Algumas pragas e doenças podem causar sérios prejuízos para os seringais, diminuindo o crescimento das plantas e a produção de borracha natural. Sendo assim, tais ameaças devem ser constantemente vigiadas e eficazmente eliminadas para que não ponham em risco os investimentos aplicados na produção.
Em nível nacional, o emprego da borracha natural vem aumentando a cada ano, sendo esse incremento diretamente relacionado com o crescimento da economia e com a expansão do parque automotivo. Tal fato, aliado aos elevados preços praticados no mercado da borracha, provoca uma pressão de demanda sobre este setor, incentivando o cultivo da seringueira no país.
“Pesquisas realizadas recentemente sobre o mercado da borracha, projetam para a virada do século uma elevação nos preços, devido ao aumento do consumo e ao menor crescimento da oferta, o que se constituirá em uma boa oportunidade para o incremento da produção nacional”, afirma o professor Adonias de Castro Virgens Filho, do Curso Cultivo de Seringueira para Produção de Borracha Natural, produzido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Os estudos são baseados no aumento populacional e no crescimento da economia mundial, e estimam um incremento expressivo no consumo de borracha para pneumáticos que atingirá 14,7 milhões de unidades em 2020, enquanto o consumo global das borrachas natural e sintética, estimado para este mesmo ano, atingirá a soma de 28 milhões de t, o que corresponde praticamente ao dobro do consumo atual.
Para identificar as pragas e as doenças que atacam as seringueiras e combatê-las eficazmente, evitando grandes transtornos e prejuízos, é necessário examinar o seringal com frequência. Ainda assim, mesmo com todos os cuidados, as seringueiras também são atacadas por formigas, vaquinhas, mosca branca, cochonilhas, cupins, paquinhas, coleobrocas, ácaros e percevejos, que são pragas mais facilmente controláveis.
Entre as principais doenças de importância econômica para a seringueira no Brasil, destacam-se o mal-das-folhas, causado pelo fungo Microcyclus ulei (conhecido popularmente como a doença do mal-das-folhas da seringueira), a requeima, a queda anormal, e o cancro estriado, causados pelo fungo Phytophthora sp, bem como a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides.
A espécie de seringueira que apresenta maior variabilidade genética para a produção de borracha natural é a Hevea brasiliensis. A partir dessa espécie foram obtidos os clones utilizados no Sudeste asiático, com destaque para o RRIM 600 que é o mais plantado no mundo, nas áreas onde não há problemas de Microcyclus ulei.
Apesar dos incentivos governamentais para a expansão da heveicultura na região amazônica, o país não vem obtendo bons resultados face a problemas fitossanitários e de infraestrutura, salvo no Mato Grosso, nas áreas de escape à doença mal-das-folhas da seringueira, por haver um clima seco definido na ocasião da troca de folhas, período em que o fungo se manifesta sobre os folíolos novos apresentando uma ação mais danosa.
Para fazer frente à doença mal-das-folhas da seringueira, pode-se adotar as seguintes estratégias:
1 - A solução genético-ecológica
Trata-se do plantio da seringueira em áreas com estação seca definida na época de troca de folhas, condição que é desfavorável à manifestação epidêmica do fungo M. ulei e que não afeta o bom desempenho da seringueira, uma vez que a mesma apresenta plasticidade fenotípica. Essas áreas incluem o Planalto de São Paulo, Mato Grosso, Maranhão, Goiás, Paraná, Minas Gerais, parte do Extremo Sul da Bahia e outras regiões com características similares.
2 - O melhoramento genético
Realizado por meio do cruzamento entre espécies com características de alta produção e tolerância ao M. ulei. Esse método envolve um criterioso trabalho de cruzamentos, seleção de plantas em viveiros de prova, experimentos em pequena escala e avaliações em larga escala, onde também se verifica a interação genótipo versus ambiente.
3 - A solução genético-cultural
É outra alternativa buscada por meio da enxertia de copas resistentes ao M. ulei sobre painel de clones altamente produtivos.
O seringal pode também ser atacado por vírus, bactérias e nematoides. A intensidade dos danos depende das condições climáticas e culturais. Normalmente, as aplicações dos produtos químicos, são efetuadas através de pulverizadores acoplados em máquinas com alta potência para pulverizações de grandes áreas, ou com pulverizadores costais motorizados, em áreas menores. Pode-se, ainda, em pequenas culturas, ser utilizado o pulverizador costal manual.
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Abaixo, as principais pragas e doenças que atacam as seringueiras:
Pragas da Seringueira - Mandarová
Doenças da Seringueira - Mal-das-Folhas da Seringueira
Doenças da Seringueira - Queda Anormal
Pragas da Seringueira - Percevejo ou Mosca de Renda e Ácaro da Seringueira
Doenças da Seringueira - Requeima e Antracnose
Doenças da Seringueira - Oídio,Mancha Concêntrica e Mancha de Alternaria
Por Silvana Teixeira
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