Terraceamento para a recuperação de áreas degradadas

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Caetano de Souza, professor do Curso CPT Técnicas Mecânicas de Conservação de Água e Solo, destaca que o solo é um elemento fundamental para o setor agropecuário, por ser a fonte de nutrientes e de água para as plantas, além de ser o elemento de sustentação que possibilita o estabelecimento e desenvolvimento das plantas.

Porém, à medida em que vai sendo utilizado, o solo pode sofrer um desgaste e até a erosão, caso seja explorado de forma inadequada. Além desses, há uma série de vários outros fatores que podem limitar as boas condições dos solos. Nesse sentido, é necessário que o produtor conheça algumas técnicas que ajudem a recuperá-lo, para manter a fertilidade e consequente produtividade de suas culturas. Dentre essas técnicas, é possível destacar o terraceamento.

O que é o terraceamento?

Denomina-se terraceamento a técnica empregada com o intuito de combater a erosão hídrica, causada pelo escoamento da água em áreas de vertentes. O nome se justifica pela construção de “terraços”, isto é, pelo parcelamento de uma área inclinada em várias rampas, o que faz com que as águas das chuvas escoem de forma superficial e percam a força, removendo menos sedimentos dos solos e causando menos impactos sobre eles.

Essa técnica, além de evitar a erosão e aumentar as áreas de cultivo, também permite que a água seja reaproveitada, a depender do tipo de terraço que se aplique na propriedade. Porém, é preciso que, antes de aplicá-lo, se conheça bem o tipo de solo e as características dele, definindo também os níveis dos terraços de acordo com a declividade do terreno.

Tipos de terraços

- Terraços de armazenamento: recomendados para solos mais porosos e que permitam a infiltração da água, pois são construídos com essa finalidade;
- Terraços de drenagem: ideais para que se reaproveite a água que escoa pelo terreno, mas exige mais cuidado ao ser construído, principalmente no que se refere ao local para onde a água será direcionada.
- Terraços mistos: possui um canal de pequeno declive e com um volume de acumulação do escoamento superficial. Após o preenchimento desse volume, o terraço começa a funcionar como um terraço de drenagem.

O processo de terraceamento

Como é possível perceber, a técnica de terraceamento não é simples e requer cuidado dos agricultores para ser aplicada. Deve-se levar em conta vários aspectos:

- Textura do solo

O primeiro passo a ser dado para que se aplique o terraceamento deve ser a análise do solo. Recomenda-se que se colete amostras do solo para verificar, por exemplo, se um solo é arenoso ou argiloso.

- Declividade

Depois, definir a declividade também é um passo crucial para que se calcule com precisão a inclinação do terreno e, assim, seja possível estabelecer um terraceamento mais eficiente.

- Distância entre os terraços

Depois de definir a textura do solo e de calcular a declividade do terreno, é necessário definir a distância entre os terraços, posicionando um piquete a cada distância recomendada. Essa definição deve ser feita com a ajuda de um profissional.

Terraços versus curvas de nível

Muitas pessoas acreditam que terraceamento e curvas de nível são a mesma coisa. Porém, ainda que sejam semelhantes, se diferenciam pelo fato de que as curvas de nível são empregadas em terrenos já acidentados, onde o plantio acompanha os desníveis naturais do terreno. O terraceamento, por sua vez, produz desníveis de forma artificial.

Conheça os Cursos CPT da Área Agricultura:

Técnicas Mecânicas de Conservação de Água e Solo
Impactos Ambientais na Propriedade Rural – Prevenção e Controle
Mecanização em Pequenas Propriedades

Fontes: Mundo Educação – mundoeducacao.uol.com.br
Boas Práticas Agrícolas – Terraceamento – EMBRAPA – embrapa.br
SEMAGRO – semagro.ms.gov.br
por Renato Rodrigues