O bem-estar animal nunca foi tão visado quanto nos últimos tempos, principalmente depois de se perceber que as vacas leiteiras, quando confinadas em confortáveis alojamentos, recebendo tratamentos especiais, produzem muito mais do que o esperado. Sabendo disto, criadores de todo o Brasil têm investido muito dinheiro na construção de um novo modelo de estábulo, visando um retorno rápido e garantido. Este novo projeto de instalação de vacas leiteiras, quando aliado à genética, boa alimentação e cuidados sanitários, tudo planejado para se alcançar qualidade e quantidade, é sucesso certo.
O novo sistema de confinamento tem nome difícil: Compost barn. Talvez a melhor tradução para este termo seja barracão de compostagem, já que serve tanto para abrigar confortavelmente as vacas de leite, quanto para produzir composto orgânico, ou seja, adubo de grande qualidade para a lavoura.
Na prática, esta nova estrutura para a acomodação das vacas leiteiras tem as seguintes características:
- O barracão é aberto nas laterais e tem pé direito alto, permitindo menor temperatura interna;
- Permite que os animais fiquem de pé;
- Possui ventiladores para expulsar do ar quente do seu interior;
- Tem muretas nas laterais em substituição às paredes;
- Tem espaço interno grande o suficiente para que um trator possa trabalhar;
- Tem teto angulado, permitindo ao ar quente migrar para a ponta do telhado. No meio, um lanternim, abertura no meio do barracão por onde o ar quente produzido pela vaca e pela cama sai mais facilmente.
O grande segredo do barracão de compostagem, no entanto, está na parte de baixo. O piso é todo cercado por uma mureta de concreto de 1,20 de altura. Sobre ele é depositada uma cama de serragem de madeira (de aproximadamente 15 centímetros), antes de receber e acomodar os animais. As fibras da madeira e os dejetos, fezes e urina, são os ingredientes do composto. Uma vez por mês, coloca-se uma nova camada de serragem, porém bem mais fina que a primeira. À medida que o tempo vai passando, a cama vai subindo até encher o cercado, ou seja, até alcançar a altura da mureta.
Eficiência do sistema
- Monitoramento da cama
Para que o Compost barn funcione bem, é essencial monitorar a cama diariamente, medindo a temperatura a 20 cm de profundidade. É desejável que esta esteja sempre acima de 40 e até 65 graus. O motivo para tanta preocupação é simples: para virar composto, a cama deve ser degradada por boas bactérias que estão no ambiente. No entanto, junto às boas bactérias também se encontram outras bactérias, porém nocivas aos animais. Mantendo-se a temperatura sempre acima de 40 graus as chances de sobrevivência das bactérias ruins diminui bastante, por isso a parte de baixo da cama tem de ser quente.
- Superfície
A superfície, por sua vez, deve estar em temperatura ambiente para não incomodar as vacas. Explica-se, então, a necessidade dos ventiladores.
- Fermentação da cama
A cama precisa de oxigênio para a sua fermentação. Sendo assim, pelo menos 2 vezes ao dia ela tem de ser revirada.
- Controle de umidade
Uma das coisas que a câmara de compostagem não pode ter é excesso de umidade. Neste sentido, os ventiladores possuem outra função importante: ajudam a secar a superfície da cama.
Para que o controle de umidade dentro do sistema seja completo, é muito importante que os bebedouros e os coxos fiquem fora da área de compostagem, em um local denominado corredor de alimentação, devido ao fato de se tratar de uma área muito úmida.
- Lotação animal
O número de animais colocados no sistema também é muito importante. Para se ter ideia, as vacas em lactação deverão ocupar uma área de, pelo menos 10 m2 por vaca, podendo variar dependendo do tamanho e da raça.
Variando na quantidade de serragem fornecida à cama, aumento ou diminuindo a criação, o criador vai aprendendo a manejar o galpão até que o composto fique pronto. É importante salientar que o composto fica pronto de baixo para cima, então, ao apresentar uma cor bem escura poderá ser jogado na lavoura.
Na hora de recomeçar o composto é importante seguir algumas orientações:
- A parte de cima deve ser retirada e separada,
- O restante vai para o campo como adubo,
- O material da superfície, anteriormente separado, que está cheio de bactéria boa é usado para recomeçar a cama.
Por Silvana Teixeira.
Fonte: Globo Rural.
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Comentários
Jairo Martín Moreno Basto
3 de jan. de 2022Costos del curso y programación de clases
Resposta do Portal Cursos CPT
1 de fev. de 2022Olá, Jairo! Tudo bem?
Agradeço pela visita! :0
Em breve, uma de nossas consultoras entrará em contato com informações sobre o curso.
Abraço!
Lorena