Controle das principais pragas do milho

Há diversas pragas que atacam a cultura do milho, mas algumas delas, como a Lagarta-rosca, a Cigarrinha-do-milho e a Lagarta-da-espiga, demandam maior atenção do agricultor por causarem maiores prejuízos às lavouras. Por isso, é necessário que o produtor rural conheça os princípios de controle, considerando o nível de dano econômico e suas formas de controle. Principalmente porque a maioria das pragas pode atuar de diversas formas, dizimando toda a plantação, ou ainda promovendo o apodrecimento das raízes da planta.

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

DESCRIÇÃO
O adulto é uma mariposa com a asa anterior marrom e a posterior branca, com borda lateral acinzentada. A lagarta é de cor marrom-acinzentada, que se enrola quando tocada. Daí o nome Lagarta-rosca.

SINTOMAS
As lagartas perfuram ou anelam a planta na altura do coleto, cortando a base, o que provoca a sua morte ou o seu perfilamento. Em áreas muito infestadas, notam-se muitas plantas cortadas, mas os insetos não são facilmente visíveis, já que têm atividade preferencialmente noturna.

CONTROLE
Em áreas menores, é recomendada a distribuição de iscas preparadas à base de farelo, melaço e um inseticida sem odor. Podem ser utilizados métodos culturais, como a antecipação da eliminação de plantas daninhas, principalmente com herbicida dessecante, pois as mariposas preferem ovipositar em plantas ou restos culturais ainda verdes. O tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos pode ser recomendado em áreas com histórico de incidência da praga.

Cigarrinha-do-milho (Peregrinis maidis e Dalbulus maidis)

DESCRIÇÃO
O adulto é de coloração bege-esbranquiçada, com cerca de 8,0 mm. Normalmente, as cigarrinhas ficam alojadas dentro do cartucho. A Dalbulus maidis tem presença de duas fileiras de espinhos ao longo da tíbia. Já a Peregrinis maidis não apresenta espinhos, somente um esporão na base do tarso.

SINTOMAS
Os sintomas das plantas infectadas ocorrem cerca de quatro a sete dias após a infestação. Os danos diretos causados pela cigarrinha decorrem da sucção de seiva, ocasionando mudança na coloração da folha (avermelhada ou amarelada), murcha e morte das plantas. Os danos são mais acentuados em plantios de verão, realizados tardiamente, e em cultivos de safrinha.

CONTROLE
O principal método de controle é o emprego de cultivares resistentes. Tem-se observado diferenças significativas entre os híbridos comerciais disponíveis no mercado quanto à susceptibilidade às doenças transmitidas pela cigarrinha. Medidas culturais, como a eliminação das plantas voluntárias, o plantio com antecedência e a diminuição de plantios sucessivos e contínuos, reduzem a população da praga. O controle químico pode ser realizado com inseticidas aplicados no sulco de plantio ou por meio do tratamento de sementes.

Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea)

DESCRIÇÃO
O adulto possui asa anterior amarelada ou esverdeada, com manchas reniformes escuras, e vive cerca de 15 dias. A lagarta é de cor amarela, marrom ou verde, com faixas escuras pelo corpo.

SINTOMAS
Estigmas e grãos na ponta da espiga danificados podem representar os sintomas de ataque da praga. Deve-se considerar que a Lagarta-do-cartucho pode estar presente na espiga do milho e ocasionar sintoma de dano semelhante.

MÉTODOS DE CONTROLE
Um controle efetivo pode ser conseguido com a liberação de vespas do gênero Trichogramma, comercialmente disponíveis no mercado brasileiro. De maneira geral, onde ainda existe o equilíbrio biológico, o controle natural com Trichogramma, Doru luteipes, ou algumas espécies de Orius tem sido suficiente para manter a praga com nível populacional insuficiente para causar dano econômico.

Por Andréa Oliveira.

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