O plantio do eucalipto é muito semelhante ao plantio de outras espécies agronômicas propagadas por mudas. Antes, porém, deverão ser controladas as plantas que possam concorrer com as mudas em sua fase de estabelecimento, logo após o plantio. Estas plantas, além de competir por água e nutrientes, crescem rápido e podem abafar as mudas recém-plantadas. Outro cuidado importante é o controle de formigas cortadeiras, que atacam as mudas intensamente, cortando ramos e folhas, podendo matar a planta ou atrasar seu desenvolvimento.
O cultivo de plantas tóxicas atrativas tem sido bastante pesquisado, com resultados satisfatórios. Uma das plantas mais eficientes é o gergelim (Sesamum indicum), que atrai formigas Atta e Acromyrmex. “O gergelim contém uma substância chamada sesamina, que é fungicida e ataca o fungo cultivado pelas formigas e também as formigas”
O combate das formigas cortadeiras é fundamental em reflorestamentos já que elas constituem fator limitante, causando perdas diretas, como morte de mudas e redução no crescimento de árvores; e indiretas, como diminuição da resistência das árvores a outros insetos e agentes patogênicos, a desuniformização nos povoamentos, em razão das desfolhas, além da quantidade enorme de agrotóxicos aplicada no controle de tais pragas.
Nos reflorestamentos, o combate direto às formigas cortadeiras é constituído, basicamente, pelo tratamento com formulações químicas, denominadas formicidas. Entre as metodologias de combate, estão incluídas as iscas granuladas, pós secos e produtos aplicados por termonebulização. Para usar formicidas, quase sempre é necessário conhecer a área do formigueiro, que é obtida multiplicando-se o maior comprimento da área de terra solta pela sua maior largura. Na prática, o silvicultor mede o formigueiro com passadas largas sobre o monte de terra solta, que, convertidas em metros, permitem obter a área estimada do ninho.
As saúvas (gênero Atta) são as formigas cortadeiras mais conhecidas no Brasil. São reconhecidas por apresentarem grande variação entre o tamanho das operárias, principalmente entre as cortadeiras e os soldados. “Os formigueiros são muito amplos, sendo possível identificar formigueiros com cerca de 200 m2 de terra solta. Também, são muito eficientes quanto ao território e podem cortar folhas a uma distância de até 400 m do ninho”
Guilherme Gjorup, professor do Curso a Distância CPT Controle de Formigas Cortadeiras, explica que as formigas cortadeiras são presentes durante todo o ano, atacam áreas de cultivos, pastagens e florestas de qualquer idade e provocam grandes prejuízos, podendo comprometer a atividade agropecuária.
Com o uso de técnicas preventivas, pode-se manter um nível de ataque baixo e convivermos com as formigas cortadeiras. “Além de serem importantes para todos os agricultores, elas são alternativas para os sistemas de produção de base agroecológicas ou orgânicas, onde não se pode realizar o controle químico que contamina o solo e toda a cadeia do sistema”, afirma Guilherme Barcellos Gjorup, professor do Curso a Distância CPT Controle de Formigas Cortadeiras, em Livro+DVD e Curso Online. Para isso, é necessário conhecer a sua estrutura e alguns de seus hábitos.
A simples presença de colônias de formigas cortadeiras na área cultivada não é motivo para justificar seu combate. Isso só deve acontecer quando elas ameaçarem causar prejuízos que justifiquem, financeira ou estrategicamente, as despesas de combate. No caso de plantios destinados à comercialização, a relação benefício/custo do combate envolve aspectos econômicos; no caso de paisagismo ou de conservação de ambientes, envolve aspectos relacionados à finalidade das árvores no sistema.
Atualmente, as formigas cortadeiras tornaram-se pragas presentes em grande parte das áreas cultivadas, incluindo florestas homogêneas e pastagens, em muitas regiões do continente americano, causando perdas consideráveis na produção das culturas, além de poderem limitar o plantio.
As formigas cortadeiras são insetos com alto grau de organização social em sua sociedade (formigueiro), com estrutura muito complexa e divisão de tarefas bem definida, fundamental para garantir sua sobrevivência. O principal membro é a rainha, que é responsável pela reprodução e geração de novos indivíduos; as operárias são as que ocorrem em maior número e são responsáveis por diversas tarefas como cuidar das larvas e pupas, coletar alimento, cultivar o fungo utilizado com alimento e defender o formigueiro. Já os zangões são os machos que tem a única função de acasalar e fecundar uma nova rainha.