A falta de diversificação provoca o rápido desenvolvimento de pragas e doenças das pastagens como, por exemplo, da cigarrinha das pastagens (que atacam anualmente milhões de hectares de pastagens formadas com forrageiras susceptíveis a elas) e, pior ainda, os casos de ataques severos da cigarrinha-da-cana, que até em um ano passado recente só atacava canaviais e o capim-elefante, mas que agora ataca milhões de hectares de pastagens de capim-braquiarão.
Esses ataques foram apontados em 25% dos casos como a terceira principal causa da degradação de pastagens nos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima (BARBOSA, 2006).
É provável que dois fatores explicam, pelo menos em parte, as causas daqueles ataques: a monocultura da espécie Brachiaria brizantha, principalmente o cultivar Marandu (capim-braquiarão), que ocupa metade da área de pastagens cultivadas do país (MACEDO, 2005) e seu modo de reprodução assexuada, por apomixia. Na região Norte, mais de 65% da área de pastagem era de B. Brizantha cv Marandu (ZIMMER, 2006).
A infestação por plantas invasoras, estas competem com a planta forrageira pelos fatores de crescimento luz, água e nutrientes, como também por espaço.
“Aquelas de folha larga conferem menor proteção ao solo contra o impacto de chuvas e a radiação solar, contra o pisoteio de animais e de máquinas, devido aos seus hábitos de crescimento e morfologia de sistema radicular”, afirma Adilson de Paula Almeida Aguiar, professor do Curso CPT Recuperação de Pastagens - Método Direto.
Segundo Barbosa (2006), o declínio da fertilidade do solo por ausência de adubação foi apontado em 50% dos casos como a principal causa da degradação de pastagens nos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.
Esse resultado está em acordo com a baixa adoção do uso de fertilizantes em pastagens no Brasil. Menos de 2% de todo fertilizante vendido no país teve destino à aplicação em pastagens, sendo que menos de 1,6% das propriedades aplicavam fertilizantes em pastagens.
Nos Estados do Acre, Pará e do Tocantins, apenas 0,22; 0,82 e 1,57% das propriedades, respectivamente, aplicavam fertilizantes nas pastagens (IBGE, 2006). Segundo Cunha e Ribeiro (2013), em 2012, das quase 30 milhões de toneladas de fertilizantes NPK comercializados no Brasil, apenas 1,42% foi destinada para a cultura de pastagem, quantidade que foi suficiente para adubar apenas 1,22% da área de pastagem.
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Por Silvana Teixeira.
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