Aprender a ler com maior velocidade e compreensão requer, antes de tudo, perseverança e muita vontade. É preciso ter coragem para desaprender e aprender, pois se trata de mudança de hábito, mas vale a recompensa, por isso, vale a pena insistir no aprendizado. Não faça com antecedência nenhum julgamento sobre as técnicas e estratégias utilizadas. É preciso planejar as ações, estabelecendo o objetivo: ler cada vez mais rápido e com maior compreensão; e as metas: fazer os exercícios, diariamente, em um determinado tempo e hora, e cumpri-las.
Quando não compreendem algumas palavras, as pessoas tendem a voltar e reler. Isto só atrapalha, porque corta o raciocínio ou o todo do texto. Lendo sem retornar, provavelmente o decorrer da leitura possibilitará a compreensão do todo sem necessidade de se preocupar com as partes. Assim, retornar a leitura leva as pessoas a criar esse hábito, a se cansar e a achar a leitura chata, de difícil compreensão. Da mesma forma, o movimento da cabeça para os lados, para baixo e para cima dificulta a leitura, além de provocar cansaço. Quando se lê, movimenta-se somente os olhos.
Por meio da leitura, o vocabulário, a articulação das palavras e a entonação adequada fazem com que aprendamos a nos concentrar e a expandir a nossa imaginação. Com a leitura, compartilhamos emoções, descobrimos tradições culturais e tantas outras manifestações da vida íntima e social do ser humano. A leitura estimula nosso lado lúdico e nossa percepção, possibilitando nossa completa integração social.
Inicialmente, devemos considerar que qualquer tipo de atividade humana envolve algum tipo de leitura, seja a leitura das formas, das cores, dos sinais, ou das letras. Todas têm por objetivo um texto. O texto é, pois, sempre um recorte de uma imensa rede de relações que está em permanente interação. Por outro lado, quando falamos da leitura das letras, é preciso criar um ambiente favorável à leitura, em que se tenha plena consciência das vantagens de se ler. Para isso, entretanto, será necessário despertar o desejo de ler. E esse é um trabalho também para o professor.
Um fator de tamanha importância para a leitura é a intertextualidade. Em outras palavras, a forma como se dá a recepção da mensagem depende das particularidades de cada criança. Até mesmo o autor pode intertextualizar o que elabora, por meio de referências ou alusões explícitas a outros textos, outros autores e situações, consciente ou inconscientemente. Dessa forma, concluímos que tanto a escrita quanto a leitura são as faces de uma mesma moeda.
A atividade que mais estimula o desenvolvimento da memória é a leitura, conforme indicam diversos estudos sobre o funcionamento do cérebro. A leitura requer o emprego simultâneo e rápido de memórias visuais e de linguagens, estimulando paralelamente tanto a memória visual como as vias dos sentimentos e das emoções. Por isso, nada exige tanto do cérebro, em tão pouco tempo, como a leitura.
Sistematizar a leitura é fundamental, para torná-la mais efetiva para a aprendizagem. A leitura é componente indissociável do ensino, uma ferramenta que tem a capacidade de levar informações objetivas, científicas, em grande volume. É um recurso capaz de causar emoções, de transmitir alegria e tristeza, de difundir ideias e ilusões. Pode não ser a forma mais eficiente de levar à aprendizagem, se comparada às atividades práticas e às observações de fenômenos, por exemplo, mas é a forma universalmente aceita de passar informações que, dependendo do contexto, certamente, podem se transformar em conhecimento.
Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler, à medida que se vive. Se ler livros geralmente se aprende na escola, outras leituras se aprendem por aí, na chamada escola da vida. Ler é aproximar-se do imaginário, é ter a curiosidade saciada, é descortinar um mundo repleto de conflitos e vitórias. Como entre tais coisas e tais outros incluem-se também livros e leitores, fecha-se o círculo: lê-se para entender o mundo, para viver melhor.
Escrever um livro é uma maneira de eternizar e compartilhar ideias, pensamentos e sabedorias. No entanto, as palavras do autor não são rígidas e definitivas. Elas são flexíveis e permitem que cada pessoa interprete o texto de acordo com as suas próprias histórias, convicções e experiências. O livro não é um objeto acabado, ele depende do leitor para significar. Dessa forma, um dos inúmeros benefícios proporcionados pelo hábito da leitura é o prazer do leitor em se envolver completamente com o texto, criar situações, imaginar lugares e personagens. O leitor é, portanto, sujeito ativo e indispensável para dar vida ao amontoado de palavras do qual o livro se constitui.
Ler com rapidez e compreender o que leu é uma tarefa que exige muito treino e paciência. Além disso, deve-se planejar as ações (estabelecendo o objetivo "ler cada vez mais rápido e com maior compreensão"), e as metas ("fazer os exercícios diariamente em um determinado tempo e hora") e cumpri-las. Cumprindo metas, você estará cada vez mais próximo do objetivo e, quanto mais próximo dele, maior é o entusiasmo e a motivação.