A política de educação inclusiva do MEC enfatiza que aprender é um processo repleto de individualidades que precisam ser levadas em conta em qualquer planejamento de ensino, mesmo fora do contexto da Inclusão. Segundo Weiss (2001), a aprendizagem é um processo de construção que se dá na interação permanente do sujeito com o meio que o cerca. Meio esse expresso inicialmente pela família, depois pelo acréscimo da escola, e ambos permeados pela sociedade.
“Quando essa interação não acontece de maneira devida, acontece a não aprendizagem, que é uma das causas do fracasso escolar. Considera-se como fracasso escolar uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. A mesma autora analisa a questão do fracasso escolar em relação às perspectivas da sociedade, da família e a do aluno”, afirma Emiliane Rezende, professora do Curso a Distância CPT Educação Inclusiva e Educação Especial.
Na perspectiva da sociedade, analisa-se o tipo de cultura, as condições e relações político-sociais e econômicas vigentes e a estrutura social e, sobretudo, as relações desses aspectos com a escola. Relaciona-se a produção escolar às oportunidades reais que a sociedade oferece aos representantes das diversas classes sociais. Para os membros de camadas de baixa renda faltam oportunidades de crescimento cultural, de rápida construção cognitiva e desenvolvimento da linguagem que lhes permita atingir o mundo letrado propriamente dito, onde os integrantes se beneficiam do conhecimento adquirido, a ponto de transformá-lo em oportunidade.
Na perspectiva da escola, faz-se a análise da instituição que, em seus diferentes níveis, é paradoxalmente a maior responsável pelo fracasso escolar de seus alunos. A escola não é isolada do sistema socioeconômico vigente e, portanto, torna-se um reflexo dele. Então, as possibilidades de apropriação de certos conteúdos pelo aluno dependerão, em grande parte, de como essas informações lhe chegaram, foram ensinadas, o que, por sua vez dependerá, nessa cadeia, das condições sociais que determinaram a qualidade do ensino.
Escolas desestruturadas, com profissionais desqualificados e desmotivados, sem suporte pedagógico e material não oferecem condições de direcionar nem uma parte ínfima dos seus alunos aos altos patamares do conhecimento.
Na perspectiva do aluno, ocorre que, em algumas situações de ensino e aprendizagem, os objetos de conhecimento escolar ultrapassam, naquele momento, a sua capacidade de compreensão. Acontece, também, de os conteúdos programáticos do ciclo/série em que o aluno está inserido se apresentarem de forma que se confundem uns com os outros, tornando o processo de elaboração mais demorado e complicado.
A partir da breve análise das diferentes perspectivas acerca do fracasso escolar, podemos concluir que a aquisição do conhecimento se dá com base na interação de vários fatores, porque não é possível dissociar o aluno na escola que é o sujeito que aprende, do mesmo aluno na família ou na sociedade. A bagagem cultural, social e familiar do aluno não pode ser desprezada.
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Por Silvana Teixeira.
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