O biodiesel é um combustível biodegradável e alternativo ao diesel de petróleo. Ele é derivado de fontes energéticas renováveis e sua composição é livre de enxofre (PARENTE, 2003). A definição para biodiesel adotada na Lei nº 11.097, de 13 de setembro de 2005, que o introduziu na matriz energética brasileira é:
“Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.” (NR)
Conforme mencionado a priori, o biodiesel é um combustível renovável. É assim considerado porque o CO2 emitido na queima do motor é absorvido pelas plantas e, consequentemente, utilizado como matéria-prima para a produção de novos biocombustíveis, fechando o ciclo do carbono e reduzindo em cerca de 80% as emissões líquidas desse gás de efeito estufa (COLETTI, 2005). Essa mesma autora relata que, em comparação com o diesel, a combustão do biodiesel reduz as emissões de materiais não-particulados, hidrocarbonetos não-queimados, compostos sulfurados e aromáticos, e outros poluentes.
Nesse ambiente, as fontes renováveis de energia ganharam força e assumem grande importância no mundo atual. As razões contemporâneas envolvem a possível finitude das reservas de petróleo; a concentração desse combustível fóssil em áreas geográficas de conflito, impactando o preço e o fornecimento; os estudos preliminares que indicam as novas jazidas localizadas em locais de elevado custo de extração; e as mudanças climáticas que alinham o mundo ao desenvolvimento sustentável (CHING e RODRIGUES, 2009).
A percentagem de óleo obtida por cada grão se dá de acordo com as condições de clima, solo, as tecnologias de cultivo e processamento e a qualidade de semente.
As questões mencionadas acima intensificaram os estudos sobre os óleos vegetais, uma vez que, no elenco das alternativas energéticas obtidas a partir da biomassa, os glicerídeos são a fonte mais promissora para a obtenção de combustíveis líquidos. De acordo com a FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS (1983), “além do alto poder calorífico, os óleos vegetais detêm qualidades comumente não encontradas em outras formas alternativas de combustíveis, como seja a ausência de enxofre na mistura de glicerídeos cuja produção industrial, por outro lado, não gera substâncias danosas ao meio ambiente”.
Nesse aspecto, o Brasil, por sua vasta extensão geográfica com climas distintos, tropical e subtropical, tem o privilégio de cultivar uma ampla diversidade de matérias-primas para a produção do biodiesel. Dentre as principais oleaginosas com seu plantio propenso ao biocombustível estão o algodão, amendoim, dendê, girassol, mamona, pinhão manso e soja. Os óleos de descarte, gorduras animais e óleos já usados em frituras de alimentos também são produtos disponíveis para a geração do combustível.
A percentagem de óleo obtida por cada amêndoa ou grão se dá de acordo com as condições de clima, solo, as tecnologias de cultivo, a qualidade de semente e as tecnologias de processamento. Para a FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS (1983), uma medida de impacto é o incentivo ao extrativismo de espécies nativas para aproveitamento das imensas reservas naturais.
É essencial destacar que nas diversas fases do processamento industrial das oleaginosas ocorre o aproveitamento integral dos seus subprodutos. A torta ou farelo é destinado à alimentação animal, o tocoferol, presente no dendê e na macaúba, é bem empregado na indústria farmacêutica. No fruto das palmáceas, encontra-se o endocarpo, que possui elevado poder calorífico, e por isso é aplicado em caldeiras ou como matéria-prima destinada à produção de coque metalúrgico.
* Marcelo de Lino Vieira, zooctenista, mestre em zootecnia, chefe do Departamento de Promoção Agrária da Secretaria de Agricultura de Viçosa, pós-graduando em Gestão e Análise Ambiental pela Univiçosa
* Henrique Simonini, administrador de empresa, chefe do setor de Arte e Publicidade da empresa CPT – Centro de Produções Técnicas, pós-graduando em Comunicação Empresarial, Publicidade e Marketing pela Univiçosa
* Ariádine Morgan, jornalista, editora - chefe do Portal de Informações do CPT – Centro de Produções Técnicas, pós-graduanda em Comunicação Empresarial, Publicidade e Marketing pela Univiçosa
Bibliografia Consultada:
PARENTE, E. J. de S. et al. Biodiesel: uma aventura tecnológica num pais engraçado. Fortaleza: Tecbio, 2003. 68p. Disponível online em: <http://www.xitizap.com/Livro-Biodiesel.pdf> (última consulta em: 15/10/2010)
COLETTI, R. A. Biodiesel: Combustível renovável e ambientalmente correto. Curitiba/PR: Biodieselbr, 2005. Disponível online em: <http://www.biodieselbr.com/destaques/2005/combustivel-renovavel.htm> (última consulta em: 15/10/2010)
CHING, W. H.; RODRIGUES, C. W. Biodiesel. SEBRAE. S.1, 2008. 63p. Disponível online em: <www.biodiesel.gov.br/docs/Cartilha_Sebrae.pdf> (última consulta em: 15/10/2010)
FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS. Diagnóstico ambiental do estado de Minas Gerais. Belo Horizonte/MG, 1983.
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