O termo hidroponia, proposto por volta de 1930 pelo americano William F. Gericke, deriva da junção de duas palavras de origem grega: hidro (água) e ponos (trabalho). Tal termo é utilizado para denominar a técnica de cultivo de plantas em solução nutritiva, sem o uso do solo.
No Brasil, sua introdução é recente, mas vem conquistando vários adeptos, já que apresenta inúmeras vantagens quando comparada ao método tradicional de cultivo. Por meio dela, obtemos vegetais de alta qualidade e de alto valor, utilizando pequenas áreas. Além disso, evitamos a necessidade de rotação de culturas, aumentando a possibilidade de se realizar a colheita antecipadamente, com o mínimo de mão-de-obra. Da mesma forma, utilizamos a água com eficiência e economia bem como fazemos com os nutrientes e defensivos.
No início, uma das principais vantagens desse tipo de cultivo era a ausência de pragas e doenças. Principalmente as causadas por patógenos habitantes do solo, pois acreditava-se que, com a exclusão do solo, eliminaríamos tais problemas. No entanto, a realidade é outra, pois apenas poucos patógenos podem causar grandes prejuízos ao sistema de produção, disseminando-se rapidamente no interior das estufas, devido às condições extremamente favoráveis de temperatura e umidade bem como à situação de cultivo praticamente exclusivo de plantas suscetíveis.
Segundo a pesquisadora Liliane De Diana Teixeira, mestranda em Fitopalologia da ESALQ – USP, a cultura da alface é a preferida entre 90-95% dos hidroponicultores do nosso país, devido a seu ciclo rápido, alta produtividade e ampla aceitação pelos consumidores, tornando-se primordial o combate das pragas e doenças que afetam essa cultura. Daí a necessidade de se adotar práticas eficazes de controle, para se adquirir sucesso na produção.
Entre os métodos alternativos mais utilizados para controle de patógenos, destacamos:
Utilização de ultravioleta
A vantagem de se utilizar ultravioleta em relação a outros métodos é que esse método não deixa resíduo químico na solução protetiva, evitando prejuízos ao desenvolvimento da alface. Já a desvantagem seria que ela é inativa com ferro e manganês. Para evitar esse problema, deve-se acrescentar tais elementos na solução nutritiva, para que a alface se desenvolva com eficiência.
Pasteurização
Na pasteurização da solução nutritiva, a temperatura deve ir de 95º a 105ºC, em um período de 30 segundos. Em seguida, o ambiente deve ser resfriado em temperatura ambiente no mesmo tempo gasto para o aquecimento. Lembrando-se de que o equipamento de pasteurização deve ser colocado no canal de retorno da solução nutritiva ao reservatório. E o mais importante, devemos saber que a alface suporta melhor o frio. Daí a necessidade da solução nutritiva ficar em torno de 18ºC a 22ºC.
Agral
Outro produto que tem sido bastante eficiente no controle de patógenos é o espalhante adesivo (Agral). Ele ataca as formas reprodutivas de fungos como o Pythium, afetando sua disseminação. Além disso, o Agral é atóxico, podendo ser utilizado durante o ciclo de cultivo, já que não causa problema para a planta nem para os que consumirem a alface.
Outros métodos
Muitas vezes, a adoção de mais de um método de controle é necessária, sendo eles:
- controle da temperatura da solução nutritiva ( cada patógeno tem uma temperatura ideal e tolerante para o seu desenvolvimento);
- arrancar imediatamente as plantas contaminadas;
- identificar qual a doença ou praga e estudar tudo sobre o assunto;
- retirar a solução nutritiva para a desinfecção do reservatório e de toda a tubulação;
- trocar a solução e desinfetar as instalações mais rapidamente;
- antecipar as colheitas, podendo chegar ao caso de colocar duas ou mais plantas por embalagem de venda;
- rever o que pode ser melhorado nas estruturas, no manejo e na solução nutritiva;
- Anotar a época de ocorrência da contaminação para se prevenir no próximo ano;
- tentar modificar as condições que são ótimas para o desenvolvimento do patógeno.
Confira mais sobre os tópicos acima citados, acessando os cursos da área de Hidroponia.
Por Andréa Oliveira
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