos, de elevada eficiência quanto à utilização dos recursos naturais de produção e socialmente bem estruturados, que resultam em alimentos saudáveis, de elevado valor nutritivo e livres de resíduos tóxicos, e em outros produtos agrícolas de qualidade superior, produzidos em total harmonia com a natureza e com as reais necessidades da humanidade”.
Isso engloba a proteção da saúde do agricultor, uma vez que é o trabalhador quem mais tem sofrido problemas de contaminação e, em alguns casos, até morte pelo uso de venenos nas lavouras. Além de aspectos importantes relacionados aos possíveis impactos dos agrotóxicos à saúde humana, aos animais domésticos, à vida selvagem, à contaminação dos solos e das águas, às interferências nos ecossistemas e na própria agricultura,
Adubação orgânica
A adubação orgânica é feita por meio da utilização de vários tipos de resíduos de origem animal, vegetal e agroindustrial utilizados na compostagem, que além de promover a ‘higienização’ da matéria orgânica, permite obter um produto parcialmente mineralizado, de maior eficácia na nutrição das plantas em sistemas orgânicos de produção de hortaliças.
Adubação verde
Consiste na prática de se incorporar ao solo massa vegetal não decomposta, como a utilização de plantas em rotação, sucessão ou consorciação com as culturas, incorporando-as ao solo ou deixando-as na superfície, visando-se à proteção superficial, inclusive a profundidades significativas. Eventualmente, partes das plantas utilizadas como adubos verdes podem ter outras destinações como, por exemplo, produção de sementes, fibras, alimentação animal, etc.
O uso de plantas leguminosas como adubo verde é fundamental em sistemas orgânicos de produção, pois permite a melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo, destacando-se a fixação biológica de nitrogênio, elemento indispensável para um bom crescimento das plantas. As espécies de adubos verdes mais utilizadas são a Mucuna preta, Crotalária, Feijão guandu, Lab- Lab, Canavália, dentre outros.
Como fazer mudas das hortaliças
A propagação das hortaliças pode ser realizada via semente botânica ou utilizando-se de partes das plantas do cultivo anterior (rebentos, tubérculos, bulbos, ramas, etc.), a qual chamamos de propagação vegetativa.
Na propagação das hortaliças em sistema orgânico, evitar problemas futuros é uma necessidade e, portanto, deve-se estar atento a alguns critérios fitossanitários e de seleção genética, tais como evitar a utilização de partes das plantas que apresentaram sintomas de doenças; utilizar sementes ou partes de plantas de indivíduos identificados durante a fase vegetativa e na fase de colheita, que apresentaram boa características produtivas. Quando necessário, proceda o tratamento das mudas antes do plantio; a quebra de dormência de sementes e o pré-enraizamento de mudas; e respeite os critérios de propagação e seleção da cada espécie.
Irrigação
A qualidade da água para irrigação em propriedades orgânicas deve ser a primeira preocupação na atualidade, devido à poluição das fontes de superfície por resíduos industriais, municipais e agrícolas. Portanto, é preciso fazer inspeções e análises da qualidade da água que será oferecida ao cultivo.
Em propriedades orgânicas, recomenda-se adotar o sistema de caixas secas em estradas e carreadores. Esse método ajuda a controlar a erosão, conservar estradas e carreadores, retardar o escoamento superficial, evitar assoreamento de leitos de rios e lagos, reintroduzir água no lençol freático e disponibilizá-la para manutenção das nascentes durante o ano todo, proporcionando estabilidade na vazão.
De maneira geral, o sistema de irrigação por aspersão se aplica à maioria das espécies hortícolas cultivadas organicamente. Entretanto, para culturas como a batata e o tomate, que são sensíveis a doenças foliares causadas por fungos, principalmente a requeima, torna-se necessário empregar irrigações por infiltração.
Por:Patrícia Tristão.
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