As aves são animais homeotérmicos e significa que a temperatura dos seus órgãos vitais deve se manter constante dentro de uma faixa estreita de temperatura para que não haja alterações em suas funções normais. Essa faixa recebe o nome de zona de conforto térmico. Para as aves, a partir da segunda semana de vida, as temperaturas de conforto oscilam entre 15 e 25o C, com umidade relativa do ar de 50 a 70%. Nas zonas de conforto térmico, a temperatura do corpo se mantém constante com o mínimo de esforço do sistema de regulação térmica e não existe sensação de frio ou de calor.
Segundo Ilda de Fátima Ferreira Tinôco, professora do Curso a Distância CPT Produção de Frango de Corte em Alta Densidade, “Quando a temperatura ambiental cai abaixo da área de conforto, a ave sofre de estresse por frio, e ativa os mecanismos fisiológicos para a produção de calor. Quando a temperatura fica acima dessa faixa, a ave entra em estresse por causa do calor, e passa a usar mecanismos para a sua dissipação. Condições extremas de frio ou calor levam a ave à morte”. Os ajustes para suportar o estresse por calor são feitos em detrimento da produção, pois, em vez de utilizar os nutrientes para síntese, as aves os utilizam para dissipar ou produzir calor.
Em temperatura ambiente, abaixo da zona de conforto térmico, o crescimento das aves torna-se lento e a eficiência da conversão alimentar é reduzida, além de que a predisposição a doenças e à mortalidade é aumentada. Temperaturas muito altas, por outro lado, levam à redução da ingestão de alimentos, resultando em decréscimo no desempenho produtivo e na resistência do organismo. O problema se agrava à medida que a ave cresce, pois, com maior peso corporal, sua habilidade de dissipar calor é reduzida.
As aves demonstram que estão sofrendo de estresse calórico através do seu comportamento. Assim, elas abrem o bico e aceleram a taxa respiratória para aumentar a perda de calor por evaporação. O aumento da frequência respiratória não é totalmente favorável, pois acrescenta calorias ao sistema da ave que também precisam ser dissipadas. Nessa situação, a quantidade de ar inspirado vai diminuindo a cada movimento respiratório. Ocorre a diminuição de gás carbônico no sangue, porque o nível de gás carbônico expirado aumenta, com o consequente incremento da alcalose. Nesse ponto, a necessidade de beber água aumenta, a elevação do consumo de água serve para dissipar o calor por condução e repor a água evaporada.
O aumento do consumo de água agrava a situação da ave, pois leva ao desequilíbrio do metabolismo mineral. Além disso, mais água é depositada na cama e, com o calor, acelera-se a produção de amônia. Outro sinal de estresse é a abertura das asas, em uma tentativa de aumentar a superfície corporal sujeita a perda de calor por convecção. Em situação de estresse, as aves ficam agitadas e com a permanência do calor, aparecem as perturbações na produtividade.
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Por Silvana Teixeira.
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