Por que eliminar do rebanho os ovinos inferiores?

A escolha do melhor ovino pode ser feita com base em diversos critérios, desde as características raciais, até aspectos zootécnicos e econômicos. A seleção de uma ovelha será feita com base na sua capacidade provável de gerar periodicamente um cordeiro saudável e criá-lo de forma que atinja um alto peso no desmame. Da mesma forma, deverá ser levada em conta a capacidade provável de produção de suas crias, o que dependerá da análise dos registros, não apenas de seu desempenho, mas também de seus descendentes.

O ovinocultor deve escolher as piores fêmeas para retirar do rebanho

A seleção de ovinos será feita por comparação entre desempenhos, ou seja, uma ovelha terá prioridade sobre as outras para deixar descendentes no rebanho, se, na comparação com o restante do plantel, estiver entre as mais produtivas e se suas filhas também apresentam essa característica. Por outro lado, os ovinos inferiores terão prioridade para deixar o rebanho. Essa forma de eliminar os piores animais do rebanho, ou seja, o descarte estratégico ocorre quando o ovinocultor escolhe as piores fêmeas para retirar do rebanho, com base nos registros de produção.

Somente as melhores ovelhas devem permanecer no plantel

Com essa ação, o gestor do rebanho está, na verdade, selecionando para ficarem em seu plantel as melhores ovelhas. Essa é uma forma de seleção em que, apesar de não estar havendo a introdução de ovinos com genética superior no rebanho, está sendo reduzida a presença da genética de pior qualidade, melhorando os índices produtivos do criatório, além de reduzir o custo de produção. Ao mesmo tempo, a retirada de um animal pouco produtivo abre a possibilidade de, no lugar dele, ser introduzida uma boa matriz.

O descarte dos ovinos inferiores aumenta a pressão de seleção

Além disso, o descarte dos ovinos inferiores aumenta a pressão de seleção, sendo possível melhorar muito a qualidade do rebanho, se genética superior for introduzida por meio de carneiros melhoradores. As fêmeas descendentes desses reprodutores tendem a ser melhores que as existentes no rebanho, melhorando muito os resultados dos descartes estratégicos, em termos de melhoramento genético. Da mesma forma, o descarte deve ser feito estrategicamente quanto ao número de animais, evitando-se reduzir drasticamente o plantel de matrizes.

O descarte estratégico visa ao melhoramento genético do rebanho ovino

Entretanto, é preciso considerar que o descarte estratégico é uma  prática extremamente benéfica para os índices zootécnicos e econômicos de uma propriedade. Por isso, é importante verificar até que ponto uma fêmea sistematicamente pouco fértil ou com baixa habilidade materna deve ser mantida na propriedade apenas para que o número de matrizes não se reduza. Os descartes estratégicos compõem a primeira e mais básica estratégia de melhoramento genético de um rebanho e podem ser levados adiante praticamente sem custos, com excelentes resultados.

É fundamental escolher ovinos com características de alta herdabilidade

Em qualquer tipo de criatório, seja os que trabalham com rebanhos de elite, multiplicadores ou comerciais, o conceito básico de direcionamento dos acasalamentos e de descarte de ovinos deverá ser o mesmo: é fundamental escolher ovelhas ou carneiros com características desejáveis de alta herdabilidade e procurar sempre evitar a presença de reprodutores e matrizes que possam piorar as boas características que o rebanho já tem.

Dessa forma, criadores de animais de elite ou proprietários de rebanhos comerciais produtores de carne, leite ou lã, estarão sistematicamente fazendo seus rebanhos evoluir geneticamente ao longo do tempo.

Por Andréa Oliveira.

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