Cogumelo mais consumido no Brasil e no mundo, o Agaricus spp, popularmente conhecido como Champignon, é uma alternativa viável de renda para o pequeno produtor, principalmente se comercializado "in natura". O que faz da produção de champignon um atrativo para os empreendedores é o fato de existir no mercado um crescente público à procura de alimentos saudáveis, produzidos sem a adição de agrotóxicos ou outros produtos químicos. Para o consumidor, por sua vez, adquirir cogumelos comestíveis em seu estado natural é muito melhor que em conserva, já que 2 kg de cogumelo fresco equivalem a apenas 1 kg de cogumelo em conserva, não se perde o sabor quando em estado natural e, principalmente, por não se ingerir compostos à base de enxofre utilizados na operação de branqueamento, quando em conserva.
O composto natural utilizado na produção do Champignon (Agaricus) é formulado com palha de arroz e esterco fresco de cavalo, proveniente das camas de capim da estrebaria. É importante que se saiba que o esterco, na composição do composto natural, deve corresponder de 20 a 30% do total do composto. Esta composição apresenta quase todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento do Champignon, exceto o nitrogênio, que necessita de suplementação.
O composto orgânico é o meio que fornecerá os nutrientes necessários ao desenvolvimento do cogumelo e sua preparação é a primeira fase do processo de produção do Champignon. Existem várias fórmulas para a fabricação do composto, mas a fórmula ideal é aquela que com menor custo e menor rapidez de preparo produz a maior quantidade de cogumelos possível.
Na produção do cogumelo Champignon, à terra que irá compor o substrato deve ser removida preferencialmente a 10 cm abaixo da superfície do solo e ser destorroada, peneirada e pasteurizada antes de ser utilizada, eliminando-se pedras e objetos estranhos. Em seguida, ela colocada sobre o composto em uma camada de 3 a 5 cm. Uma relação mais ampla indica que devemos utilizar de 3 a 5 m3 de terra para cobrir 100 m2 de cama (a umidade deve estar próxima a 70%). O professor Gilberto Costa do Curso CPT de Cultivo do Cogumelo Champignon ensina a função da cobertura com solo tem nas seguintes finalidades:
No início do século, cultivava-se o champignon no solo e ao ar livre, mas com o desenvolvimento de novas técnicas, aumentou-se o número de opções de sistemas que podem ser utilizados para o cultivo deste tipo de cogumelo, com controle das condições ambientais prolongando o cultivo durante o ano todo. Atualmente, no Brasil tem-se consagrado o cultivo do champignon em sacos plásticos dispostos em prateleiras de madeira ou metálicas, no interior de galpões ou câmaras de alvenaria.
Na preparação da primeira fase do composto (também conhecida como ?compostagem fase I?) para a produção do cogumelo Champignon, o produtor deve dispor de uma área coberta (galpão) para que a umidade do composto não seja alterada pelas chuvas ou pelo calor da insolação. Preferencialmente, este galpão deve ser suficiente para o armazenamento do material que formará o composto. Caso isto não seja possível e o material tenha de permanecer ao ar livre, deve-se deixar estes materiais suspensos por estrados de madeira, devendo-se, também, cobri-los com uma lona.
O meio de cultura deverá oferecer todas as necessidades nutricionais do fungo. Embora não seja o mais recomendado, o meio de cultura mais usado é o BDA (Batata-Dextrose-Ágar) que pode ser comprado em casas de produtos químicos ou então ser preparado.
Nos últimos 50 anos, a tecnologia voltada ao cultivo de cogumelo tem se tornado sofisticada e diversificada, para proporcionar produtividade elevada em função das condições do ambiente e das espécies de fungos desejados, principalmente, para o Champignon. Os sistemas de crescimento ou cultivo são resultados desse desenvolvimento e envolvem muitas variáveis, em função de fatores culturais e biológicos.
O cogumelo tem sido considerado um alimento de luxo, dando-se grande destaque às suas características sensoriais omitindo-se, porém, seu valor nutritivo, que é bastante alto, principalmente em vitaminas. A cada mg/100 g de cogumelo fresco temos: vitamina B1 (Tiamina) ? 0,12; vitamina B2 (Riboflavina) ? 0,52; vitamina C ? 8,60; niacina (ácido nicotínico) ? 5,85; ácido pantotênico ? 2,38.
Em nível global, as espécies de cogumelo existentes ultrapassam 10 mil, algumas delas são comestíveis, como Cantarelo, Portobello, Champignon, Hiratake, Shimeji e Shiitake; outras, alucinógenas e tóxicas. Até mesmo os cogumelos para consumo devem passar por cocção para que as toxinas sejam removidas. No mais, eles são muito nutritivos e benéficos à saúde humana.