No reflorestamento, deve-se utilizar espécies de rápido crescimento e copa ampla, junto a espécies não pioneiras
O primeiro passo no desenvolvimento de um projeto de restauração florestal é a definição de sua abrangência. Este pode englobar apenas uma escala pontual, como um talude rodoviário ou uma voçoroca, em uma escala média, uma propriedade rural de pequena a média e, em uma escala ampla, um latifúndio, microbacia, entre outros. Obviamente, quanto maior a abrangência do projeto, maior é a chance de se obter êxito.
“Existem no Brasil projetos amplos de recuperação de áreas degradadas que envolvem várias propriedades rurais em nível de microbacias hidrográficas, o que facilita muito a recuperação dessas áreas”, afirma o professor Sebastião Venâncio Martins, do curso Restauração Florestal em Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
A metodologia adotada, que surte mais efeito na atualidade, é a adequação ambiental, onde uma propriedade rural, como um todo, é analisada em uma visão global, observando o mau uso do solo e a escassez de cobertura vegetal. Em alguns casos, quando não há disposição de recursos para análise completa, usa-se a escala pontual, na qual a área mais degradada é estudada, realizando-se apenas sua restauração.
O tipo de escala escolhido é relativo. Primeiramente, define-se o objetivo da recuperação e o efeito que se pretende alcançar com ela. Diferentes objetivos podem ser definidos como a restauração florestal, indicada principalmente para Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal, a revegetação de taludes, o controle e revegetação de voçorocas, a redefinição do uso da área degradada, entre outros.
Zoneamento da área a ser recuperada
O zoneamento é necessário quando se tem uma escala média a elevada de restauração. Ele é necessário para identificar e delimitar situações ambientais como estados de degradação, tipos de solo, topografia, umidade do solo, vegetação remanescente, matriz vegetacional, entre outros. Em áreas de grandes dimensões, o zoneamento pode ser feito por imagens de satélites e fotografias aéreas. Depois, é feita a checagem do campo. Assim, identifica-se a classe de cobertura dos solos e define-se seus limites.
No zoneamento, identificam-se as áreas onde há o uso incorreto do solo, ou seja, áreas onde a lei exige conservação das matas nativas, como as APPs, talude com solo exposto, voçorocas, entre outros. Definidas essas áreas, deve-se analisar o potencial de autorregeneração. Esta é calculada com base na caracterização do banco de sementes do solo.
Importância do zoneamento
1) Facilita a definição das melhores técnicas de recuperação para as diferentes situações ambientais ou de degradação identificadas;
2) Define áreas para formação de corredores florestais, ligando fragmentos isolados de uma propriedade.
Técnicas de restauração florestal
Escolha de espécies para uso em restauração florestal
1) Espécies nativas, que já existem ou existiram em florestas da mesma microbacia;
2) Plantar um número variado de espécies, quanto mais, melhor, objetivando uma diversidade florestal;
3) Utilizar espécies de rápido crescimento e copa ampla, junto a espécies não pioneiras;
4) Usar espécies atrativas à fauna;
5) Observar e respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo;
6) Em solos extremamente degradados, plantar espécies leguminosas.
Produção de sementes
As sementes devem ser coletadas, no mínimo, de 12 a 15 árvores de diferentes fragmentos florestais. As matrizes escolhidas devem possuir bom porte e boa forma. Após a seleção das matrizes, é que começa a coleta de sementes propriamente dita. Deve ser realizada quando os frutos estão em bom estado de maturação. Nas espécies com dispersão pelo vento, a coleta deve ser realizada antes que os frutos secos se abram.
Feita a coleta, as sementes são tratadas, retirando-se todas as impurezas como asas, polpa, sementes quebradas ou com brocas. A técnica adotada é determinada pelo tipo de fruto. Nos frutos secos, é necessária apenas a secagem destes. Nos carnosos, devem ser feitos o despolpamento e a lavagem. A fase seguinte é a semeadura direta na área a ser recuperada ou em recipientes para que mudas sejam feitas.
Produção de mudas
Pode ser realizada por sementes ou propagação assexuada.
Produção de mudas por sementes
Pode ser feita por semeadura direta no recipiente e repicagem. Na semeadura direta no recipiente, as sementes são colocadas para germinar exatamente no recipiente. É muito empregado em viveiros florestais, pois não precisam da repicagem das plântulas. Na repicagem ou semeadura indireta, as sementes são semeadas em canteiros, com areia grossa ou lavada, chamados sementeiras. Depois, as plântulas são transplantadas para recipientes definitivos.
Implantação de projetos de restauração florestal
Para a implantação de um projeto de restauração, são seguidas uma série de etapas. As condições ecológicas da área devem ser estudadas antes de qualquer coisa. Devem também ser observados: fertilidade e estado de conservação do solo, presença de vegetação arbórea nativa remanescente na área ou nas proximidades, topografia, regime hídrico, largura do curso d’água e tipo de atividade agrícola no entorno da área.
Passos para a restauração florestal
1)Limpeza da área e preparo do solo;
2)Combate às formigas cortadeiras;
3)Coveamento;
4)Calagem e adubação;
5)Plantio das mudas;
6)Manutenção do trabalho.
Por Natália Mayrink De Lazzari
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Comentários
Edmilson Lopes Passinato
3 de dez. de 2023Muito bom, eu estou com ideia de montar uma empresa de reflorestamento, apenas para restauração florestal nativa, mas não sei por onde começar
Resposta do Portal Cursos CPT
4 de dez. de 2023Olá, Edmilson Lopes Passinato! Como vai?
Agradeço sua visita em nosso site!
Em breve, um de nossos consultores entrará em contato com informações sobre o curso na área desejada. Nosso DDD é 31.
Agradeço seu contato e precisando estou à disposição.
Abraço!!
Equipe CPT
Carlos Rogério de Souza
17 de jan. de 2022Bem informativo!
PEDRO WELLINGTON APOLIANO GOMES
19 de out. de 2021Gostaria de maiores informações sobre reflorestamento da serra da Ibiapaba, No ceará. Fronteira com o edtado do Piauí.
Resposta do Portal Cursos CPT
9 de dez. de 2021Olá, Pedro! Como vai?
Agradecemos sua visita em nosso site!
Infelizmente, no momento ainda não temos nenhuma matéria publicada sobre a serra do Ibiapada, diante disso, não consigo lhe dar informação efetiva sobre o assunto. Mas, fica anotada a sugestão para futuras matérias.
Atenciosamente,
Lorena Tolomelli.
Aline Costa
21 de jul. de 2021Gostaria de Iniciar um projeto de reflorestamento numa área impactada pela pecuária.
Resposta do Portal Cursos CPT
21 de jul. de 2021Olá, Aline Costa
Como vai?
Agradecemos sua visita ao nosso site!
Como é bom ver pessoas querendo aprimorar seus conhecimentos.
Desejamos a você sucessos.
Atenciosamente,
Erika
Elivânia Gomes dos Santos
4 de set. de 2013excelente o material de estudos, como faço para obter este material, entre outros?
Resposta do Portal Cursos CPT
5 de set. de 2013Olá, Elivânia!
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site.
Nossas consultoras entrarão em contato com mais informações sobre o Curso CPT Restauração Florestal em Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
EVANDRO SANTANA DE SOUZA
4 de abr. de 2013Muito bom fez parte do meu trabalho de agronomia, para experimento de restauração em ilhas. Grato
Resposta do Portal Cursos CPT
4 de abr. de 2013Olá, Evandro!
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
Tays
29 de jan. de 2013Adorei o artigo. Esclareceu as minhas dúvidas em relação a quais espécies plantar em cada tipo de solo e sua fertilidade. Muito bom.
Resposta do Portal Cursos CPT
29 de jan. de 2013Olá, Tays!
Agradecemos sua visita e seu comentário em nosso site.
Ficamos felizes em saber que nosso artigo lhe ajudou. Continue acessando nosso site e conferindo as novidades em sua área de atuação.
Atenciosamente,
Natália Parzanini Brum