Equiterapia: instrumento de reabilitação e educação

Criança e cavalo estabelecem uma relação harmoniosa e conseguem atuar juntos graças à desinibição e à doçura dos gestos da criança e à confiança recíproca

 

Os destinos do cavalo e do homem são inseparáveis. Conhecido e admirado, o cavalo tem sido útil no progresso da humanidade e à nossa evolução. Foi utilizado como meio de conquista, de imigração, de transporte, de trabalho, de veneração e de crença, na mitologia, na fabricação de soro e vacina, no lazer e no esporte. Hoje lhe é dado um grande destaque como instrumento de reabilitação e educação.

Animal dócil, de porte e força, que se deixa montar e manusear, transforma-se em um amigo e estabelece com o ser humano um relacionamento afetivo importante. Uma criança, por exemplo, por suas necessidades de alegrar-se, de amar e estabelecer limites, e o cavalo estabelecem uma relação harmoniosa e conseguem atuar juntos graças à desinibição e à doçura dos gestos da criança e à confiança recíproca.

O cavalo, objeto intermediador, é a ligação entre o praticante e o terapeuta. Aquilo que o praticante não pode vivenciar, no contato com o cavalo, ele irá aprender ao integrar-se com o meio possibilitando sua evolução psicossomática, melhorando a sua autonomia, a sua independência, autoestima e autoconfiança. Estes são os objetivos de todos os terapeutas em relação a seus pacientes.

É uma atividade que exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento do tônus e da força muscular, relaxamento, equilíbrio, aperfeiçoamento da coordenação motora, atenção, autoconfiança e autoestima

Na equiterapia, trabalham-se as potencialidades da pessoa portadora de deficiência e, ou, de necessidades especiais. Esta pessoa não é considerada “cliente” ou “paciente”. Ele é o sujeito do processo, participa de sua reabilitação da maneira direta, é o “agente” de sua própria reabilitação, logo é um particante de equiterapia.

A equiterapia, portanto, é uma modalidade de fisioterapia, em que se utiliza o cavalo para as diversas atividades e, ao mesmo tempo, permite que se usufrua da beleza e tranquilidade do meio ambiente, onde este vive. É uma atividade que exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento do tônus e da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo, equilíbrio, aperfeiçoamento da coordenação motora, atenção, autoconfiança e autoestima.

Como método terapêutico e educacional tem como objetivo buscar o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência ou de necessidades especiais. Empregando as técnicas de equitação e atividades equestres para proporcionar, ao praticante, benefícios físicos, psicológicos, educacionais e sociais.

“Essa atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do tônus e da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo, equilíbrio, aperfeiçoamento da coordenação motora, atenção, autoconfiança e autoestima.”, afirma a professora Garbriele Brogitte Walter, do curso Equiterapia, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

 
A prática da equiterapia objetiva benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais de pessoas portadoras de deficiências físicas ou mental

Mas, como todo método terapêutico, não basta simplesmente colocar uma criança ou um adulto no dorso do cavalo para que ele esteja fazendo uma terapia. É indispensável que o terapeuta conheça a patologia em causa, o cavalo, as técnicas específicas a empregar nas áreas de saúde, educação e equitação e igualmente entender a necessidade do praticante no seu sofrimento como no seu prazer.

Princípios e normas fundamentais

Os princípios e normas fundamentais que norteiam e caraterizam a equiterapia são:
- Embasamento técnico-científico;
- Atendimento equoterápico de diagnóstico, indicação médica e avaliação por profissionais das áreas de saúde, educação e equitação, a fim de planejar um atendimento personalizado;
- Execução equoterápica, feita por equipe interdisciplinar, a mais ampla possível;
- Avaliação e controle sistemático da evolução do praticante;
- Respeito à ética;
- Filantropia;
- Segurança física dos praticantes;
- Atenção às normas de seguridade.

Utilização do cavalo na equoterapia

- Como instrumento cinesioterapêutico;
- Como instrumento pedagógico;
- Como instrumento de inserção social;
- Como agente psicoterapêutico.

Objetivos da equoterapia

A prática da equoterapia objetiva benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais de pessoas portadoras de deficiências físicas ou mental, causadas por:
- Lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular;
- Patologias ortopédicas, congênitas, ou adquiridas por acidentes diversos;
- Disfunções sensório-motoras.

Necessidades educativas especiais ou distúrbios:
- Evolutivos;
- Comportamentais;
- De aprendizagem.


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Por Silvana Teixeira