Formação de mudas de café em saquinhos

O acirramento da competição internacional exige do cafeicultor maior eficiência, que é, também, uma condição necessária para que ele se mantenha na atividade. A competitividade pode ser conseguida pela alta produtividade de cafezais adequadamente instalados.

Um dos fatores fundamentais para o sucesso na cafeicultura empresarial é a produção de mudas vigorosas e sadias. Principalmente, quando se considera que o cafeeiro é uma cultura perene e que os erros cometidos na fase inicial de implantação, dificilmente, poderão ser sanados.

Instalações

Para determinar a área do viveiro, deve-se calcular a área a ser ocupada pelos recipientes, somando com as áreas destinadas aos caminhos, carreadores e aquelas ocupadas com equipamentos, implementos e insumos.

Os saquinhos de polietileno usados para mudas de seis meses têm dimensões de 10 x 20 x 0,006 cm. Eles devem ter furos em sua metade inferior, para drenar o excesso de água. Para cada mil mudas são necessários 10 m².

Assim, podemos chegar aos seguintes valores:
- 10 mil mudas → 100 m² de viveiro;
- 50 mil mudas → 500 m² de viveiro e, assim por diante.

“Os canteiros devem ter 1,20 m de largura e comprimento variável, até o máximo de 20 metros. Os espaços entre os canteiros devem ser de 60 cm. No meio do viveiro, deve ser deixado um carreador de 3,5 m de largura para passagem de veículos. Entre os canteiros e a proteção lateral deve ser deixado um espaço livre de 60 cm para a manipulação das mudas”, afirmam os técnicos da Eucatex Agro e professores do curso Produção de Mudas de Café em Saquinhos e Tubetes, elaborado pelo CPT – Centro de produções Técnicas.

Substrato

Os saquinhos devem ser enchidos com uma mistura de terra, matéria orgânica e adubo químico. Essa terra deve ser de barranco, de solos profundos e com boas características físicas, ou seja, um solo bem estruturado, poroso e com textura média, nem argiloso e nem arenoso demais.

Para retirar o solo, deve ser eliminada uma camada de 10 cm na superfície. É nessa camada que se encontram as sementes de ervas daninhas e as pragas e doenças de raízes. No entanto, mesmo tirando-se a terra nessa profundidade, corre-se o risco de contaminação com ervas daninhas, nematoides e outros organismos fitopatogênicos.

Para preparar um metro cúbico de substrato, deve-se misturar:
- 700 litros de terra;
- 300 litros de esterco de curral, bem curtido, ou 80 litros de esterco de galinha;
- 1 kg de fosfato (P₂O₅), sendo 2/3 na forma de Superfosfato Simples e 1/3 na forma de Termofosfato Magnesiano com micronutrientes;
- 0,5 kg de cloreto de potássio;
- calcário, na dosagem recomendada após análise do solo.

Semeadura

As sementes a serem usadas no plantio devem ser fiscalizadas, provenientes de produtores credenciados. Os passos para a semeadura são:
- Colocar duas sementes de café por saquinho, para garantir a germinação de, pelo menos, uma e reduzir as falhas no estande;
- Cobrir com uma camada de 0,5 cm de terra peneirada ou de areia lavada. A areia favorece a infiltração da água no substrato;
- Após a semeadura, cobrir os canteiros com capim seco, sem sementes, com casca de arroz, sacarias, acícula de pinus, ou outros tipos de cobertura, para conservar a umidade e evitar que as sementes sejam descobertas pela ação da chuva ou da irrigação;
- Retirar a cobertura assim que as sementes comecem a germinar.

Plantio

O plantio é feito, abrindo-se covetas nos sulcos ou covas, anteriormente preparados e adubados, colocando-se o colo das mudas no nível do solo, evitando-se, assim, o engrossamento do caule devido ao afogamento das mudas.

Durante a retirada do recipiente, deve-se observar as condições do pião. Caso a raiz tenha encontrado o fundo e entortado, é necessário efetuar a sua poda. Normalmente, recomenda-se o corte transversal da parte inferior do recipiente, retirando-se aproximadamente 1 centímetro. A seguir, compacta-se a terra ao redor da muda de café, sem pressioná-la para baixo.

A produção em saquinhos gera melhor qualidade fitossanitária das mudas de café

Pontos positivos da produção em saquinhos

- Não exigência de treinamento específico, nem alto nível de tecnificação;
- Baixo custo de implantação do sistema;
- Melhor qualidade fitossanitária das mudas;
- Menor perda durante o processo de produção;
- Mudas mais uniformes;
- Formação de um torrão compacto;
- Redução do custo com o transporte, devido ao substrato ser mais leve que a terra.

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Por Andréa Oliveira.