A febre aftosa é uma enfermidade que gera preocupação mundial, pois, quando ocorre, se espalha muito rapidamente entre os rebanhos, e provoca perdas significativas. “A febre aftosa é uma doença viral grave e altamente contagiosa que ocorre em bovinos e em diversos animais biungulados, ou seja, mamíferos com cascos partidos, como bovinos, ovinos, caprinos e suínos. Essa doença é considerada uma zoonose, porém, com raros casos de ocorrência no homem”, afirma Prof. Leonardo Cotta Quintão, do Curso CPT Como Implementar o Plano de Qualificação de Fornecedores de Leite para Atender à IN 77.
Sinais clínicos da febre aftosa no rebanho
O primeiro sinal clínico da doença é a febre, seguida de tristeza, mastigação e baba filamentosa. Posteriormente, pode-se observar a formação de vesículas e úlceras, erosões na mucosa oral, nasal, mamária e no espaço interdigital dos cascos. Na maioria das vezes, a doença ocasiona morte indireta, por infecções secundárias. Dentre os efeitos mais sérios da aftosa, estão a perda de peso, redução da produção de leite, aborto, infertilidade, mastite e problemas de casco.
Deve-se lembrar que não há tratamento. O vírus sobrevive em tecidos como couro e carne, no trato respiratório, na saliva, na urina e em outras excreções dos animais infectados, como fezes e sêmen. Ele também pode sobreviver em materiais e no ambiente por vários meses, dependendo das condições climáticas.
Contágio da febre aftosa no rebanho
A transmissão da doença ocorre em 99% das vezes pela boca, sendo que os animais podem eliminar o vírus 7 dias antes de manifestarem a doença. Além dos problemas já citados, a doença impede a comercialização de animais e de seus produtos e subprodutos, tanto a nível local quanto internacional. Por ser uma doença com potencial para se alastrar rapidamente em amplos territórios, ocasionando graves consequências sociais e econômicas, a febre aftosa é uma das enfermidades que acometem os animais mais combatidas no mundo.
Prevenção e controle da febre aftosa de acordo com a IN 77
A febre aftosa é uma doença de difícil controle, consequentemente, muitos animais e seus produtos e subprodutos de áreas conhecidas como afetadas ou suspeitas, estão sujeitas a restrições de comércio. A única forma desse foco não se espalhar, é ele ser detectado e erradicado rapidamente. O impacto econômico de um foco de febre aftosa é capaz de provocar extensivas perdas que podem durar anos e até mesmo inviabilizar a produção em alguns casos.
- Vacinação contra a febre aftosa
A vacina contra a febre aftosa é utilizada para desenvolver imunidade no rebanho que, juntamente com o controle do trânsito de animais e de pessoas, se torna uma forma eficaz de controle, prevenção e erradicação da doença. Se confirmada a doença, a principal forma de controle é o isolamento e o sacrifício dos animais doentes, e eliminação de fontes de infecção. Quanto mais rápido for identificada a doença, mais rápida será a contenção e menores serão os prejuízos.
A vacinação contra febre aftosa deve ser realizada de acordo com o calendário nacional do governo federal para cada Estado, e o reforço da vacina para animais com menos de 24 meses é realizado seis meses após a primeira. É fundamental verificar o calendário anual publicado pelo MAPA.
O pecuarista, por sua vez, deve guardar a nota fiscal, pois ela é obrigatória para o cadastro. Após a vacinação, é indispensável o preenchimento da declaração de vacinação, e essa deve ser entregue em um escritório da DAP, EMATER, IMA ou secretária municipal de agricultura, com a nota fiscal da vacina, a ficha de certificação de vacinação contra febre aftosa, o CPF do criador e a quantidade de animais sob sua responsabilidade. Os produtores que não vacinarem o seu gado estão sujeitos a sofrer multa por cada animal não vacinado. Mesmo o atraso na declaração da vacina gera multa ao produtor.
Aprimore seus conhecimentos sobre o assunto. Leia a(s) matéria(s) a seguir:
- O que diz a IN77 sobre o armazenamento do leite na propriedade?
- Afinal, qual é o objetivo da IN 77?
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Por Silvana Teixeira.
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