Vitrines: o que encanta aos olhos desperta-nos a vontade de consumo

Natal, revellion, páscoa, dias das mães, dia dos pais, dia das crianças e inúmeras outras datas comemorativas chegam até nós, meros consumidores, recheadas de promoções de todos os tipos e formas.

Nestes períodos, instintivamente nossos sentidos encontram-se aguçados e sedentos de vontade de adquirir tudo aquilo que sonhamos em ter. Trata-se da oportunidade perfeita para as compras, visto que os estabelecimentos comerciais facilitam, de todas as formas, o pagamento dos produtos comprados.

Para aumentar ainda mais os nossos desejos, nos dias atuais, é difícil encontrarmos uma pessoa que nunca tenha sido atraída por um produto "estratégicamente" exposto em uma bela vitrine. Sendo assim, é certo dizer que o que encanta aos nossos olhos, desperta-nos a vontade de consumo.

Neste sentido, as vitrines, cada vez mais lindas e audaciosas, se destacam como protagonistas fazendo o papel de gancho entre as lojas e os clientes.

Estudos apontam que cerca de 80% das vendas de uma loja são vinculadas a uma bela vitrine. Se a primeira impressão é a que fica, em uma loja, a primeira visão que o cliente tem é a da vitrine. Por isso, ela deve estar sempre atualizada, limpa e visualmente atraente.


Evidencia-se, portanto, outro segmento profissional que pode trazer uma fonte de renda extra para aqueles que sabem aproveitar as oportunidades do mercado. Dominar a técnica de decorar vitrines, então, desponta-se como uma atividade altamente rentável e promissora.

A arte de decorar vitrines surgiu a partir do momento em que o homem começou a produzir além de suas necessidades básicas. O suposto “excedente” fugiu do tradicional e passou a ser produzido com requintadas doses de estilo, seguindo tendências da moda e ditando status.


Concomitantemente a essa alteração comportamental do mercado veio a necessidade de convencer aos clientes a utilizarem determinados produtos. Para tal, percebeu-se a grande importância de evidenciá-los, fazendo sua exposição em pontos chaves dentro do estabelecimento.


“A composição em uma vitrine é, então, a distribuição equilibrada de linhas e formas dentro do seu espaço. Os elementos devem ser organizados de maneira tal que produzam uma sensação agradável de harmonia ao observador”, afirma o professor Geraldo Cézanne, do Curso CPT Técnicas de Decoração de Vitrines.


É imperioso ressaltar que o produto, através da vitrine, fala com o cliente, toca, mexe com ele, despertando o desejo de ter o que ali está exposto. Ela mostra ao cliente o tipo de loja, o estilo e, muitas vezes, pode até dar a impressão da qualidade de atendimento que ele vai receber. Portanto, é através desse instrumento poderoso que o cliente é atraído.


A montagem da vitrine é, antes de tudo, a execução de um projeto elaborado pelo vitrinista e aprovado pelo cliente. O processo de montagem deve ser rápido, sem complicações, e todos os problemas devem ser solucionados fora da vista do cliente. Por isso, o vitrinista deve providenciar todos os elementos necessários com antecedência.

Caberá ao vitrinista, então, conciliar o interesse de venda do lojista e a necessidade de consumo do cliente. Ele terá dois tipos de cliente: o contratante, ou seja, a empresa com o seu produto, e o consumidor desse produto.


O contratante

No que se refere à empresa, o vitrinista deve conhecer a sua natureza, organização, seu estilo e objetivos, procurando sempre respeitar as opiniões dos profissionais que nela trabalham.

O consumidor

Com relação ao consumidor, o vitrinista deve ser receptivo, atento às mudanças de estação e tendências da moda, tornando-se capaz de gerar, compreender e interpretar de forma artística e prática qualquer forma de produto.

O trabalho

O vitrinista agencia serviços, produz, projeta, monta, presta assistência e consultoria e pesquisa sobre os serviços e produtos a serem trabalhados. Este profissional deve ser inteiramente capacitado, dotado de grande dinamismo e, principalmente, não pode se esquecer de cuidar de seu marketing pessoal, pois o que ele tem para expor aos seus clientes é a sua aparência, junto com um portifólio bem montado e um cartão de visitas de bom gosto.

A agenda

Nem todos os meses do ano apresentam o mesmo movimento, daí a necessidade de criar uma agenda. A agenda permite manter a vitrine atualizada. Ela deve conter a programação dos eventos importantes que irão ocorrer durante o ano e que merecem destaque, como o dia das mães, dia dos namorados, dia dos pais, natal, dentre outros.

A vitrine

Na escolha das peças a serem expostas, deve-se dar preferência às peças mais atuais e de grande impacto visual. Mas, é preciso ter o cuidado de expor somente peças que tenham grade completa na loja em tamanhos e cores. Ao expor a mercadoria, deve-se escolher o melhor ângulo, valorizando os detalhes. É obrigatório colocar os preços das mercadorias expostas. No caso de vitrines para promoções, colocam-se os preços e o tipo de promoção em andamento, desconto, brindes, formas de pagamento, entre outros detalhamentos.

O profissional vitrinista

O bom profissional vitrinista deverá conhecer a aplicação dos mais variados tipos de materiais na confecção de elementos que componham a vitrine.

Deverá ter curiosidade de perguntar e investigar como são produzidos elementos que possam ser utilizados ou que ele mesmo possa confeccionar. Terá de buscar informações lendo revistas, livros, jornais, através de vídeos, clipes, filmes, na TV, enfim, todo tipo de mídia, fonte de inspiração para a produção da vitrine.

Deverá estar atualizado sobre moda, tendência de uso de materiais politicamente corretos, por exemplo, materiais reciclados. Deverá ter habilidade de adaptar e criar elementos para vitrine, além de ter agilidade atendendo à risca o cronograma combinado com o cliente.

Por fim, não menos importante, o excelente profissional deverá zelar pelo asseio próprio e o de seu serviço. As peças expostas têm a obrigação de estarem bem acabadas e limpas. Quando for roupas, devem ter acabamento perfeito e estar bem passadas.

O mercado de trabalho

O vitrinista pode trabalhar como profissional contratado, atuando dentro de uma empresa como responsável pela vitrine de uma loja ou um conjunto delas; pode trabalhar como terceirizado para uma determinada empresa ou, ainda, como free-lancer, ou seja, um profissional liberal, que atende a mais de um cliente.

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Por Silvana Teixeira.