Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo professor Alexandre Secorun Borges, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) de Botucatu, sequenciou o gene de uma proteína que retira o ferro do sangue dos mamíferos em quadros de infecções, causando anemia. A pesquisa foi feita em parceira com cientistas da Universidade de Cornell e financiada pela Fapesp. Os resultados foram publicados na revista Veterinary Immunology and Immunopathology.
Quando um agente infeccioso entra no organismo dos mamíferos, uma das primeiras providências de defesa é reduzir os níveis de ferro, pois o mineral é fundamental para a sobrevivência e a multiplicação da maioria dos micro-organismos. Uma proteína chamada hepcidina é responsável por este processo, que torna o ambiente menos adequado para os invasores.
Com o tempo, a hepcidina se liga a outra proteína, a ferroportina, e juntas elas retêm o ferro nas células por muito tempo. A falta do mineral no sangue dos animais por conta de infecções geralmente provoca anemia. Os pesquisadores acreditam que este mecanismo de defesa esteja presente em todos os mamíferos e em alguns peixes, mas isso ainda não foi comprovado.
A pesquisa para isolar a hepcidina foi feita aplicando-se bactérias inativas no organismo de equinos. Os pesquisadores monitoraram as quantidades de ferro no sangue dos cavalos a cada duas horas, constatando uma redução progressiva na quantidade do mineral no sangue. Estudos semelhantes foram feitos em ovinos e revelaram resultados parecidos.
O professor Alexandre Secorum Borges acredita que os resultados da pesquisa são um avanço na compreensão dos processos inflamatórios nos mamíferos, ajudando a desenvolver medicamentos para curar muitas infecções e e até reverter a anemia resultante da ação das proteínas. A próxima etapa da pesquisa é testar a hepcidina para o controle de doenças.
Foto: Maria Clara Corsino.
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