Processo de aprendizagem infantil: como explicá-lo?

O processo de aprendizagem se constrói, na escola e fora dela, resultando num somatório de conhecimentos adquiridos. Assim, ao longo de sua formação, da infância até a adolescência, as crianças procuram compreender o que passa a seu redor por meio de esquemas mentais, assimilando, agindo e fazendo operações. Essa compreensão, com o tempo, vai se modificando como resultado de seu amadurecimento biológico e, também, das experiências acumuladas, das trocas interpessoais e transmissões culturais vivenciadas.

Nesse contexto, a escola e, mais especificamente, a sala de aula têm um papel fundamental. Entretanto, elas nem sempre têm correspondido aos nossos objetivos nem às expectativas de pais, alunos e dos nossos colegas professores.

Segundo Adriana Silva Fialho Cambuí, pedagoga, pós-graduada em Gestão da Qualidade e em Administração de Recursos Humanos, professora do Curso CPT Como Fidelizar os Estudantes de Sua Escola, “São muitos os fatores que dificultam a busca por melhores resultados na educação formal, estando entre os principais a falta de conhecimento das estratégias de gestão escolar”.

Uma das maiores críticas referentes à forma de condução do ensino em todo o mundo diz respeito ao efeito de fragmentação do conhecimento, causado pela abordagem dos conteúdos, de forma isolada e separada por disciplinas. Essa maneira de lidar com o estudo é vista como um fator limitante para a aprendizagem, pois as informações recebidas pelos alunos chegam de forma descontextualizada e desagregada desde os anos iniciais de formação escolar.

A pergunta que muitos docentes se fazem é a seguinte: o que fazer para melhorar o processo de aprendizagem infantil? E a resposta é bem simples. Existem três estratégias básicas utilizadas para se trabalhar e inter-relacionar os conhecimentos adquiridos em diferentes disciplinas: a multidisciplinaridade, a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

Na multidisciplinaridade, recorremos a informações de várias matérias para estudar um determinado fenômeno, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre si. Ou seja, um elemento é abordado em disciplinas diferentes, cada uma delas contribuindo de alguma maneira para explicá-lo, com informações pertinentes ao seu campo de conhecimento. Por exemplo: para analisar determinado fenômeno ligado à biologia, podemos utilizar dados vindos da matemática e da geografia.

Na interdisciplinaridade, de forma diferente, duas ou mais disciplinas interagem seus conteúdos para aprofundar o conhecimento sobre aquele fenômeno. Essa estratégia proporciona uma aprendizagem bastante rica e estruturada, pois os conceitos estão organizados em torno de unidades globais, de estruturas conceituais e metodológicas compartilhadas por várias disciplinas. Isso ocorre quando, por exemplo, a biologia utiliza conhecimentos de matemática e de geografia para explicar o fenômeno, ainda que sob a ótica da biologia.

Já na transdisciplinaridade, a abordagem é mais complexa. Não há a divisão do conhecimento em áreas ou disciplinas, como ocorre no currículo escolar. A cooperação entre as várias matérias é tamanha, que não se consegue mais separá-las: acaba surgindo uma nova "macrodisciplina". Essa prática é viável somente se não houver fragmentação do conhecimento.

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Por Silvana Teixeira.

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