No Brasil, a atividade leiteira tem passado por grandes transformações. O mercado consumidor está cada vez mais exigente por produtos de qualidade e baixo preço. A indústria, visando obter maior rendimento dos produtos lácteos, tem estabelecido pagamento por qualidade, volume e formas de armazenamento do leite.
A pesquisa também tem procurado disponibilizar tecnologias e procedimentos para aumentar a produção e melhorar a qualidade do leite e seus derivados, assim como a abertura de mercado tem ampliado sobremaneira a competição no setor. Desta forma, o produtor de leite se vê pressionado por uma série de fatores, a maioria dos quais levando à exclusão dos produtores ineficientes. Assim, eficiência tem sido a tônica no agronegócio do leite, podendo-se concluir que, nos próximos anos, quem não produzir leite com eficiência, por certo estará se excluindo do mercado.
É de conhecimento de todos as dificuldades em produzir leite nas condições brasileiras: questões de clima, condições de manejo muitas vezes pouco adequadas, grande presença de endo e ectoparasitos, entre outros. O uso de raças especializadas, como a raça Holandesa, selecionadas para altas produções em condições de clima temperado, é possível, mas o custo de produção tem sido elevado, restringindo sistemas de produção deste tipo a um pequeno número de empresários com maior poder de investimento. A produção de leite a pasto ou o estabelecimento de sistemas de produção com baixo uso de alimentos concentrados têm sido apontados como uma das melhores alternativas. Neste contexto, nas condições brasileiras, caracterizada, entre outros, por altas temperaturas e grande presença de endo e ectoparasitos, deve-se usar animais adaptados a essas condições, priorizando o uso de pastagens. A raça tem passado por um intenso processo de selação desde os anos 30, em nível de fazenda, e há 15 anos, com a implantação do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro.
Ao longo dos anos, tem-se verificado expressivo aumento na produção média de leite e nos valores
Cursos de GIR Leiteiro e Cruzamentos com a Raça GIR para a produção de leite foram produzidos por um convênio CPT e Embrapa Gado de Leite
genéticos dos animais dos rebanhos participantes do programa. Ao mesmo tempo, tem-se constatado redução na duração média do intervalo de partos e idade ao primeiro parto, indicando que os criadores têm respondido às recomendações técnicas para obtenção de animais produtivos e com boa eficiência reprodutiva. Algo que parecia impossível no passado já nos é perfeitamente disponível: dezenas de vacas com lactações acima de 10.000 kg e uma recordista com produção de 15.126 kg, em 361 dias. Tem-se, também, observado grande aumento na quantidade de sêmen comercializado, de touros da raça Gir Leiteiro, indicando boa aceitação pelo mercado. Portanto, vemos com otimismo o progresso da atividade com uso de animais Gir Leiteiro.
Os cursos Gir Leiteiro e "Cruzamentos com a Raça Gir para Produção de Leite", produzidos pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, em convênio com a Embrapa Gado de Leite, têm como objetivo mostrar aos produtores de gado Gir Leiteiro e àqueles que pretendem criar esta raça, seja como pura ou em cruzamentos, a qualidade do material genético disponível no mercado. Da mesma forma, procura mostrar o trabalho de seleção que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos anos em parceria com a Embrapa Gado de Leite e Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro. Os coordenadores dos cursos são os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, Rui Silva Verneque, Mário Luiz Martinez, Roberto Luiz Teodoro e Luiz Ronaldo de Oliveira Paula.
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