A capineira é uma área de terra cultivada com gramíneas de elevado potencial de produção de forragem
A capineira é uma área de terra cultivada com gramíneas de elevado potencial de produção de forragem, que são cortadas e picadas para fornecimento de alimento verde no cocho, em especial, na época seca.
No que diz respeito à pecuária de leite, de nada adianta ter em uma fazenda um ótimo rebanho leiteiro, se o produtor não tiver disponibilidade de forragens em quantidade e qualidade para transformar a atividade em algo rentável. A existência de quantidades suficientes de forragem, em um a propriedade, possibilita ao animal externar tanto o seu potencial máximo de produção, influenciando diretamente a produção de leite, como o seu potencial reprodutivo, desde que se estabeleça uma boa estratégia de controle sanitário do rebanho.
“Portanto, a produção de forrageiras e pastagens constitui uma das principais etapas na exploração racional de um sistema de produção de leite”, afirmam os professores Humberto Resende e José Henrique Bruschi, do curso Formação e Manejo de Capineira, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
O manejo correto de uma capineira permite utilizar mais eficientemente este recurso forrageiro. É preciso, no entanto, relacionar a área disponível de capineira na propriedade com o número de animais a serem tratados, devendo-se manejá-la todo o ano.
Capineira em talhões
A divisão da capineira em talhões com diferentes alturas do capim facilita o manejo, permite ao produtor estabelecer comparações entre os talhões e, também, permite estimar a quantidade de capim disponível em curto prazo. Em caso de sobra de capim de um talhão, este deve ser cortado e fornecido para categorias menos exigentes. A capineira poderá ser utilizada para ensilagem, caso haja previsão de sobra de capim no período de maior crescimento.
Corte a capineira
O corte deve ser feito quando o capim-elefante estiver com 1,80 m de altura ou a cada 60 dias, na época das águas; na época seca, deve-se cortá-lo com 1,50 m. Nesta altura, o capim apresenta razoável valor nutritivo e grande produção de massa verde. O capim deve ser cortado em quantidade suficiente para dois dias de fornecimento aos animais.
Corte manual
O corte manual deve ser rente ao solo, de preferência com enxada bem amolada, facilitando os cortes seguintes, o que não é conseguido, quando se faz corte a 20 ou 30 cm de altura. Para o corte mecanizado, a máquina colhedeira mecanizada tipo TAARUP ou similar deve ser acoplada ao trator, com engate para carreta ou vagão. A máquina além de corte faz uma picagem grosseira do material cortado, que é conduzido por um tubo à carreta. Equipamentos que trabalham com sistema de facas oscilantes são mais recomendáveis do que aqueles do tipo TAARUP, que possuem um mecanismo de corte que abala a base da touceira, comprometendo a rebrota.
Transporte da forragem colhida (apenas na caso da colheita manual)
Após o corte manual, deve-se levar a forragem cortada para a picadeira. Nesse caso, as facas da picadeira além de afiadas, deve estar reguladas para picar a forragem no tamanho de 1,0 a 2,0 cm. No corte mecanizado, o capim já é picado pela própria máquina. Forneça a forragem picada aos animais. A forragem picada deve ser distribuída no cocho para os animais.
Adubação
A quantidade de esterco a ser aplicada depende da sua disponibilidade na fazenda. Aplicações de 20 a 50 t/ha de esterco por ano são comumente recomendadas. O esterco verde removido diariamente do curral (após seco ao ar livre) deve ser espalhado uniformemente sobre toda a área da capineira recém-cortada, independente da época do ano.
Para regiões onde se utiliza a irrigação da capineira durante todo o ano, a adubação química deverá ser em níveis superiores
Irrigação da capineira
Para regiões onde se utiliza a irrigação da capineira durante todo o ano, a adubação química da capineira deverá ser em níveis superiores aos indicados anteriormente, parcelando as quantidades a cada corte.
Controle de plantas daninhas na capineira
Devem ser feitas capinas, quando necessário, para manter a área da capineira livre de invasoras. Normalmente, em plantios bem executados, não se precisa controlar plantas daninhas. As capineiras que permitem o aparecimento de invasoras indicam que teve manejo anterior incorreto, seja por plantio em espaçamento largo ou pela adubação mal equilibrada ou pelos dois motivos.
Controle de pragas e formigas
Controle de formigas
Devem ser controlados focos de formigas com formicidas apropriados, observando as indicações no rótulo do produto, mesmo que os formigueiros não estejam dentro da área de capineira. Os inseticidas granulados (iscas) são mais práticos no controle dessas pragas, devendo ser aplicados ao longo dos carreiros, no período de tarde e dia seco. A quantidade de isca formicida a ser aplicada está em função do tamanho da área ocupada pelo formigueiro. Geralmente, os rótulos dos produtos trazem informações a respeito.
Controle de lagartas
Para o controle de lagartas, o produtor deve constatar a presença dos primeiros focos do inseto, promovendo o controle nesses focos. Dessa forma, a operação é facilitada, implicando em menor custo. Pode-se utilizar inseticida biológico. Este não deve ser usado quando as lagartas já estivarem com 4,0 cm ou mais de comprimento. Caso use inseticidas químicos, observar as indicações, dosagens e diluições sugeridas no rótulo do produto.
Controle de cigarrinha das pastagens
Em pastagens de capim-elefante bem manejadas e adubadas, as cigarrinhas não acarretam prejuízos maiores. Em geral, a cigarrinha das pastagens deve ser controlada por meio de um conjunto de métodos de controle, ou seja, através do controle integrado, onde o controle biológico, a resistência de plantas, o manejo das pastagens e outras práticas se associam.
Controle de cupins
Os cupins são insetos sociais que vivem em ninhos chamados termiteiros ou cupinzeiros. Diversas são as espécies de cupins, entretanto, o cupim de montículo é o mais frequente na região Sudeste do Brasil. O controle de cupins pode ser feito com iscas formicidas ou mesmo pastilhas vendidas em embalagem aluminada. Para o controle, faça um orifício no topo do cupinzeiro. Este orifício deve ser feito através de uma perfuração profunda no topo do cupinzeiro, com o auxílio de uma alavanca de ferro, ou por sonda, por onde vai ser feita a aplicação do produto. Coloque as pastilhas no interior do cupinzeiro. Vede o orifício com terra úmida ou barro. A vedação deve ser feita logo após a colocação das pastilhas, de modo a não haver perda do gás tóxico que se forma no interior do cupinzeiro, permitindo maior eficiência no tratamento.
O controle de cupins pode ser feito com iscas formicidas ou mesmo pastilhas vendidas em embalagem aluminada
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Por Silvana Teixeira
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Comentários
Valdomiro Tanan Alves Filho
16 de nov. de 2018Muito bom o site, gostaria de receber informações como fazer uma capineira
Resposta do Portal Cursos CPT
16 de nov. de 2018Olá Valdormiro,
Agradecemos a visita e comentário em nosso site.
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Atenciosamente,
Mariana Caliman Falqueto
jessica da silva cardoso
22 de mai. de 2018gostei desde site me ajuda em pesquisas do meu curso que faço!
Resposta do Portal Cursos CPT
23 de mai. de 2018Olá Jessica,
Agradecemos seu comentário.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
Lenara Pereira
20 de jul. de 2017Preciso de uma explicação detalhada sobre a conservação de alimentos em capineira.
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20 de jul. de 2017Olá, Lenara.
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site. Cadastramos seu e-mail para receber nossos boletins informativos.
Atenciosamente.
giovanni fonseca morreira dos santos
10 de out. de 2013Qual seria a quantidade certa adubo e calcário para plantação campineira de camerom .
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11 de out. de 2013Olá, Giovanni!
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A adubação pode ser anual ou a cada 2 anos, conforme a intensidade da exploração.
Existem dois tipos de adubação:
- Adubação Química:
Podem ser utilizadas as mesmas quantidades aplicadas na formação da capineira, em três aplicações durante o ano, a lanço, sobre as touceiras, logo após um corte; e a
- Adubação Orgânica: É feita aplicando-se o esterco de curral num máximo de 50 t/ha/ano. O esterco pode ser tanto normal (pastoso e curtido) como na forma líquida, quando coletado na água de lavagem do estábulo. Deve ser distribuído sobre as touceiras recém-cortadas, logo após cada corte.
Para mais informações recomendamos que entre em contato com um engenheiro agrônomo de sua cidade ou região para mais informações.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos