Criação de pacas - um mercado potencial e promissor

A paca possui pelos curtos e eriçados, em tonalidades variáveis, que vão do castanho-pardo ao castanho-avermelhado, com quatro faixas longitudinais brancas. Foto: reprodução 

A paca é um dos maiores roedores do Brasil (cerca de 70cm, até 10 Kg), só perdendo, em tamanho, para a capivara. As pernas da paca são curtas e os pés possuem cinco dedos, providos de unhas muito fortes, que mais se assemelham a cascos do que unhas propriamente ditas. A cabeça da paca é grande, com a região das bochechas bem desenvolvida. Possui orelhas pequenas e cauda vestigial, em forma de um pequeno tubérculo. Esse roedor pode ser facilmente reconhecido por seus pelos curtos e eriçados, em tonalidades variáveis, que vão do castanho-pardo ao castanho-avermelhado, com quatro faixas longitudinais brancas.

A importância de se marcar o animal

O criador de pacas adquirirá o transponder, os microchips e todos os equipamentos de higienização, segurança e controle zootécnico dos dados de cada animal “chipado”. A marcação das pacas é essencial para sua identificação para oferecer um melhor controle de saúde ao plantel. Com a individualização de animais, pode-se definir uma série muito grande de dados, tais como: atestar a propriedade, controlar a consanguinidade, observar comportamentos, coletar dados médicos, obter a idade, entre outros.

Onde criar as pacas em cativeiro

Por meio do sistema superintensivo, as pacas são criadas em boxes, com piso de concreto, totalmente cobertos. Poderão ser acrescidos de área externa com piso natural (solo). Assim, cada box será constituído de uma área interna e coberta. Essa área de “pasto” é adicionada, pois espera-se que reduza o stress nos roedores por possibilitar um contato com o substrato natural, além de promover maior área e espaço. Com essa medida, acredita-se que o desempenho reprodutivo dos animais torne-se superior. Da mesma forma, todas as medidas necessárias devem ser tomadas para evitar a fuga dos animais.

A paca necessita de água em abundância

Cada box conterá uma piscina de 1 m², com uma pequena piscina em uma das esquinas, que receberá água limpa da torneira para que os animais não tenham que tomar água da piscina principal. Esta pequena piscina estará incorporada dentro da principal. Ela é necessária para manter a higiene, já que algumas pacas preferem defecar unicamente quando têm as quatro patas dentro da água. A piscina deve situar-se a, pelo menos, 30 cm de cada parede para que os animais possam caminhar ao redor desta sem entrar na água. A piscina principal deve possuir um tubo de drenagem para esvaziá-la, eliminando, junto a urina, as fezes e outros dejetos.

Combate ao infanticídio

Para minimizar o infanticídio ou até combatê-lo, deverá ser feita a separação das fêmeas próximas ao parto em box destinado a este fim. Esta apartação será realizada quando for possível a observação visual dos sinais pré-parto. Caso a fêmea amanheça com a cria junto ao grupo social, a separação será imediata. Se uma fêmea realizar o infanticídio por dois partos seguidos, será considerado fêmea de descarte. O teor de proteína da dieta será balanceado de modo a garantir as exigências nutricionais da fêmea da paca e do filhote. Para isso, deverão ser utilizados ingredientes proteicos de qualidade.

Alimentação dos animais adultos

As pacas adultas, especialmente as nascidas em cativeiro, comem o que os humanos comem. Portanto, são animais onívoros. Serão utilizadas as dietas básicas do criatório de pacas do Instituto Smithsonian do Panamá. Seus principais componentes são: milho, soja, farelo de trigo, casca de ovo, suplemento vitamínico, suplemento mineral, caju, folhas e raízes de mandioca, frutas cítricas, banana, mamão, coco, goiaba, manga, carambola, entre outras frutas, forrageiras utilizadas na alimentação do gado e abundantes na propriedade, inclusive cana-de-açúcar , alimento comercial para coelhos , abóbora e sal.

Alimentação dos filhotes

Pequenos pedaços de frutas doces, como a banana, devem ser oferecidas aos filhotes da paca em um pequeno prato; vitaminas líquidas, Cálcio (50 mg de pastilhas de Ca++ moídas para humanos) e uma pequena quantidade de vitaminas do complexo B para estimular o apetite.

Comercialização

A comercialização da paca é normatizada pela portaria 117 de 05 de outubro de 1997. Portanto, é importante o conhecimento desta lei por parte de todos os criadores.

Aspectos mercadológicos

A criação de pacas com finalidade comercial ainda não atingiu a escala de abate industrial, fase que só será alcançada quando existir um plantel suficiente para viabilizar a entrada no mercado. No entanto, a aceitação desta nobre e saborosa carne é uma unanimidade nacional, significando um mercado potencial e promissor para quem tem interesse em criar pacas.

Existe uma grande procura de filhotes de paca para iniciar o plantel de diversos criatórios em fase de instalação no país. Foto: reprodução 

Comércio de animais jovens

Existe uma grande procura de filhotes de paca para iniciar o plantel de diversos criatórios em fase de instalação no país, já que nem todas as regiões apresentam populações selvagens passíveis de serem capturadas. Além disso, animais nascidos em criatórios apresentam a vantagem de se adaptarem mais facilmente ao cativeiro.

Abate dos animais para comercialização

De acordo com a portaria nº 117 de 15 de outubro de 1997 seção II, os produtos a serem comercializados deverão possuir um sistema de controle e marcação que pode ser carimbo, etiqueta ou similar, aprovados pelo IBAMA. A venda deverá ser acompanhada de nota fiscal fornecida pelo criadouro. Os animais abatidos, partes e produtos serão embalados e etiquetados com as informações exigidas pela legislação.

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Por Andréa Oliveira