No Brasil, há três métodos de calagem que, de acordo com a região, são divididos da seguinte maneira: Método do Índice SMP, utilizado no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina; Método do Alumínio Trocável, utilizado em Minas Gerais, no Goiás, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso; e Método da Saturação por Bases (V%), utilizado em São Paulo e, em alguns casos, nas regiões dos Cerrados e no Paraná.
“Estas divisões foram especificadas de acordo com as pesquisas agronômicas realizadas, em que se determinou a melhor metodologia para cada região”, afirmam os professores Luiz Inácio, Eurípedes Malavolta, Heitor Cantarella, Jorge de Castro, Moacir Camponês, Godofredo César e José Luiz Coelho, do Curso Análise de Solo e Recomendações de Calagem e Adubação, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Método do Índice SMP
O Método do Índice SMP tem como base a correlação existente entre o índice SMP e a acidez potencial do solo (H + Al).
Dessa forma, poderíamos dizer que a quantidade de calcário a ser aplicada para atingir um pH adequado em um solo dependerá do índice SMP, ou seja, quanto mais baixo o índice SMP, maior a quantidade de H + Al do solo.
Método do Alumínio Trocável
O Método do Alumínio Trocável tem por finalidade neutralizar o teor de Alumínio Trocável e/ou fornecer Cálcio e Magnésio ao solo, quando os seus teores estiverem abaixo de um mínimo de 2 cmolc (Ca +Mg)/dm³.
Método da Saturação por Bases (V%)
Com base na correlação existente entre o nível de acidez do solo (pH) e V%, as proporções devem ser: quanto maior o pH, maior o V% do solo. Com isso, ao calcular as doses de calcário para elevar o V% até valores adequados, aumentar-se-á automaticamente o pH do solo, eliminando as consequências indesejáveis do excesso de acidez.
Cuidados importantes durante a calagem
Os métodos de recomendação de calagem partem do princípio de que a profundidade do calcário a ser utilizada será de 20 cm.
Quando esta utilização for diferente, para menor ou maior, será necessário aumentar ou reduzir a dose em proporção relativa.
Vejamos:
1. Utilização a 10 cm: dose recomendada x 0,5;
2. Utilização a 30 cm: dose recomendada x 1,5;
3. Utilização a 40 cm: dose recomendada x 2,0.
Quando o solo apresentar teores de Magnésio adequados (acima de 0,8 cmolc/dm³), pode-se utilizar um calcário calcítico, se este estiver mais barato ou mais fácil de ser encontrado. Caso contrário, a recomendação é pelo calcário dolomítico (rico em Magnésio).
Na aplicação do calcário, deve-se tomar o cuidado para que este fique da forma mais homogênea possível.
Quando as doses forem maiores que 5t/ha, estas devem ser divididas em duas parcelas. Metade aplicada antes da aração e metade antes da gradagem.
Deve-se observar também o tempo e a umidade, pois as reações do calcário no solo dependem destes fatores.
Caso a região seja muito seca, o tempo deverá ser maior que o normal. Dessa forma, deve-se planejar uma antecedência de, no mínimo, três meses em relação ao plantio.
Caso não seja possível esta antecedência, utilizar corretivos com PRNT elevado (100% ou maiores). A princípio o investimento com a calagem pode parecer alto, porém os benefícios duram vários anos, em média cinco anos. Isso deve ser avaliado e considerado.
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Por Andréa Oliveira.
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