Que posição de conforto tem o Brasil, que, neste momento de preços elevados do petróleo, de crescente demanda mundial por energia elétrica e por sustentabilidade, está sentado confortavelmente sobre um combustível renovável - o etanol produzido da cana-de-açúcar.
Quimicamente falando, os biocombustíveis são considerados uma composição de ésteres etílicos ou metílicos de ácidos graxos de cadeia longa. O processo mais comum para sua produção é a reação de óleo vegetal ou gordura animal com um álcool. A presença de um ácido, uma base ou enzima incentiva a reação, sendo usada como catalisador. Esse processo é conhecido, na indústria, por transesterificação, que proporciona, além do biodiesel, a glicerina. O álcool mais utilizado nessa produção é o metanol, devido ao alto custo do etanol, por isso o processo é conhecido como transesterificação metílica. Essa é a tecnologia mais utilizada no mundo, mas, no Brasil, há algumas usinas que utilizam a rota etílica (CHING e RODRIGUES, 2006).
Em seu primeiro ano, Obama investiu em energias limpas quase US$ 90 bilhões. Dados recentes da UNFCCC - United Nations Framework Convention on Climate Change, colocam China e Estados Unidos como os maiores emissores de gases de efeito estufa do planeta, com aproximadamente 41,7% do gás carbônico emitido e com 37,46% dos demais gases que compõem o total dessas emissões. O prognóstico para ambos os países não é bom, salvo se as medidas de mitigação desses gases forem tomadas em caráter de urgência. Nos Estados Unidos, por exemplo, a indústria é responsável por 30% desses gases, enquanto 28% advêm dos transportes, 17% das atividades comerciais, 17% das atividades residenciais e 8% da agricultura.
Desde meados do século XX, as atividades de geração de energia e logísticas de transportes no mundo dependem do petróleo. Nas últimas décadas, convivemos com o crescente aumento dos custos deste insumo, em decorrência do progressivo esgotamento das suas reservas naturais e das dificuldades de extração e transporte dessa matéria-prima. Além disso, em 1973, 1980 e 2006, os históricos choques de abastecimento internacional ratificaram essa dependência.
Como combustível, o álcool pode ser utilizado em motores de ciclo Otto ou Diesel. Nos do ciclo Otto, ele pode ser misturado com a gasolina, na forma de álcool anidro, ou puro, na forma de álcool hidratado. Em motores diesel, ele pode ser misturado com emulsificantes ou com óleo diesel; em motor com duplo sistema de injeção, um para o álcool e outro para o óleo diesel; e, na instalação de sistema de carburação, o álcool é misturado ao ar aspirado pelo motor.
Durante a produção de cachaça, a operação dos alambiques deve passar por etapas a começar pela fervura do álcool (etanol) que é a 78,3oC. Assim, na destilação, no alambique, em sistema descontínuo, obtêm-se três produtos relativamente distintos: cabeça, coração e cauda, afirma José Benício Paes Chaves, professor do Curso CPT Cachaça - Produção Artesanal de Qualidade.