A maioria das espécies tem no néctar e no pólen das flores a sua principal fonte de nutrientes, mas existem, ainda, algumas espécies que são carnívoras e outras ladras, vivendo apenas da pilhagem dos ninhos de outras abelhas. Como já vimos, a super-família Apoidea é formada por diversas famílias. Dentre as famílias, a que apresenta hábitos sociais mais avançados é a família Apidae, composta por quatro subfamílias: Apíneos, Meliponíneos, Bombíneos e Euglossíneos.
As abelhas são insetos sociais, que vivem em grandes comunidades, onde a ordem do dia é sempre a preservação da espécie. Podem ser encontradas em ocos de tocos de árvores, em buracos nos barrancos e pedras, em cupinzeiros desocupados e em outros locais que as protejam de intempéries. Vivem em colmeias, que são caixas de madeira, cuidadosamente construídas, respeitando-se todo um espaço interno (espaço abelha).
Uruçu é uma palavra que vem do tupi eiru su, que nessa língua indígena significa abelha grande. Essa nomenclatura está relacionada com diversas abelhas do mesmo gênero, encontradas não só no Nordeste, mas também na região Norte. No Brasil, existe a Uruçu amarela (Melipona rufiventris), bem como a Uruçu Verdadeira ou Uruçu do Nordeste (Melipona scutellaris). A tendência, porém, é a de reservar o termo Uruçu para a abelha da zona da mata do litoral baiano e nordestino.
As abelhas, magníficos seres, possuem sangue frio (hemolinfa) e, para sobreviverem, necessitam de uma temperatura interna do seu habitat entre 30 e 36ºC., fundamental para a eclosão dos ovos, desenvolvimento das larvas e amadurecimento do mel. Dessa forma, o meliponicultor deve ser cuidadoso, oferecendo aos enxames um ambiente tão aconchegante quanto o que as abelhas possuíam no seu habitat natural.
A origem do seu nome Iraí, como não poderia deixar de ser, vem do Tupi e significa (Ira: abelha, mel/ Y: rio). O Rio do Mel, o Rio Doce. Abelha indígena, pertencente a tribo dos Trigonini, constroem um berço real, ou seja, uma realeira, na periferia dos favos de cria, para que venha nascer uma nova rainha. Constrói seus ninhos nos locais mais variados, tal como muros de pedras, blocos de cimento, tijolos vazados e, com preferência, em ocos de árvores, por isso, é muito comum encontrá-las em regiões urbanas.
A criação de abelhas Jataí (Tetragonisca angustula) tem se firmado como uma boa opção aos meliponicultores. A Jataí tem algumas vantagens sobre as africanizadas ou europeias, pertencentes à família Apis: é uma abelha bastante rústica, que tem grande capacidade para fazer ninhos e sobreviver em diferentes ambientes, inclusive em zonas urbanas.
Mandaçaia é uma palavra indígena que significa vigia bonito (mandá: vigia / çai: bonito), fato este por se observar no orifício de entrada da colmeia uma abelha sempre presente, ou seja, a vigia. A Melipona mandacaia é uma abelha social brasileira, de cabeça e tórax pretos, abdome (com faixas amarelas interrompidas no meio de cada segmento) e asas ferrugíneas. Também é conhecida pelos nomes de Amanaçaí, Amanaçaia, Manaçaia e Mandaçaia-Grande.
A espécie escolhida para a criação deverá obedecer ao critério de escolha do local de instalação do meliponário. No entanto, o meliponicultor deverá adotar alguns cuidados essenciais para manter colmeias vantajosas. Na escolha das espécies que serão criadas, deve-se dar preferência às que são nativas da região onde está o meliponário, ou, em todo caso, as espécies procedentes de áreas vizinhas ou de ecologia compatível.
O mel das abelhas sem ferrão é considerado o mais delicioso que existe, além de ser diferenciado por sua consistência, aroma, coloração e sabor. Além disso, quase todas as características físico-químicas desse mel atendem aos padrões exigidos pela legislação brasileira, com base no mel da Apis mellifera. Uma das grandes vantagens do mel das abelhas sem ferrão refere-se ao teor de açúcar do mel das melíponas e trigonas, menor que o mel das Apis, chegando a 70%.
O ideal é que a espécie escolhida para a criação tenha as seguintes características: -Existir em quantidade; -Ser criada há muito tempo racionalmente; -Produzir mel em quantidade; -Não possuir hábitos sujos; -Existir na região; -Ser de fácil multiplicação. É importante o meliponicultor tome alguns cuidados gerais como: -Em épocas de escassez de flores, pode ocorrer falta de alimento nas colmeias, especialmente em áreas superpovoadas.