Para obter um intervalo entre os partos de 12 meses, e alcançar maior eficiência produtiva, é preciso que a vaca leiteira emprenhe até 90 dias após a parição, apesar de no Brasil este tempo médio ser de 18 meses. Não detectar o cio de vacas a tempo em propriedades leiteiras é uma falha que custa caro à produção, já que a inseminação é atrasada, aumentando o intervalo entre partos, reduzindo a produtividade leiteira e o número de bezerras nascidas. Mas, os prejuízos não param por aí. Quando não se percebe o cio, o produtor tem seus gastos elevados, pois tem de custear a manutenção de vacas improdutivas.
Uma correta observação do cio em vacas é fundamental para o sucesso da inseminação, ou seja, depois que se adota a inseminação, o rebanho não terá mais o touro, a não ser em caso de opção por repasse. A detecção do cio, então, terá de ser feita de uma forma alternativa, surgindo a necessidade de técnicas para reconhecimento do cio entre as vacas.
Nos Concursos de Vacas Leiteiras, muito comuns em exposições agropecuárias em todo o Brasil e no exterior, a avaliação da aparência física do animal conta como item classificatório. Neste sentido, analisa-se toda a estrutura externa da vaca, ou seja, entram na classificação itens como garupa, estatura, frente anterior, dorso, entre outros.
Fatores como idade adequada, boa condição nutricional, presença de fotoperíodo longo (16 h/dia) e temperaturas mais quentes são essenciais para que a égua entre no cio. Essas condições estão inter-relacionadas, pois é exatamente quando os dias se tornam mais longos e a temperatura aumenta que a pastagem se torna mais exuberante, melhorando o escore nutricional dos animais que tiverem acesso a ela.
Detectado o cio, a vaca ou novilha deve ser levada para o curral e identificada para ser inseminada no momento adequado. A partir de então, iniciam-se os passos da inseminação propriamente dita. Na checagem dos registros, a vaca e os materiais utilizados para inseminar são preparados. O primeiro passo é verificar na ficha da vaca se existe alguma informação que possa impedir a sua inseminação. Não se deve inseminar vacas com menos de 35 dias de parida ou que tenham apresentado cio há menos de 18 ou mais que 24 dias. Em seguida deve-se conferir se todos os materiais a serem usados na inseminação encontram-se disponíveis e limpos. Verifica-se, também, onde o sêmen escolhido encontra-se no botijão.
A nutrição adequada de vacas leiteiras é primordial para aumentar ao máximo a capacidade de resposta a infecções adquiridas não somente devido aos efeitos desastrosos de dietas não balanceadas, mas, principalmente, porque a ingestão insuficientes de alguns micronutrientes pode reduzir substancialmente a imunidade da glândula mamária. É fundamental, portanto, garantir, por meio de um balanceamento da dieta e do manejo alimentar, que adequados níveis de alguns nutrientes sejam fornecidos para as vacas.
No Workbook, documento preparado por um grupo de especialistas em julgamento e na avaliação de vacas leiteiras, estão descritas todas as terminologias utilizadas pelos juízes ao avaliar um determinado animal. Este documento tem como objetivo auxiliar a exposição oral do jurado (ao explicar para o público que expõe animais ou assiste ao julgamento de animais) quando faz suas considerações sobre as vacas leiteiras participantes dos concursos nas exposições agropecuárias. No Brasil, os juízes geralmente também empregam, de certa maneira, os mesmos chavões na hora de explicar a ordem de animais dentro de cada categoria, enfatizando os pontos positivos e (ou) negativos de um animal para justificar o ordenamento dos animais classificados. Essas terminologias estão expressas em termos positivos e negativos para cada grupamento de características. Veja os gráficos de terminologias abaixo:
As raças de vacas leiteiras taurinas apresentam elevado desempenho e alta produtividade. Embora elas sejam dóceis e apresentem boa conversão alimentar, elas não apresentam rusticidade, o que as torna mais sensíveis. Mesmo assim, por serem excelentes produtoras de leite, as vacas europeias são utilizadas em cruzamentos para geração de animais mais produtivos e resistentes.
No período de secagem, tanto o volume de leite como a pressão no úbere aumentam significativamente com o acúmulo de leite. Como consequência, ocorrem vazamentos nos tetos da vaca, o que favorece a penetração de bactérias causadoras da mastite. Geralmente, alguns sinais comprovam essa disfunção, como fluxo de leite dos tetos ou leite no chão logo abaixo do úbere da vaca.
Alimentar e manejar corretamente as vacas de leite durante o ciclo da lactação e gestação é de importância capital para o sucesso zootécnico, econômico e financeiro de um rebanho leiteiro. “Não se apresenta como uma simples tarefa de juntar ingredientes formulando um concentrado, acrescentá-lo a forragens conservadas, preparando uma ração completa em um sistema de confinamento ou sua combinação para suplementação de vacas mantidas a pasto”, explica Dr. Luciano Patto Novaes, professor do Curso CPT Manejo da Vaca Gestante no Parto e Pós-Parto.