Aula dialógica: uma atitude transformadora

 O professor deve mostrar o seu saber sempre disposto a reaprender

A teoria construtivista de aprendizagem preceitua que todos nós construímos e reconstruímos o nosso conhecimento ao longo de nossa vida, todo o tempo, com base nas nossas próprias experiências, nas relações que tivemos com as outras pessoas e com o nosso ambiente de vida. Ou seja, o conhecimento não nasce com as pessoas, nem é transmitido de uma para a a outra, mas sim é adquirido, pouco a pouco, como as peças de um quebra-cabeça, que vão se juntando, até formarem um todo.

Essas peças representam, na verdade, conceitos, de tal forma que a construção do conhecimento vai acontecendo, conceito por conceito, onde cada um desses conceitos representa unidades do conhecimento, que buscamos e juntamos, para formá-lo como um todo. O problema é que essas peças vão se juntando de uma forma particular para cada pessoa, em cada situação vivida, de forma diferenciada para cada pessoa, sendo, por isso, individual e, de certa forma, imprevisível.

Por isso é primordial que o professor entenda e aceite a individualidade dos seus alunos. À medida que este passa a entender melhor como diferentes estudantes aprendem de formas diferentes, poderá ajudá-los a aprender mais e melhor. Seria de grande valor levar em conta, na hora de ensinar, o temperamento, a sensibilidade, a forma de ver o mundo de cada aluno, o que permitiria escolher estratégias e atividades mais adequadas.

Características da aula dialógica

“Em uma aula dialógica, o professor vai buscar como ponto de partida para a abordagem de qualquer conteúdo, a experiência dos alunos em relação ao tema proposto. O conteúdo é questionado e redescoberto pelos alunos com base no confronto com a própria realidade”, afirma o professor Per Christian Braathen, do curso Aula Expositiva, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Com isso, ao ouvir dos alunos seus conceitos sobre a realidade, o educador caminha com eles em direção ao entendimento crítico e científico do conteúdo, até que todos se tornem pesquisadores deste de forma natural e eficaz. Isso ocorre porque a aula dialógica valoriza a vivência dos alunos, procurando renacioná-la aos novos conhecimentos abordados na aula.

Em outras palavras, a aula expositiva dialógica é aquela em que o professor conversa com seus alunos, fazendo indagações nas quais ele procura buscar nos próprios alunos as respostas necessárias para que os conceitos se interliguem, propiciando a aprendizagem. No entanto, essa forma de trabalhar depende de algumas técnicas e estratégias, visando ao conhecimento, sem se perder em um bate papo sem direcionamento.

Tornando-se uma rotina, a aula dialógica passa a estimular a curiosidade dos alunos que, gradativamente, passam a ter uma percepção mais crítica da realidade. Ao usar essa estratégia, o professor trabalha contra a postura passiva dos alunos para que aconteça a simples memorização dos conceitos. Ou seja, no momento em que os alunos passam a contestar o educador, vão redescobrir, por si mesmos, os conhecimentos que, até então, pertenciam apenas ao profissional da educação.

É muito importante que o professor trabalhe sempre a partir das perguntas, nunca a partir de respostas prontas. Respostas prontas significam apenas reproduzir um conhecimento, enquanto o questionamento produz conhecimento. Por meio delas o professor deve buscar a troca de experiências com seus alunos, e entre seus alunos, por meio de descobertas coletivas, de novas interpretações do conhecimento.

Por fim, embora a aula dialógica seja ancorada no diálogo, a direção dada pelo profissional da educação deve estar sempre presente. Afinal, ele tem o papel de facilitador do processo de aprendizagem.

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Por Andréa Oliveira