
Dos problemas sanitários que afetam os bovinos jovens, as infecções de umbigo ocupam lugar de destaque. As infecções umbilicais e suas consequências são responsáveis por altas taxas de mortalidade em bezerros, e os animais que não vão a óbito têm perdas de aproximadamente 25% no desempenho produtivo em relação a outros animais da mesma idade. Segundo Oriel Fajardo Campos, professor do Curso a Distância CPT Bezerras de Raças Leiteiras - Do Nascimento ao Desaleitamento, em Livro+DVD e Cursos Online, "O umbigo representa a ligação da mãe com o feto durante a gestação, e é por meio deste que o feto recebe todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento".
O cordão umbilical liga a placenta a estruturas internas do feto por meio de três vasos, sendo duas artérias, uma veia e o úraco. As artérias estão conectadas à circulação sanguínea geral do bezerro, a veia ao fígado, e o úraco à bexiga. No momento do parto, devido à distensão, o cordão umbilical se rompe, os vasos sanguíneos e o úraco retraem e ficam posicionados próximos da parede abdominal. A pele que envolvia essas estruturas não retrai e forma o coto umbilical. O coto umbilical, dessa forma, representa a porta de entrada mais importante de microrganismos causadores de doenças no recém-nascido.
1- | O local do nascimento |
O local do nascimento e de criação dos bezerros nos primeiros dias de vida é muito importante para o controle das infecções umbilicais. Esse local deve ser limpo e seco para que o umbigo não esteja exposto às contaminações do ambiente. Além disso, a presença de matéria orgânica no umbigo diminui a ação do iodo, reduzindo a eficiência da cura de umbigo, aumentando o risco de infecções.
2- | Como curar o umbigo |
A cura de umbigo é importante para proteger contra a entrada de microrganismos e por desidratar o coto umbilical, fechando gradualmente essa porta de entrada. Esse procedimento deve ser realizado nas primeiras horas após o nascimento com tintura de iodo (5 a 7%) e deve ser repetido no mínimo uma vez por dia, durante três a cinco dias consecutivos, ou até que o cordão umbilical caia. O iodo deve ser aplicado sob a forma de imersão, para permitir a entrada da solução no coto umbilical. Outras soluções não são recomendadas para cura do umbigo, por não conseguir efetivamente desidratar o coto umbilical fechando esta passagem. A cura de umbigo mal feita, ou a não realização desta, leva frequentemente a infecções de umbigo.
3- | Infecções de umbigo |
As infecções de umbigo podem se restringir a infecções locais ou causarem infecções graves em diversos órgãos do bezerro ou levarem até mesmo à morte por septicemia (distribuição de patógenos na corrente sanguínea). Os bezerros com inflamação do umbigo ingerem menos alimento e ganham menos peso, comprometendo seu desempenho, e também são mais susceptíveis a ocorrência de outras doenças que podem agravar o caso.
Além da cura do umbigo, é preciso incluir na rotina diária o monitoramento da ocorrência de infecções no umbigo, o que pode ser feito por exame de palpação. O umbigo saudável é macio e flexível, e o bezerro não deve sentir incômodo no exame. Quando há infecção, o umbigo pode estar com volume aumentado e firme, podendo manifestar dor ao exame, secreção no umbigo e febre. Nos casos de infecção, deve ser feito tratamento orientado por um médico veterinário.
Um bom manejo do bezerro recém-nascido pode reduzir a ocorrência de infecções no umbigo, assim como a ocorrência de outras doenças e sequelas que possam comprometer a vida produtiva do animal. Bezerras bem criadas e com um desenvolvimento saudável têm grandes chances de se tornarem vacas mais produtivas e eficientes no rebanho.
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Por Silvana Teixeira.
Fonte: Rehagro.
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