Os peixes gastam relativamente menos energia para se manterem em movimento e porque excretam os metabólitos nitrogenados na água, em forma de amônia, ao invés de ureia ou ácido úrico, perdendo menos energia no catabolismo proteico e excreção do nitrogênio não aproveitado. Os lipídios são a melhor fonte de energia para os peixes, seguido pela proteína e carboidratos. A energia digestível é de difícil determinação, mas tem sido apresentada para várias espécies de peixes. Entretanto, há um método de cálculo aproximado dos valores da energia digestível para peixes. Vejamos:
Valores para cálculo da energia digestível em peixes (kcal/g):
Os lipídios da dieta exercem um papel importante nos processos de produção de energia, como fonte de ácidos graxos essenciais (AGE) e como transportadores de vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. Recentes estudos têm demonstrado que as exigências de AGE, nos peixes, se diferenciam consideravelmente entre as espécies. Além dos lipídios representarem uma fonte rica de energia, são também requeridos para manutenção da estrutura e função da membrana celular.
A dieta natural de muitos peixes tropicais contém grande quantidade de ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa (PUFAs). Em contraste com os animais terrestres, os lipídios dos peixes contém altos níveis de PUFAs, predominantemente os da série Ômega 3 (linolênico) e Ômega 6 (linoleico). Os lipídios incorporados nos tecidos dependem do ingerido, ou seja, espelham o conteúdo dos alimentos consumidos. A semente de linhaça, por exemplo, contém Ômega 3 e 6.
A principal razão para suplementar a dieta dos peixes cultiváveis com lipídios é poupar a oxidação da proteína da dieta como fonte de energia. Podem ser empregados níveis de 10 e 20% de lipídios em dietas de peixes. Nesse sentido, recomenda-se para peixes de água quente, de 5 a 10% de óleo de peixe, no sentido de suprir a quantidade necessária de ácidos graxos essenciais.
Como nos mamíferos, os peixes não podem sintetizar ácidos graxos das séries Ômega 3 ou Ômega 6. Estes, portanto, devem ser supridos na dieta para se obter um crescimento satisfatório e manutenção de um bom estado de saúde. Várias pesquisas têm demonstrado que, com o aumento na temperatura da água, há um menor grau de insaturação. Por isso, os peixes tropicais têm uma exigência específica menor para insaturados Ômega 3 que os de água fria.
Exigência de ácidos graxos essenciais nos peixes (%):
Os carboidratos constituem o grupo de nutrientes mais controvertido dentro da alimentação dos peixes, já que não aparecem deficiências e sintomas de carência, quando ausentes na dieta. Com efeito, sua necessidade pode ser considerada nula (incluem-se os amidos, os açúcares, a celulose e as gomas, constituindo usualmente a fonte de energia de baixo custo na alimentação).
Os peixes carnívoros, entretanto, não são hábeis em digerir carboidratos eficientemente. Muitos peixes são mais hábeis para utilizar os carboidratos complexos, como os amidos, do que os açúcares simples. Alguns carboidratos são normalmente reportados como indigestíveis, como a celulose. Muitos peixes não têm a enzima celulase, necessária para digestão e, assim, a fibra é considerada como fonte de energia não disponível. Essa enzima, entretanto, é produzida por bactérias intestinais de alguns peixes herbívoros.
Peixes carnívoros, como salmão e truta, não digerem bem os carboidratos, enquanto o bagre do canal, a tilápia e a carpa, entretanto, podem utilizar níveis mais altos. Recomenda-se 25% como o limite máximo de carboidratos na dieta, sem que haja comprometimento do desempenho, embora os peixes herbívoros tolerem níveis maiores de amido, até cerca de 40%, onívoros 20% e carnívoros aproximadamente 10%.
Fontes energéticas:
- Milho: É uma das principais fontes de energia para peixes onívoros e herbívoros. A forma mais utilizada é o milho moído. Seu teor de inclusão é dado em função da disponibilidade, da viabilidade econômica, analisando sempre seu teor de umidade, presença de micotoxinas, resíduos de pesticidas e sementes tóxicas.
- Sorgo: Substitui o milho, em alguns casos, porém, apresenta problemas devido ao tanino, uma substância tóxica para os animais. Porém, atualmente, já existem variedades de sorgo com níveis de tanino mais baixos.
- Farelo de arroz: No mercado, existe o farelo de arroz desengordurado, o farelo de arroz integral e o farelo de arroz integral com casca. Podem ser usados, em substituição ao milho, trigo, aveia, sorgo, entre outros. Ao utilizá-lo em rações para peixes, deve-se ter o cuidado de adicionar um antioxidante, pois alguns são sujeitos à rancificação, devido ao alto teor de gordura.
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