Quando a pastagem perde o potencial produtivo e não consegue se recuperar naturalmente ela está degradada. Em outras palavras, a degradação da pastagem ocorre no momento em que a produção de forrageiras declina a ponto de comprometer a manutenção do rebanho no pasto em dado período.
Quando falamos em áreas degradadas, estamos nos referindo a sítios, que sofreram alterações das suas características biológicas, físicas e químicas, até a degradação das condições ambientais da flora e da fauna. A área degradada pode ser recuperada até a condição de não degradada, sem ser necessariamente igual à original, ou restaurada a uma condição parecida com a original.
Dentre as ações de manejo desequilibradas que provocam a degradação de uma pastagem estão o excesso de animais pastejando, o superpastejo; e a falta de pastejo, o subpastejo. O subpastejo é caracterizado pela sobra de forragem proporcionado pela falta de pastejo e por seu consequente envelhecimento. Segundo Humberto Sório Júnior, professor do Curso CPT Pastoreio Voisin para Gado de Corte,
A degradação é um processo dinâmico. Tem seu ponto inicial, mas terá um fim apenas se o processo for interrompido ou se chegar à destruição total, afirma Ulysses Costa Freire, professor do Curso CPT Impactos Ambientais na Propriedade Rural - Prevenção e Controle, em Livro+DVD. A degradação de uma área pode ser separada em dois estágios que são importantes para planejar e realizar a sua restauração: pode ser uma área alterada ou uma área degradada. Uma área está alterada quando ainda permanece resiliente, mesmo tendo sido antropizada.
A escolha de uma técnica destinada a tirar a pastagem da situação de degradação, se é necessária reforma ou renovação, ou se pode ser aplicada a técnica de recuperação, depende diretamente do nível de degradação encontrado. “Basicamente, a degradação das pastagens é classificada em três fases, sendo que tanto a primeira, como a segunda e a terceira fases são divididas em subfases”, afirma Adilson de Paula Almeida Aguiar, professor do Curso a Distância CPT Recuperação de Pastagens - Método Direto, em Livro+DVD.
As pastagens, para serem produtivas, devem ser encaradas pelos pecuaristas como qualquer outra cultura, que, para produzir satisfatoriamente, extraem nutrientes do solo. De toda forragem produzida, parte é consumida pelos animais que devolvem ao solo uma parcela dos nutrientes extraídos, e outra parcela é exportada na forma de leite, carne, ou mesmo matéria orgânica que é empregada como fertilizante em outras áreas.
Os principais fatores que geram a degradação ou depauperação do solo estão relacionados com a ocupação do solo de forma não planejada e não sustentável. Como resultado, o solo apresenta desiquilíbrio nutricional, compactação e pulverização, queda da atividade biológia e dos níveis de matéria orgânica, acidificação, salinização, perda da estrutura e diminuição da permeabilidade. Isso faz com que o solo torne-se pobre, sem vida, onde as plantas têm dificuldade se desenvolver, interferindo diretamente em sua capacidade de produção.
Medida considerada revolucionária no Brasil, a tecnologia de integração lavoura-pecuária-floresta mostrou-se realmente eficiente em recuperar pastos degradados para a produção agropecuária sustentável. E não pense que a novidade é recente, ela já vem sendo aplicada em diversas fazendas no Brasil e teve seu início 30 anos atrás, principalmente no cerrado.
Os insetos influem de forma significativa na degradação das pastagens e por isso não podem ser desconsiderados. Destacam-se, entre eles, os cupins, as formigas, alguns tipos de lagartas e as cigarrinhas das pastagens. Os cupinzeiros ocorrem em solos ácidos, com pH na faixa de 4 a 5,5, sendo muito comum sua presença em áreas de pastagens degradadas, onde a fertilidade do solo foi esgotada. A preferência por solos ácidos indica que a calagem, no médio prazo, tende a causar a diminuição das reinfestações após o controle.
É possível afirmar que a degradação das pastagens não é um problema isolado. Ela pode ocorrer em qualquer lugar do país, ocasionando baixo aproveitamento do potencial que as forrageiras possuem. Isso se postula como um problema para a pecuária, especialmente pelo fato de que elas constituem boa parte da alimentação de algumas criações.