A cana-de-açúcar é uma cultura bastante exigente no quesito temperatura - entre 25 e 26°C, e água - precipitação anual entre 1.000 a 3.000 mm/ano. Outro fator de extrema importância, diz respeito à luminosidade: a planta se desenvolve melhor em regiões de alta intensidade luminosa, pouco risco de geadas e baixa incidência de ventos. Caso haja ventos fortes, estes podem tombar a cana, tornando a sua colheita mais difícil e cara, além de dilacerar as folhas e aumentar a transpiração da
planta, aumentando também sua necessidade em água.
A cana-de-ano-e-meio brota e inicia seu desenvolvimento durante três meses favoráveis, que são janeiro, fevereiro e março. De abril a agosto, a planta permanece em repouso, praticamente sem se desenvolver. De setembro a abril, ela vegeta com grande intensidade, para amadurecer nos meses do inverno. Já a cana-de-ano brota em outubro/novembro e se desenvolve vegetativamente até março/abril, entrando, a partir daí, em maturação.
No Brasil, a primeira época (cana-de-ano-e-meio) é mais utilizada que a segunda (cana-de-ano), pois apresenta melhor controle de plantas daninhas, menores problemas fitossanitários e melhor escalonamento da colheita, principal vantagem para quem quer operar a unidade produtora de maio a dezembro.
A colheita de cana-de-açúcar reflete todo o trabalho desenvolvido e conduzido no campo ao longo do ciclo da cultura, culminando na entrega da matéria-prima para que seja processada e contribua na obtenção de um produto final de qualidade. O corte de cana deve ser feito bem rente ao nível do solo, sem deixar tocos, para evitar perda de matéria-prima, infestação de pragas nas cepas remanescentes e emissão de brotações aéreas.
O desponte, isto é, o corte da região apical imatura do colmo da planta, deve ser feito no início e fim do período de safra, e precisa ser realizado, pois além de se constituir de partes pobres de açúcar, sua presença pode provocar embuchamento da moenda ou até mesmo diminuir o rendimento de aguardente.
Para determinar o ponto de maturação da cana voltada à produção de aguardente, é só verificar o aspecto físico da planta. Esta, quando se encontra madura, apresenta em seu terço superior, folhas de coloração verde-amarelada e menos eretas, enquanto que as folhas que se localizam nos terços basal e médio encontram-se totalmente secas, chegando, em alguns casos, a desprenderem-se dos colmos (despalha natural).
Para que haja maior precisão no ponto de colheita, utiliza-se o refratômetro de campo. Este é um aparelho simples, que, por meio da refração da luz em algumas gotas do caldo da cana, indica o valor do Brix (% de sólidos solúveis no caldo).
Em um talhão, deve-se amostrar ao acaso de 10 a 12 colmos. Destes, algumas gotas de caldo deverão ser extraídas da base e da ponta, para ser realizada a determinação do Brix separadamente, pelo aparelho.
Por fim, ao se dividir os valores do Brix da ponta pelo Brix da base, obtém-se um número que indica o IM (índice de maturação). A cana estará madura quando, na média dos 10 a 12 colmos, o IM for maior ou igual a 0,85 e inferior a 1,0.
Por Andréa Oliveira.
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