As Abelhas Africanizadas são poliibridos resultantes dos cruzamentos entre a Abelha-Africana, Apis mellifera scutellata, anteriormente classificada como Apis mellifera adansonii, e as raças europeias, Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apis mellifera carnica e Apis mellifera caucasica, que foram introduzidas na América antes da chegada das africanas, em 1956. No entanto, predomina, nas Abelhas Africanizadas, as características morfológicas e comportamentais das Abelhas-Africanas.
A comunicação das Apis mellifera pode ocorrer por meio de sons, substâncias químicas, tato, danças ou estímulos eletromagnéticos. Um dos meios mais importantes de comunicação da Apis é a transferência de alimento, pois, durante a transferência, ocorrem trocas de algumas secreções glandulares entre uma abelha e outra. Esse simples gesto de troca de alimento pode informar a necessidade de néctar e água, odor e sabor da fonte de alimento e as mudanças na qualidade e quantidade de néctar coletado, afetando a postura, a criação da prole, a secreção de cera e o armazenamento do mel, entre outras atividades.
A Apis mellifera caucasica é considerada mansa e bastante produtiva. É uma abelha social, originária do Sul da Rússia. Enxameia com facilidade e produz bastante própolis (bem consistente e pegajoso). É uma espécie sensível ao Nosema Apis (um parasita das abelhas melíferas). Produz menos na primavera, diferentemente da espécie italiana. Além do ferrão, usado como meio de defesa, pode depositar em suas vítimas uma gosma pegajosa, feita de própolis, como se fosse papel de mosca.
A espécie Apis mellifera, oriunda do Velho Mundo, é a mais conhecida entre as abelhas com ferrão. Desde os primórdios, ela vem sendo criada em larga escala para a produção de mel, cera e própolis. No entanto, esta espécie não existia no Brasil. Aqui, só existiam as espécies de abelhas nativas sem ferrão, como as da tribo Meliponini. Quem introduziu as abelhas europeias com ferrão, em nosso país, foram os jesuítas. Estes, em 1839, trouxeram de Portugal enxames para o Rio de Janeiro.
A Apis mellifera scutellata veio do leste da África em 1956. Também conhecida como Abelha-Africana, é uma espécie muito agressiva, polinizadora, enxameadora e migratória. Foi introduzida, no Brasil, na região de Rio Claro-SP, para pesquisas científicas, mas acabou escapando do cativeiro, No cruzamento com as raças aqui existentes, produziu um híbrido que passou a ser chamado de abelha africanizada.
A Abelha-Europeia (Apis mellifera mellifera) é uma abelha social, de origem europeia, pertencente à família Apidae, da ordem Hymenoptera. Além deste nome, recebe os nomes de Abelha-Alemã, Abelha-Comum, Abelha-da-Europa, Abelha-de-Mel, Abelha-Doméstica, Abelha-do-Reino, Abelha-Escura, Abelha-Europa, Abelha-Preta e Oropa. Foi introduzida na América por ingleses e espanhóis. No Brasil, foi introduzida, em 1839, para suprir apiários na produção de mel e cera.
“As abelhas Apis mellifera estão sujeitas a várias doenças, as quais geralmente acarretam sérios prejuízos à apicultura. Os agentes etiológicos (causadores) destas são bactérias, vírus, fungos, protozoários e ácaros”, afirma o Professor Paulo Sérgio Cavalcanti do Curso CPT de Apicultura Migratória — Produção Intensiva de Mel.
As abelhas descendem das vespas que deixaram de se alimentar de pequenos insetos e aranhas para consumirem o pólen das flores há cerca de 135 milhões de anos. Durante o processo evolutivo, surgiram várias espécies de abelhas. Atualmente, existem mais de 20 mil espécies catalogadas, mas acredita-se que existam umas 40 mil espécies ainda não descobertas. Apenas 2% das espécies de abelhas são sociais, como as da subfamília Meliponídea, produtoras de mel.
A Abelha-Italiana é uma variedade da Abelha-Europeia. Também é conhecida como Abelha-Amarela ou Abelha-Italiana-Amarela. Sua baixa agressividade, aliada à alta produtividade e à rápida produção de favos de mel, faz a Apis mellifera ligustica ser muito popular no mundo todo, sendo, de fato, a preferida dos apicultores. No entanto, possui sentido de orientação fraco, por isso, entra frequentemente em colmeias erradas. Dessa forma, acaba furtando mel de outras abelhas.
A Abelha-Carnica produz melhor no inverno, preferindo os climas frios. No entanto, adapta-se bem a qualquer clima. É uma espécie bastante mansa e tolerante a pragas e doenças. É extremamente produtiva em relação ao mel. Quanto à própolis, é considerada pouco propolisadora. Secreta uma substância parecida com melado, chamada Honeydew. São excelentes enxameadoras. Produzem menos que as italianas, mas ainda sim são ótimas produtoras de mel.