Pintura a Óleo Sobre Tela

A arte de pintar é uma magia que encanta gerações. Ela teve sua origem na pré-história e nunca esteve tão presente na vida do homem quanto na atualidade. Pintar é soltar a imaginação, relaxar, criar. É transformar cores em poesia.

Além de apresentar-se como um prazer, uma descontração, a arte de pintar pode tornar-se uma excelente fonte de renda. Atualmente, não é raro encontrarmos, seja na internet, exposições ou mesmo em lojas comerciais, belíssimos quadros a venda.

Portanto, seja como hobby ou profissão, essa técnica tem ajudado inúmeras famílias.

Um pouco de história da pintura a óleo

Documentos históricos que cercam este assunto relatam que o homem das cavernas já praticava a arte de pintar. Essas informações podem ser constatadas através dos bizontes, na Gruta de Altamira, pintados há cerca de quarenta mil anos.

Já no século XV, início da Idade Moderna, o homem conheceu efetivamente o que hoje se entende por pintura a óleo. Naquela época, um novo mundo se descortinava aos olhos humanos e grandes artistas e pensadores se envolveram numa corrente cultural que ficou conhecida como Renascença.

Neste período histórico, destacou-se o pintor Van Erik, artista flamengo, precursor e descobridor da pintura a óleo. Conta-se que, certa vez, Erik colocou para secar ao ar livre, sob dia de sol intenso, uma de suas obras pintadas em encáustica. A secagem lenta fez com que a pintura se perdesse completamente, pois existiam frestas na madeira onde foi trabalhada a pintura.

Depois de inúmeras tentativas de salvar sua obra, Erik, por um perfeito acaso experimentou o óleo de linhaça. Ao fazê-lo, o artista observou grande eficiência na substância. O óleo foi de grande valia, pois se apresentou como algo muito versátil, além de ser um grande elemento articulador de pigmentos de cores.

Para a sua surpresa, o óleo também foi de muita valia no que diz respeito a secagem pois ele acelerava sensivelmente o processo de secagem da pintura. Durante algum tempo, Van Erik absteve-se de mostrar a sua descoberta para outros pintores, sendo detentor soberano da nova técnica, por ele mesmo descoberta.

Contudo, outros pintores, também desenvolveram novas experiências levando-os a resultados iguais às do precursor Van Erik. Esta cadeia de episódios, as descobertas entre os artistas, serviu para consolidar a técnica de pintura a óleo, perdurando até os dias atuais com bastante intensidade em meio aos pintores.

Materiais necessários e pesquisa prévia

“É de fundamental importância que os materiais adquiridos para o desenvolvimento da pintura sejam de qualidade, pois eles são o elo de articulação entre o pensamento idealizado do pintor e a obra realizada”, afirmam os professores Dylma Luiza Castro Mewes e Fábio Luiz Simão, do curso de Pintura a Óleo sobre Tela, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Por isso, o bom trabalho está intimamente ligado ao bom material. Dessa mesma forma, antes de o pintor começar a trabalhar, é de grande importância que ele faça uma pesquisa prévia sobre o tema escolhido, antes de tomar qualquer decisão de compra.

Dados técnicos relevantes

A dedicação de um artista por sua obra inicia-se bem antes do que se imagina. Pode-se dizer, que essa dedicação é encontrada até mesmo na procura pelo material adequado ao trabalho.

Encontram-se no mercado diversas marcas de tintas, nacionais e importadas, de boa qualidade e com grandes variações de preços. A tinta profissional, por ser mais viva e mais intensa é procurada pelos artistas mais exigentes.

Já a tinta, destinada aos estudantes, tem maior proporção de óleo e, consequentemente, menos pigmentos, sendo, portanto, mais barata. Todavia, sua qualidade é satisfatória e com ela é possível realizar belos trabalhos artísticos.

Alguns procedimentos são de fundamental importância para a conservação da tinta e o pintor deve estar atento a isto. Dentre esses cuidados, o principal é com relação ao ambiente adequado para a sua conservação. Se armazenadas em local fresco evita-se o seu endurecimento.

Secagem

Quanto ao quesito secagem das tintas, é de fundamental importância que o pintor tenha consciência do fenômeno de encolhimento das mesmas. Esta é uma característica física que acomete as tintas em geral.

Para lidar com esta situação, o pintor vai precisar de certa atenção e cuidado. Se a tinta estiver totalmente seca, será incompatível aplicar outra camada em cima, pois a que encontra-se seca já passou pelo processo de encolhimento e a tinta fresca, apresenta-se em estado contrário. Unir as duas poderá acarretar em rachaduras e comprometer o trabalho.

Para contornar uma situação como esta, o melhor a fazer é umedecer a tinta que está seca no quadro com óleo de linhaça, utilizando, para isso, um pincel macio. Após umedecida, certamente estará apta a receber nova camada.

Pincéis

Os pincéis, por manterem uma maior intimidade com o pintor, têm grande importância na execução de uma boa pintura. Portanto, antes de tudo, é necessário ao artista adquirir pincéis de excelente qualidade além de procurar conservá-los bem.

Na pintura a óleo, os pincéis mais utilizados são os chatos, os ovais e os ovais chatos. Deve-se ter sempre em mãos os diversos tamanhos: do nº 10 ao 24. Já os confeccionados com pelo de marta, próprios para um trabalho mais delicado, mais acadêmico e com detalhes minuciosos, são indicados os com numerações entre 2 e 16.

É de grande importância que o pintor se preocupe no sentido de manter os pincéis sempre bem limpos. Ao término do trabalho ou na troca de tinta, o pintor, tem de mergulhar os pincéis em terebintina, que é um tipo de resina indicada e utilizada para esse fim específico. Logo depois, o pintor deve lavá-los com sabão neutro e bastante água corrente.

É muito importante, também, que se remova toda a tinta acumulada junto à virola (parte metálica do pincel, na qual se prendem as cerdas), pois esse resíduo, depois de seco, leva a cerda a se abrir. Se acontecer de os pincéis ficarem sujos de um dia para o outro, provavelmente se apresentarão endurecidos. Sob essa condição, deve-se proceder lavando rapidamente as ferramentas em acetona.

Telas

A escolha da melhor tela vai depender do estilo e do que se vai pintar. Se o pintor for trabalhar com técnicas que exijam pinceladas mais pesadas, com relevo aparente, a tela apropriada é a de algodão com fios grossos.

Por outro lado, se a pintura for de caráter delicado, a tela de linho com a trama fina é mais apropriada. Para os primeiros trabalhos, deve-se evitar telas muito grandes ou muito pequenas. Os tamanhos próximos a 40x50 cm são as ideais.

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Por Silvana Teixeira.