Como o educador pode se realizar diante de um mundo tão complexo, em que a internet entrega aos alunos muito mais informação do que o professor nas salas de aula, em várias escolas e em várias universidades?
A posição autoritária, ou de um educador que rejeita um diálogo com um aluno, entre outras, é uma atitude que não realiza o profissional. Algumas atitudes de disputa mesmo entre colegas, como a superioridade em relação a conteúdos, não leva a nada, mas há atitudes que nos elevam e nos fazem sentir realizados.
Outra questão a ser pensada é a da comunicação. Quando você impede o aluno de falar, ordena que faça leitura silenciosa, você o impede de comunicar, de melhorar a sua comunicação. É preciso permitir que ele leia alto, que fale, que dialogue no espaço da aula, para prepará-lo para a vida.
É preciso lembrar que a realização do educador depende da realização do aluno. Quanto mais o aluno se desenvolver, mais nós desenvolveremos a nossa capacidade de realização. Ao descobrirmos um meio de comunicação com as pessoas, crescemos como seres humanos.
Se tivemos um professor que nos ensinou a teoria do fracasso, é necessário convertê-la no caminho para a vitória. É preciso ver na crítica o indício da vitória. O que nos realiza, o que nos torna pessoas realizadas no magistério, é sermos agentes de transformação de coisas, de pessoas, de novas leituras do mundo e da vida.
É preciso ânimo para enfrentarmos obstáculos, promovermos a formação continuada, aproveitarmos cursos que são oferecidos para que nossa vida seja uma vida de crescimento. Sempre pensamos que temos o mundo em nossas mãos, podendo lidar com ele, lidar com a linguagem do mundo, lidar com a realidade, com seus problemas, com as pessoas e suas diferenças.
Mesmo que nunca possamos ter o mundo nas mãos, seremos bem mais confiantes e mais perto da realização, se formos criativos e permitirmos aos educandos que também o sejam. Precisamos lidar bem com os meios de comunicação, comunicar com as pessoas, ser capazes de compreender as pessoas nas suas mais diversas linguagens para podermos atingi-las.
Precisamos usar o computador para não ficarmos maltrapilhos diante da máquina, enquanto nosso aluno está de paletó e gravata. E, ainda, precisamos falar outros idiomas, para aumentarmos a nossa capacidade de acessar conhecimentos que estão em outras línguas.
E acima de tudo precisamos ser capazes de resolver conflitos, sem mandar para a coordenação, supervisão e direção aquele aluno que brigou com o outro dentro da sala de aula. É importante resolver os problemas de sala de aula dentro da sala de aula.
No momento em que um aluno vai para a coordenação, o professor ou a professora perde a autoridade, transferindo-a ao colega de trabalho, restando-lhe apenas o autoritarismo. Daí por diante, ele(a) terá de gritar, bater na mesa para fazer valer a sua voz e a colocação dos limites dentro da sala de aula.
Precisamos, portanto, de favorecer a comunicação e as relações interpessoais, falando, ouvindo, resolvendo conflitos, interagindo nas tomadas de decisões e sendo capazes de pensar e de sentir. Lembremos sempre de que a boa escola é a que forma para pensar e sentir, tanto que a excelência acadêmica refere-se ao pensar e que a excelência humana refere-se ao sentir.
Precisamos dedicar à nossa formação permanente, ao compromisso que temos com a sociedade e com o mundo em que vivemos. Temos compromisso com a nossa escola, nossa sociedade, nossas famílias que exigem de nós um limite infinito para a nossa vida e nossa realização.
Esse limite infinito foi criado por Deus e nos permite buscar a realização como educadores, “no compromisso, na modernidade, no saber pensar e no saber sentir”. Comuniquemos com Ele, e façamos melhores as nossas relações com as pessoas do nosso convívio.
Favorecer as relações interpessoais é, portanto, fundamental para que possamos, efetivamente, ser professores gestores, capazes de gerenciar corretamente a sala de aula. Da mesma maneira, sem uma comunicação eficiente, não há como liderar a turma para um aprendizado verdadeiro.
Por Andréa Oliveira.
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