Para obter um intervalo entre os partos de 12 meses, e alcançar maior eficiência produtiva, é preciso que a vaca leiteira emprenhe até 90 dias após a parição, apesar de no Brasil este tempo médio ser de 18 meses. Não detectar o cio de vacas a tempo em propriedades leiteiras é uma falha que custa caro à produção, já que a inseminação é atrasada, aumentando o intervalo entre partos, reduzindo a produtividade leiteira e o número de bezerras nascidas. Mas, os prejuízos não param por aí. Quando não se percebe o cio, o produtor tem seus gastos elevados, pois tem de custear a manutenção de vacas improdutivas.
Nos Concursos de Vacas Leiteiras, muito comuns em exposições agropecuárias em todo o Brasil e no exterior, a avaliação da aparência física do animal conta como item classificatório. Neste sentido, analisa-se toda a estrutura externa da vaca, ou seja, entram na classificação itens como garupa, estatura, frente anterior, dorso, entre outros.
Detectado o cio, a vaca ou novilha deve ser levada para o curral e identificada para ser inseminada no momento adequado. A partir de então, iniciam-se os passos da inseminação propriamente dita. Na checagem dos registros, a vaca e os materiais utilizados para inseminar são preparados. O primeiro passo é verificar na ficha da vaca se existe alguma informação que possa impedir a sua inseminação. Não se deve inseminar vacas com menos de 35 dias de parida ou que tenham apresentado cio há menos de 18 ou mais que 24 dias. Em seguida deve-se conferir se todos os materiais a serem usados na inseminação encontram-se disponíveis e limpos. Verifica-se, também, onde o sêmen escolhido encontra-se no botijão.
Entre as doenças que acometem o bovino leiteiro, as patologias de casco estão entre as de maior relevância e isto se deve, principalmente, ao fato de os confinamentos estarem cada vez mais intensificados. Mas estes não são os únicos problemas observados pelo produtor, observa-se juntamente com os problemas reprodutivos, a presença de mastite, constituindo assim as três principais causas de descarte de vacas leiteiras nas fazendas leiteiras. Sendo assim, para evitar transtornos maiores e prejuízos, devido a doenças antes e pós-partos, os produtores devem ficar atentos e manter condições mínimas nutricionais, de manejo, de limpeza e de espaçamento nos currais.
A alimentação é o item que mais onera a pecuária leiteira, com 60% do custo total. Por esse motivo, o pecuarista deve realizar um bom manejo alimentar para as vacas, para torná-las produtivas, sem perder de vista o controle dos custos da alimentação. Normalmente, vacas leiteiras criadas em sistema de confinamento apresentam consumo alimentar bem mais eficiente.
O manejo nutricional das vacas é imprescindível para a capacidade reprodutiva do rebanho, sendo que a melhoria alimentar reduziria o intervalo entre partos, mas a falta de proteína e energia na dieta promoveriam um longo período de anestro pós-parto. Entre os efeitos da nutrição das vacas na reprodução, o balanço energético é um dos fatores mais importantes, que deve ser levado em conta pelos pecuaristas.
No Workbook, documento preparado por um grupo de especialistas em julgamento e na avaliação de vacas leiteiras, estão descritas todas as terminologias utilizadas pelos juízes ao avaliar um determinado animal. Este documento tem como objetivo auxiliar a exposição oral do jurado (ao explicar para o público que expõe animais ou assiste ao julgamento de animais) quando faz suas considerações sobre as vacas leiteiras participantes dos concursos nas exposições agropecuárias. No Brasil, os juízes geralmente também empregam, de certa maneira, os mesmos chavões na hora de explicar a ordem de animais dentro de cada categoria, enfatizando os pontos positivos e (ou) negativos de um animal para justificar o ordenamento dos animais classificados. Essas terminologias estão expressas em termos positivos e negativos para cada grupamento de características. Veja os gráficos de terminologias abaixo:
As raças de vacas leiteiras taurinas apresentam elevado desempenho e alta produtividade. Embora elas sejam dóceis e apresentem boa conversão alimentar, elas não apresentam rusticidade, o que as torna mais sensíveis. Mesmo assim, por serem excelentes produtoras de leite, as vacas europeias são utilizadas em cruzamentos para geração de animais mais produtivos e resistentes.
Em um concurso de vacas leiteiras é importante que o jurado tenha muito conhecimento da raça a ser julgada e que tenha habilidade para reconhecer os pontos de conformação desejáveis e indesejáveis. O juiz deve ter olho clínico e ser capaz de classificar as vacas por comparações.
Alimentar e manejar corretamente as vacas de leite durante o ciclo da lactação e gestação é de importância capital para o sucesso zootécnico, econômico e financeiro de um rebanho leiteiro. “Não se apresenta como uma simples tarefa de juntar ingredientes formulando um concentrado, acrescentá-lo a forragens conservadas, preparando uma ração completa em um sistema de confinamento ou sua combinação para suplementação de vacas mantidas a pasto”, explica Dr. Luciano Patto Novaes, professor do Curso CPT Manejo da Vaca Gestante no Parto e Pós-Parto.