A energia gerada por biomassa corresponde hoje a 77% da energia limpa produzida no mundo, sendo que árvores e plantas formam 87% deste total. Esses dados são do Instituto Internacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED). Nações ricas e empresas privadas querem aproveitar esse potencial e estão adquirindo cada vez mais terras para gerar energia.
A Europa, por exemplo, vai precisar de 40 milhões de toneladas métricas de biomassa para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, e outras 50 milhões para fazer a calefação. O objetivo é alcançar essa meta até 2020. Neste ano, de acordo com a Confederação Europeia de Indústrias de Papel (CEPI), o continente enfrentará um déficit de 210 milhões de toneladas em todos os setores que utilizam matéria-prima e energia renovável. Vários países europeus e asiáticos já importam madeira de outros continentes.
As nações da África e da América do Sul, como o Brasil, já são os principais exportadores de biomassa. O que tem atraído investidores de todo o mundo. E a proposta parece ser bem atraente, pois tudo relativo à energia renovável e a fontes de matérias-primas tem despertado o interesse de muitas empresas, pois essa é uma oferta real e segura de lucro, ainda que a longo prazo.
No entanto, o doutor Elias Silva, professor da Universidade Federal de Viçosa e do curso Técnicas de Avaliação de Impactos Ambientais, desenvolvido pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, alerta para o uso racional dos recursos e o respeito à soberania das nações produtoras de biomassa e das comunidades que dependem dela. De fato, um relatório da IIED destaca ser necessário um maior controle das transações do mercado envolvendo os recursos naturais, pois geram um grande impacto ambiental e social.
Por: Maria Clara Corsino.
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