O Guzerá dominou a primeira fase do Zebú no Brasil, de 1870 a 1920. Após a abolição da escravatura, além de fatores econômicos diversos, o Guzerá surgiu como uma alternativa viável para substituir a mão de obra escrava no transporte do café, na íngremes montanhas. Além disto, ele também contribuía com o fornecimento de leite e carne às casas grandes. Começaram aí, as grandes importações do Guzerá no Brasil, engrandecendo a pecuária. Prontamente o Estado de Minas Gerais assumiu a dianteira do comércio do zebu, bem como das importações diretas da Índia. Com a grande seca nordestina (1978-83), que dizimou boa quantidade do rebanho regional, ficou comprovada a grande superioridade do Guzerá em termos de grande bravura e resistência, já que conseguiu superar as intempéries climáticas com mais facilidade que as outras raças de gado.
O Guzerá, imbatível no campos tropicais, é o exemplo de uma raça completa e versátil. Também é provido de extrema beleza, além de ser considerado o mais pesado, o de maior porte e o de maior produtividade leiteira. Essa excelência garantiu o uso contínuo da raça em cruzamentos bem sucedidos não só no Brasil como também no mundo inteiro, o que sempre lhe garante novos criadores. Com a raça Guzerá, qualquer pessoa pode iniciar seu plantel, já que o gado é relativamente barato, e disputar prêmios nas pistas no próximo ano. Isso porque o gado de elite não é tão diferente do restante do gado, como é o caso das outras raças.
A “pureza genética” do Guzerá tem garantido o sucesso da raça no decorrer da história. Qualquer cruzamento com um Guzerá dá resultado positivo, originado o maior número de mestiçagens e raças bimestiças de sucesso. O uso do Guzerá sobre o Girolando, por exemplo, já é antigo, gerando produtos pesados e leiteiros. O touro Guzerá leiteiro sobre a vaca Girolando meio-sangue é a mais correta alternativa para prosseguir a mestiçagem leiteira.
O Guzerá é uma raça completa e versátil. Também é provido de extrema beleza, é o mais pesado, o de maior porte e o de maior produtividade leiteira. Foto: Reprodução
Aptidões da raça Guzerá
O Guzerá apresenta alto índice de desempenho em termos de corte, mas também possui produtividade leiteira, principalmente durante o intervalo entre partos. Portanto, trata-se de uma raça de dupla aptidão.
Características do Guzerá
1- Guzerá fundamental
Coloração: o Guzerá fundamental apresenta coloração cinza, com a parte anterior e posterior mais escuras
Chifre: os chifres do Guzerá têm forma de lira. No entanto, em 1997 o Brasil admitiu o descorneamento e vem praticando o Guzerá Mocho.
Crânio: o Guzerá possui crânio mediano em forma triangular.
Arcadas orbitárias: o Guzerá possui as arcadas orbitárias proeminentes.
Perfil: o perfil do Guzerá é retilíneo ou ligeiramente côncavo.
O Guzerá apresenta alto índice de desempenho em termos de corte e de produtividade leiteira. Foto: Reprodução
2- Guzerá majestático
Chifres: na base dos chifres do Guzerá Majestático, observa-se um tipo de “anel de estrangulamento” que facilita o ato de laçar.
Fronte: a fronte do Guzerá Majestático é lisa e em forma de prato.
Orelhas: as orelhas são medianas, com estreitamento nas pontas.
Olhos: o Guzerá Majestático possui olhos elípticos
Nimburi: ao longo do tempo, o nimburi vem se tornando semicôncavo devido ao estreitamento da marrafa.
Giba: a Giba do Guzerá Majestático possui tamanho médio. Nos machos, normalmente, tem o mesmo comprimento do crânio.
Úbere: com bom volume, no Guzerá Majestático são avançados adiante e bem firmes atrás.
Andamento: o Guzerá é um animal de passo longo. Ao andar, as marcas deixadas pelas mãos são alcançadas pelos pés. Não raramente, as marcas dianteiras podem ser até mesmo ultrapassadas pelas marcas traseiras.
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