Na manutenção de bicicletas, a lubrificação das peças móveis, como os cubos das rodas, movimento central, caixa de direção, cabos e conduítes de freio e marcha, entre outros, é uma das primeiras etapas. O produto ideal para essa tarefa é a graxa, a qual, em termos de definição, é o nome dado aos lubrificantes pastosos e, geralmente, de alta viscosidade usados para a redução de atrito e desgaste.
Alcenir Junior, professor do Curso a Distância CPT Bicicletas Escolha, Regulagem e Manutenção, explica que as graxas “são compostas por três substâncias: óleo, espessante e aditivo. Os óleos são lubrificantes minerais que compõem entre 70% e 90% da graxa e são os responsáveis pela diminuição do atrito. Os espessantes ocupam entre 3% e 30% da graxa e geralmente são constituídos de sabões metálicos ou agentes espessantes orgânicos ou inorgânicos como cálcio, sódio, lítio, alumínio, bário e magnésio. Já os aditivos possuem propriedades antioxidantes, resistência à água, a alguns solventes e a altas pressões e manutenção da viscosidade em função da temperatura e do movimento”.
No mercado, é possível encontrar grande variedade desse produto. Confira abaixo os diferentes tipos de graxa e conheça as características e especificações de cada um para saber qual deve ser utilizado em diferentes situações.
Graxa à base de lítio – é a mais usada em rolamentos e na caixa de direção, por ser eficiente, de baixo custo, resistente à água, apresentar estabilidade térmica e possuir aditivos que inibem a oxidação e ferrugem. Entretanto, seu uso indevido em outros componentes acelera o desgaste das peças e estruturas, pois o lítio pode reagir com peças de plástico, com o óleo do interior das canelas e com as fibras de carbono (nas bikes fabricadas com esse material).
Graxa à base de poliureia – é resistente à água e funciona na estabilidade térmica e inibição de ferrugem. Pode ser aplicada em suspensões, rolamentos e até bombas de ar e, ao contrário da graxa citada anteriormente, não desgasta componentes plásticos ou as fibras de carbono.
Graxa à base de silicone – por ser translúcida, não causa manchas indesejadas nos equipamentos. Embora não deva ser utilizada em rolamentos devido ao seu baixo ponto de fusão, é uma boa opção para lubrificar cabos e conduítes de freios e marcha, pois é pouco espessa e tem alto poder de penetração.
Graxa de teflon – a manipulação desse tipo de graxa deve ser obrigatoriamente feita utilizando-se equipamentos de segurança como luvas, óculos e máscaras, pois é altamente tóxica tanto para quem a manipula quanto para o meio ambiente. Embora seu preço seja bem mais elevado, é a melhor substituta para a graxa de lítio, pois é mais durável e resistente à água e à rolagem.
Graxa de cerâmica – é mais eficiente que as graxas comuns na dissipação de calor e, por isso, é utilizada em sistemas de freio a disco e também na manutenção de cubos, principalmente os de cerâmica. Também é de alto custo, como a de teflon.
Graxa de cálcio – como é fácil de fabricá-la, apresenta um preço bem mais acessível no mercado. É muito resistente à água e não reage com o plástico, portanto ideal para a lubrificação interna de componentes de amortecedores e garfos de suspensão. Assim como a graxa de silicone, seu ponto de fusão é baixo, não sendo indicada para rolamentos de cubos de rodas.
Graxa anti-seize – evita os efeitos da corrosão galvânica, por isso deve ser utilizada na montagem de parafusos da mesa, conjunto coroas/pedivela, canote do selim e nos parafusos de fixação dos taquinhos das sapatilhas. Como resiste a altas temperaturas, também são indicadas para lubrificar parafusos de fixação dos rotores de freio.
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Fonte: MTB Brasília - mtbbrasilia.com.br
Por Bruna Falcone Zauza
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Comentários
NEDER ANDREO
30 de mai. de 2021Bom dia, preciso de uma orientação a graxa de silicone serve para as correntes das bicicletas em geral, este assunto os Srs. não comentaram sobre corrente das bikes, aguardando uma resposta, Obrigado
Resposta do Portal Cursos CPT
4 de jun. de 2021Olá, Neder
Como vai?
Agradecemos sua visita ao nosso site.
Graxa à base de silicone – por ser translúcida, não causa manchas indesejadas nos equipamentos. Embora não deva ser utilizada em rolamentos devido ao seu baixo ponto de fusão, é uma boa opção para lubrificar cabos e conduítes de freios e marcha, pois é pouco espessa e tem alto poder de penetração.
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