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Ovinos de corte

O mercado nacional para a carne ovina é magnífico, encontrando-se a demanda muito além da oferta

Nossa ovinocultura ainda se apresenta desestruturada e desarticulada.

O ovino, uma das primeiras espécies domesticadas pelo homem, difundiu-se pela maior parte das regiões terrestres; desde as margens dos desertos, até as zonas mais frias; do nível do mar, às altitudes mais elevadas habitadas pelo homem. Representa significativa fração da economia agropecuária de países como: Austrália, Nova Zelândia, Uruguai, Argentina, Espanha, França, Reino Unido etc., bem como importante fonte de subsistência em regiões pobres, normalmente caracterizadas por condições ambientais adversas.


Potencialidade da Ovinocultura de corte

O Brasil, com sua enorme extensão territorial e clima favorável à espécie, na maior parte de sua área agrícola, apresenta altíssimo potencial para tornar-se importante produtor mundial de ovinos. Entretanto, o produtor rural brasileiro ainda não foi devidamente conscientizado a respeito desta potencialidade. Em vista disto, nossa ovinocultura ainda se apresenta desestruturada e desarticulada.

Por outro lado, o mercado nacional para a carne ovina é magnífico, encontrando-se a demanda muito além da oferta. A idéia de que este produto destina-se a consumo exclusivo nas festas natalinas e pascoais, está há bastante tempo ultrapassada. Muitos dos grandes distribuidores de carne dos maiores centros urbanos do Brasil, só não trabalham com a carne de cordeiro, por não conseguirem garantia de oferta constante ao longo do ano. Observa-se, em função da inconsistência do sistema produtivo, importações até de países longínquos como a Nova Zelândia.

Todavia, verifica-se hoje que, em algumas regiões do País, organiza-se a integração de entidades no sentido de impulsionar a ovinocultura, transformando-a em atividade empresarial. A união dos produtores em associações e cooperativas e desta com a indústria e órgãos governamentais de pesquisa e extensão, é essencial a qualquer tentativa de desenvolvimento da atividade.

Uma das vantagens da criação de ovinos é, relativamente, o baixo custo de implantação, sobretudo se o produtor já contar com pastagem formada. As instalações são simples, podendo ser planejadas de acordo com o tamanho e finalidade do rebanho, bem como com a disponibilidade de capital. O preço de matrizes (ovelhas) e reprodutores (carneiros) é também acessível, recomendando-se o início da criação com o máximo de 100 fêmeas, visando o aprendizado das questões técnicas inerentes à espécie.

Um aspecto fundamental ao êxito da produção de ovinos é o planejamento e a orientação de um Técnico especializado. Muitos criadores iniciantes desconhecem que as técnicas de criação são específicas, não cabendo a simples adoção de manejo aleatório; causa precípua do insucesso de muitos empreendimentos.

A diversidade ambiental do Brasil permite a implantação de diversos sistemas de produção. Sendo o ovino uma espécie ruminante, a alimentação em pastagem deve predominar, redundando, em termos globais, num menor custo de produção. Desde os campos naturais de solos de baixa fertilidade até às pastagens cultivadas, com alta capacidade de suporte, podem propiciar alta eficiência produtiva. Para que este objetivo seja atingido, há que se optar por um sistema adequado ao ambiente específico, dando-se especial atenção à escolha do genótipo ou genótipos a serem utilizados.

Salienta-se que, apesar da existência de raças especializadas para produção de carne, não significa que as demais não possam dar origem a um produto de alta qualidade. Muito mais importante que a raça é o manejo como um todo, principalmente a alimentação, que pode responder por até 70% das características organolépticas da carne. O importante, então, no caso dos rebanhos comerciais, é a adaptabilidade ao meio, principalmente do genótipo adotado na linha materna. Até a utilização de ovelhas SDR (sem raça definida) é viável, podendo-se, em muitos casos, empregar o cruzamento industrial com carneiros de raças especializadas. Cabe lembrar que as raças selecionadas para corte apresentam alta velocidade de crescimento e boas características de carcaça, porém, são bastante exigentes sob o ponto de vista alimentar.

Os sistemas de produção de carne ovina em pastagens podem sofrer variações conforme a região. Nas áreas úmidas, por exemplo, se de um lado conta-se com alta disponibilidade de matéria seca, que possibilita elevada capacidade de suporte das pastagens, do outro, convive-se com sério problema sanitário que é a verminose. A carga de larvas infestantes nas forrageiras está altamente correlacionada com a precipitação pluviométrica, bem como com a taxa de lotação.

As ovelhas em lactação, em virtude das alterações hormonais envolvidas com a produção de leite, sofrem supressão do sistema imunológico, tornando-se mais susceptíveis aos vermes. Ao se contaminarem com mais intensidade nesta fase, eliminam, conseqüentemente, maior quantidade de ovos de helmintos no pasto, elevando a disponibilidade de larvas infestantes. Quando, ao redor de duas semanas de idade, os cordeiros iniciam o aprendizado do pastejo, já ingerem tais larvas, contaminando-se numa fase em que o sistema imunológico não se encontra desenvolvido.

Em função disto, o crescimento dos animais é severamente prejudicado, chegando-se, em muitos casos, a taxas de mortalidade alarmantes. A simples utilização de anti-helmintícos por si só não se mostra eficaz. Por outro lado, as seqüelas decorrentes destas infestações precoces, prejudicarão irremediavelmente a absorção de nutrientes pelo organismo animal.

A solução deste grave problema está na referida variação do típico sistema de produção em pastagem, adotando-se desmama precoce (45 dias de idade), com recria e terminação em regime de confinamento total. Sendo everminados à desmama e mantidos sem acesso ao pasto, permanecem livres dos parasitas. As matrizes por sua vez, tendo a lactação cessada, voltam aos estado imunitário normal, mantendo níveis parasitários controláveis.

No confinamento os cordeiros recebem dietas devidamente balanceadas, de acordo com as exigências nutricionais ditadas pela idade e pelo potencial genético para ganho de peso. Os animais estarão prontos para o mercado quando atingirem ao redor de 28 a 30 kg de peso vivo. Pesos superiores são anti-econômicos pois, à medida que o ovino cresce, diminui a eficiência de transformação do alimento em ganho de peso; ou seja, com o passar do tempo, para cada quilo de ganho consome-se maior quantidade de alimento, diminuindo gradativamente a renda líquida, até atravessar a linha que separa o lucro do prejuízo.

O confinamento não é um sistema que deva ser empregado em qualquer situação. Ressalta-se uma vez mais, a necessidade de se proceder a uma avaliação sobre a viabilidade técnica e econômica, chegando-se à melhor opção para cada caso, a qual varia bastante, principalmente de região para região.

Independentemente do sistema de produção eleito, um objetivo comum a ser perseguido é a qualidade da carne. O consumidor moderno está cada vez mais exigente, não tolerando mais a forma arcaica de apresentação do produto: carcaças de animais velhos, cordeiros sacrificados fora do peso ideal, redundando em excesso de gordura, falta da aplicação de um método de tipificação de carcaças, inexistência de cortes que facilitem o preparo da carne, entre outros.

Em suma, todos os fatores abordados deverão ser eqüacionados pela instituições ligadas à ovinocultura para que se aproveite ao máximo o potencial desta atividade. Conheça o Curso "Criação de Ovinos de Corte" do CPT - Centro de Produções Técnicas.

 

Prof. Edson Ramos de Siqueira
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
UNESP - Botucatu - SP

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