Você é medico veterinário e trabalha com gado de corte? Saiba, então, que uma de suas funções principais será manejar e avaliar a alimentação do gado. Para isto, entender e praticar algumas estratégias farão muita diferença para o seu sucesso profissional. Você está preparado?
No Brasil, no período seco do ano, a falta de pasto faz com que o pecuarista tenha vários problemas para garantir o ganho de peso do gado de corte. Portanto, se há interesse em manter ou aumentar o ganho de peso dos bovinos, em comparação aos ganhos conseguidos no período das águas, deve-se fornecer uma alimentação mais equilibrada do que aquela existente nos pastos durante a época problemática. Sendo assim, o confinamento é usado para essa finalidade. O sistema consiste, basicamente, no arraçoamento dos bovinos fechados em curral, por um determinado período de tempo.
O confinamento do gado melhora o desempenho produtivo dos rebanhos leiteiro e de corte e gera excelentes resultados ao pecuarista. São vários os sistemas de confinamento e a escolha entre um e outro depende dos objetivos do produtor, além de outros fatores. Por meio deles, os bovinos são distribuídos em lotes e transferidos para baias, currais ou piquetes onde recebem uma dieta balanceada oferecida em cochos.
O manejo no confinamento do gado deve ser feito sempre de forma calma, evitando que os bovinos se estressem e que ocorram acidentes. As vacinações, pesagens, o embarque, desembarque e transporte também devem ser feitos de maneira cuidadosa, evitando edemas e machucados, que venham a prejudicar a qualidade da carne, especialmente de cortes nobres.
O confinamento para engorda e terminação de bovinos de corte tornou-se uma estratégia fundamental para a intensificação da pecuária de corte. Estudos recentes apontam que a escassez de pastagens é uma das principais consequências das mudanças climáticas oriundas do período da seca, onde a incidência de chuvas é baixa e a temperatura também decresce. Essa situação, por si só, já resulta em uma considerável diminuição de lucros e consequente aumento de custos para o pecuarista e, com isto, o produtor foi obrigado a investir em outros aspectos, como confinamento do rebanho, genética animal e qualidade de alimentos, procurando reduzir, assim, o período de confinamento.
Segundo Paranhos da Costa, 2002, o conceito de bem-estar animal está diretamente associado às condições de qualidade de vida e tem uma relação direta com a qualidade da carne. Esta premissa, por sua vez, há tempos vem despertando a atenção de técnicos e pecuaristas com vistas a atender uma demanda crescente da população, ávida por produtos cárneos que respeitem os princípios de bem-estar animal e da mais alta qualidade. Para tal, os bovinos de corte em confinamento necessitam de alguns cuidados especiais. São eles:
Os suplementos para gado de corte são indispensáveis à dieta dos bovinos, porque melhoram a nutrição, contribuem com a engorda dos animais e maximizam o desempenho produtivo do rebanho. Esses suplementos podem ser proteicos, energéticos ou proteico-energéticos, todos trazem benefícios, principalmente quanto à manutenção da boa saúde e do vigor dos bovídeos.
O confinamento é um sistema de criação de bovinos, no qual lotes de animais são alojados em uma área restrita. No confinamento, os alimentos e água necessários à sobrevivência dos animais são fornecidos no cocho.
O gado, antes de entrar no confinamento, deve ser vacinado contra aftosa, vermifugado, tratado contra ectoparasitas (bernes e carrapatos) e, ainda, de possíveis doenças regionais que podem acometer os bovinos.
O confinamento, por ser um sistema intensivo, possui diversas variáveis, mais do que sistemas menos tecnológicos. Algumas alterações nesse sistema podem comprometer o resultado da engorda dos animais. Segundo Gilmar Ferreira Prado, professor do Curso CPT Bovinos de Corte em Confinamento - Manejo e Gerenciamento, "Os cuidados preventivos com a saúde dos animais no confinamento são fundamentais, pois o tempo de confinamento é tão curto que a maior parte das enfermidades acaba determinando a retirada do animal doente dos lotes de engorda. A sodomia, por exemplo, que consiste no ato de um animal montar o outro, é um fenômeno muito frequente nos confinamentos, principalmente quando temos maior quantidade de animais sem castrar (animais inteiros)".