Nascentes são manifestações superficiais de lençóis subterrâneos, que dão origem a cursos d’água. Toda nascente representa um ponto por onde parte da água do lençol alcança a superfície do solo. É como se fosse uma torneira do lençol, sempre aberta.
Partindo-se, portanto, do fato de que cada curso d’água tem a sua nascente, chega-se à conclusão de que o número de cursos d’água de uma dada bacia é igual ao seu número de nascentes.
Segundo Osvaldo Ferreira Valente, professor do Curso CPT Bacias Hidrográficas, Chuvas, Infiltração e Evapotranspiração, “Diminuir o número de nascentes significa diminuir, também, o número de cursos d’água e, consequentemente, reduzir a vazão total da bacia ou sua produção de água."
1- Origem e formação das nascentes
A preocupação em explicar a origem e formação das nascentes vem desde a Antiguidade. Os filósofos gregos, como Homero, Tales e Platão se envolveram na discussão, mas acreditavam que as nascentes eram formadas e abastecidas por canais subterrâneos que se desenvolviam por baixo das montanhas, levando água do mar e que, depois de purificadas e elevadas às superfícies, originavam as nascentes. Somente mais tarde foi que Vitrúvio, arquiteto romano, formulou a teoria aceita até hoje.
2- Importância dos fluxos de base
Os fluxos de base que sustentam as nascentes, provenientes dos lençóis subterrâneos, têm grande importância temporal e espacial, pois são capazes de possibilitar que todos os usuários de água da bacia, inclusive os das cabeceiras, tenham água durante as estiagens.
O entendimento da formação e do comportamento das nascentes está baseado nos estudos da Hidrogeologia, que é a ciência que cuida das leis de ocorrência e movimentação das águas subterrâneas.
3- Nascentes de contato e Nascentes de depressão
As nascentes, quanto às origens, podem ser formadas tanto por lençóis freáticos (apenas depositados sobre as camadas impermeáveis) quanto artesianos (confinados entre duas camadas impermeáveis), podendo surgir por contatos das camadas impermeáveis com a superfície, por afloramento dos lençóis em depressões de terreno, por falhas geológicas ou por canais cársticos.
Na origem da maior parte dos nossos córregos estão as nascentes de contato ou as nascentes de depressão, proveniente de lençóis freáticos.
3.1 - Nascentes de contato
Nascentes de contato, como normalmente surgem no sopé de morros, são conhecidas como nascentes de encosta.
3.2 - Nascentes de depressão
As nascentes de depressão podem se manifestar em pontos de borbulhamento bem definidos, chamados olhos d’água ou, então, por pequenos vazamentos superficiais, espalhados por uma área que se apresenta encharcada (brejo) e vai acumulando água em poças até dar início a fluxos contínuos, sendo conhecidas como nascentes difusas.
As nascentes provenientes de lençóis artesianos podem ser de contato, ocorrendo normalmente em regiões montanhosas, com fortes declives entre áreas próximas, o que facilita o afloramento das camadas impermeáveis, responsáveis pelo confinamento dos lençóis.
Podem, ainda, ser provenientes de falhas geológicas que sejam capazes de provocar a ligação de lençóis confinados com a superfície, ou por canais e galerias formadas em rochas cáusticas (rochas carbonatadas) e que podem ser alimentados pela água de chuva, através de dolinas.
Nascentes são, portanto, aquelas manifestações superficiais de lençóis que resultam na formação de córregos. Quando a manifestação se resume em acumulação em poças, somente, são formadas as fontes, às vezes termais (água quente), quando a água vem de grandes profundidades.
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Por Silvana Teixeira.
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Comentários
Cristina Moura
29 de abr. de 2021Olá obrigado pela informação. Moro em Porto Alegre numa chácara próximo ao Rio Guaíba (200m) tenho observado nos últimos anos alagamentos em diversas partes do terreno principalmente essa época outono. A questão é que não sei o que fazer para diminuir o curso d'água na região afetada causando muita umidade. Grata
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30 de abr. de 2021Olá, Cristina Moura
Como vai?
Agradecemos sua visita ao nosso site!
O ideal é que você procure um especialista na área em sua região para que o mesmo possa analisar seu terreno e assim orientá-la de forma mais eficiente.
Atenciosamente,
Erika
JOAO ALVES FILHO
28 de jul. de 2020Sou mestrando no PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIEDADE, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE (PPSTMA) - pela UniEvangelica de Anápolis-GO.,. Minha área de pesquisa característica do Rio Verde , numa perspectivas de conservação das nascentes deste rio. Pergunto o seguinte - o curso oferecido por você poderá me ajudar na elaboração deste trabalho? Se positivo em sentido ele poderá ser útil, explique se possível. E ainda, gostaria de saber o custo e o prazo de duração do curso. Se oferece diploma? com quantas horas aulas? e se é reconhecido pelo MEC?
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31 de jul. de 2020Agradecemos sua visita ao nosso site!
Ficamos felizes em saber do seu interesse em nosso curso. Em breve, uma das nossas consultoras entrará em contato com informações e esclarecimentos sobre os cursos.
Atenciosamente,
Erika Lopes
Rubens Machado Olivério
31 de mai. de 2018Gostaria de tirar uma dúvida,onde posso ligar
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1 de jun. de 2018Olá Rubens,
Qual é a sua dúvida.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
Lucas Ryan Ferreira Bento
14 de mar. de 2018Muito bom e criativo.
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15 de mar. de 2018Olá Lucas,
Ficamos felizes que tenha gostado do nosso conteúdo.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos
Antonio Jose Oliveira Rodrigues
4 de nov. de 2016Gostei do curso de conservação e recuperação de nascentes, assim que puder irei adquirir.
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7 de nov. de 2016Olá Antonio,
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