As plantas invasoras são de espécies variadas e competem com a planta forrageira pelos fatores de crescimento: luz, água e nutrientes, como também por espaço. “Por não serem consumidas pelo gado, como as gramíneas cultivadas o são, sistematicamente, essas plantas se fortalecem com o tempo e sua população tende a crescer”, afirma Adilson de Paula Almeida Aguiar, professor do Curso a Distância CPT Manejo de Pastagens.
As invasoras podem ser de dois tipos: dicotiledôneas (plantas de folhas largas) e monocotiledôneas (também conhecidas como plantas de folhas estreitas). As invasoras de folhas largas conferem menor proteção ao solo contra o impacto de chuvas e a radiação solar, contra o pisoteio de animais e de máquinas, devido aos seus hábitos de crescimento e morfologia de sistema radicular. Elas podem ser de dois tipos: de folhas duras e de folhas moles.
As plantas de folhas duras apresentam superfície foliar cerosa e de textura coriácea, sendo, por isso, bastante rústicas. Essa característica é típica das plantas do bioma do cerrado, adaptadas à exposição a altas temperaturas, forte insolação e baixa umidade, na maior parte do ano. Já as plantas de folhas moles apresentam superfície foliar com uma consistência mais herbácea, típica de plantas da região Mata Atlântica e que se desenvolvem bem a meia sombra. São plantas menos rústicas que as de folhas duras.
As invasoras do grupo das monocotiledôneas podem, inclusive, ser gramíneas, também. Sua população em uma pastagem tende a alastrar e aumentar, porque os bovinos preferem ingerir a forrageira cultivada. As gramas representam o principal grupo de invasoras de folhas estreitas, porque, não sendo pastejadas, acumulam reservas rapidamente e se propagam por sementes e vegetativamente por meio de estolões.
A presença de invasoras não afeta apenas a forrageira cultivada na pastagem. Elas podem causar ferimentos nos animais, principalmente aquelas que possuem espinhos. Também existem plantas tóxicas, cuja ingestão pelos bovinos vão causar intoxicação e até mesmo a morte de animais.
As plantas invasoras são “indicadoras” do nível de degradação das pastagens no trópico úmido amazônico, por exemplo. Alguns estudos têm tentado caracterizar os vários estádios de produtividade das pastagens nessa região, com o percentual relativo da biomassa dessas plantas presentes na pastagem. Veja:
Estádios de produtividade das pastagens no trópico úmido caracterizados pelo percentual relativo de biomassa de plantas invasoras | |
Percentual relativo de biomassa de plantas invasoras (%) | Classificação da produtividade da pastagem |
Menos de 10 | Alta |
10 a 30 | Média |
30 a 70 | Baixa |
Mais 70 | Degradada |
Fonte: Serrão e Toleto (1990, citado por DIAS-FILHO, 2003). Adaptado. |
Aprimore seus conhecimentos sobre o assunto. Leia a(s) matéria(s) a seguir:
- Insetos: importantes agentes na degradação de pastagens!
- Fatores que influenciam o desenvolvimento de forrageiras em pastagens
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Por Silvana Teixeira.
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